In "Tribuna da Madeira"
As associações e as instituições de solidariedade social não sobrevivem sem o apoio dos voluntários. A Casa do Voluntário gere cerca de 1.500 voluntários encaminhando-os para as áreas onde são mais úteis.
São cada vez mais as associações de solidariedade social na Região Autónoma da Madeira. Uma realidade que acompanha as crescentes necessidades sociais e económicas das famílias. Helena Correia, diretora técnica da Casa do Voluntário, explica que o trabalho realizado por estas associações ou instituições, inclusive ao nível da gestão, não seria possível sem voluntários. E felizmente, por cá, os números são animadores.
“Os voluntários são os pilares das instituições. Ao nível da Região, ainda que não haja nenhum estudo, o voluntariado tem crescido, sobretudo após o 20 de fevereiro de 2010. Penso que houve uma maior consciencialização e algumas pessoas que começaram a fazer voluntariado naquela altura continuam até hoje”. Temos os voluntários permanentes e aqueles que pontualmente reforçam as campanhas que são dinamizadas, com especial destaque na época do Natal.
A responsável pela Casa do Voluntário sublinha, no entanto, que esta questão não pode ser analisada de ânimo leve. Há todo um trabalho de seleção de voluntários, por forma a encaminhá-los para as áreas onde se sentem melhor e onde serão mais úteis. “A entrevista de seleção dá-nos a ideia daquilo com que o voluntário se identifica. Se algo não correr bem, se o voluntário não estiver motivado ou não gostar daquilo que está a fazer, não o conseguimos manter no sistema”.
Nos últimos tempos, e apesar de haver um aumento no número de desempregados que procura ocupar o seu tempo, tem crescido principalmente a faixa dos reformados que faz voluntariado. Pessoas em idade ativa que, não tendo uma atividade profissional, “acreditam na causa de ajuda ao próximo e dão do seu tempo”.
Uma das atividades da Casa do Voluntário com maior relevo para a divulgação e promoção decorreu no passado fim de semana, no Jardim Municipal. A Feira das Vontades teve como principal objetivo mostrar o trabalho social que é desenvolvido na Região Autónoma da Madeira, seja ao nível da confeção de artigos, seja ao nível da componente de animação cultural e musical, assim como fomentar a partilha de experiências e de ideias entre as instituições.
Helena Correia adianta, neste contexto, que é importante que a população madeirense saiba para onde vão as verbas que são arrecadadas, mesmo porque a multiplicidade de campanhas pode criar alguma desconfiança. “Infelizmente, com tantas atividades e com tanta recolha que se faz, esta feira é uma forma das pessoas perceberem para onde vai o dinheiro. Mais do que arrecadar verbas é preciso que as instutuições demonstrem o trabalho que fazem e onde são aplicadas as verbas que recolhem”.
De referir que o Dia Internacional do Voluntariado é celebrado todos os anos no dia 5 de dezembro e tem como objetivo incentivar e valorizar o serviço voluntário em todo mundo. A data foi proclamada em dezembro de 1985 pelas Nações Unidas. Por cá, o Colégio dos Jesuítas acolhe, a partir das 9h30, uma conferência subordinada ao tema: “Importância das IPSS e do Voluntariado na Atualidade”. A sessão de abertura conta com a presença da Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos Sociais.
Em Portugal, o voluntariado tem vindo a aumentar, “Se o voluntário não estiver motivado, ou não gostar daquilo que está a fazer, não o conseguimos manter no sistema” tanto ao nível das organizações que promovem o voluntariado, como a nível da quantidade de voluntários existentes. Ainda assim, o número de voluntários em Portugal é reduzido, se comparado à média europeia. O voluntariado é um ato de cidadania, sendo cada vez mais uma componente importante no percurso de vida das pessoas, contribuindo para reduzir as disparidades sociais e para promover a necessidade e o dever de ajudar o próximo. Para o voluntário é também um ato recompensador, ajudando a alcançar o sentimento de auto-realização. n
voluNtÁrios sÃo “pilares das iNstituiÇÕes” as associações e as instituições de solidariedade social não sobrevivem sem o apoio dos voluntários. a casa do voluntário gere cerca de 1.500 voluntários, encaminhando-os para as áreas onde são mais úteis.