30.3.17

Há 500 crianças com cancro que não conseguem chegar ao hospital. A boa notícia é que pode ajudá-las

Luísa Oliveira, in Visão

Na Birmânia só há um hospital para tratar doentes com cancro. E como muitos vivem em pobreza extrema, não têm dinheiro para levar os filhos aos tratamentos. O Projeto Amélia ajuda-os. A partir de dia 31, várias figuras públicas estarão no aeroporto de Lisboa a angariar fundos para que mais crianças cheguem a um médico, a tempo de não morrerem. Veja o vídeo do apelo do ator Joaquim de Almeida

Cinquenta e cinco mil euros. Foi a quantia que o Projeto Amélia - agora, internacionalmente conhecido como Please Take Me There - angariou no ano passado. Com esse dinheiro arrecadado em Portugal, conseguiram ajudar 400 crianças e adultos no Myanmar, na Birmânia, durante dois meses. E ainda criaram um fundo de emergência com capacidade para auxiliar duas famílias por dia.
Fernando Pinho, o criador do Projeto Amélia na Birmânia

Fernando Pinho, o criador do Projeto Amélia na Birmânia

Mas infelizmente não chega. Neste momento, há 500 crianças com cancro que não conseguem chegar ao hospital mais perto para serem tratadas. Sem ajuda, 90% não recebem cuidados de saúde e acabam por morrer.

Por isso, arranca no dia 31 de março, às cinco da tarde, a segunda edição da campanha 24 horas, que junta, durante nove dias, dezenas de figuras públicas e outros tantos anónimos no aeroporto de Lisboa, com o único objetivo de angariar fundos para estes doentes, sem acesso aos cuidados de saúde.

Na Birmânia, um país com 50 milhões de habitantes, só existe um hospital com capacidade para tratar crianças com cancro. E para lá chegar, algumas precisam de fazer viagens de 24 horas, por caminhos perigosos, e que incluem vários meios de transporte. "A maioria das famílias vive em pobreza extrema e não tem rendimentos para pagar estas viagens que chegam a custar mais do que o rendimento mensal do agregado", nota Fernando Pinho, o fundador desta ONG sediada em Cambridge, no Reino Unido, com o aval da World Child Cancer e do governo da Birmânia.

Em muitos dos casos, as famílias têm de vender as suas casas e até o gado - o seu sustento diário, que corresponde a menos de 40 cêntimos.

Os atores Sónia Balacó, Pedro Barroso e Luís Eusébio serão os primeiros a passar a noite no Aeroporto. Mas este ano, a lista das figuras que também lá estarão nos próximos dias passa por nomes como Filipa Areosa, Beatriz Barosa, Deolinda Kinzimba, Liliana Santos, Luísa Ortigoso, Mariana Pacheco, Melânia Gomes, Nuno Guerreiro, Soraia Tavares, Alda Gomes, Isabel Guerreiro, Quimbé, Brienne Keller, José Fidalgo, Gonçalo de Oliveira, Gonzalo Ramos, Irma Ribeiro, Jorge Coutinho, Miguel Gizzas, Sofia Escobar e Sofia Nicholson. O ator Joaquim de Almeida gravou um apelo, em português e inglês. Depois de ver vídeo de Joaquim de Almeida (no cime desta página), ou este que se segue , não vai ficar indiferente.

As formas de ajudar são muitas: Doar €48 para transportar para o hospital uma criança que recebe dois ciclos de tratamento em diferentes meses, ou €24 para para receber apenas um ciclo de tratamento. Pode ainda transferir €16.50 por mês para que uma criança com cancro seja tratada durante um ano (em média, são necessários €200 por ano para pagar as 8 viagens que têm fazer até ao único hospital). Mas se quiser, da próxima vez que fizer anos, doe o seu aniversário a esta causa - em vez de lhe darem presentes, redirecione esse dinheiro para ajudar as crianças doentes da Birmânia. Aposto que elas agradecem.