27.4.23

Confiança dos consumidores e clima económico voltam a subir em abril

 Por Lusain TSF



Apesar de a confiança nos serviços ter aumentado, no comércio e na indústria os valores recuaram.


Os indicadores de confiança dos consumidores e de clima económico voltaram a aumentar em abril, tendo a confiança subido na construção, obras públicas e serviços e recuado na indústria transformadora e comércio, divulgou esta quinta-feira o INE.

Segundo os resultados dos 'Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores' do Instituto Nacional de Estatística (INE), "o indicador de confiança dos consumidores aumentou entre dezembro e abril, depois de ter diminuído nos três meses anteriores, que culminou em novembro no valor mais baixo desde abril de 2020 no início da pandemia".


Quanto ao indicador de clima económico, "aumentou entre janeiro e abril, invertendo o movimento descendente iniciado em março de 2022".

De acordo com o INE, a evolução do indicador de confiança dos consumidores em abril "resultou do contributo positivo das perspetivas de evolução futura da situação económica do país e da situação financeira do agregado familiar, e, em menor grau, das opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar".


Em sentido contrário, as perspetivas de evolução futura da realização de compras importantes por parte das famílias registaram um contributo negativo.

O saldo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país "aumentou significativamente em abril", atingindo o valor mais elevado desde fevereiro de 2022 e retomando a trajetória ascendente observada desde novembro de 2022, que havia sido interrompida em março.


Quanto ao saldo das perspetivas sobre a evolução futura da situação financeira do agregado familiar, "aumentou em abril, após ter diminuído ligeiramente no mês anterior, retomando o perfil positivo iniciado em novembro".

Por sua vez, o saldo das opiniões sobre a evolução passada dos preços "aumentou nos últimos dois meses, mantendo-se relativamente próxima do valor máximo da série registado em outubro, no seguimento da trajetória acentuadamente ascendente iniciada em março de 2021".


Já o saldo das perspetivas relativas à evolução futura dos preços "diminuiu nos últimos dois meses, de forma significativa em abril, retomando a trajetória marcadamente descendente observada desde março de 2022, quando atingiu o valor máximo da série".

Na indústria transformadora, a confiança diminuiu em abril, após ter aumentado entre novembro e março, sendo esta evolução atribuída ao "contributo negativo das perspetivas de produção e das apreciações relativas aos 'stocks' de produtos acabados, tendo o contributo das opiniões sobre a evolução da procura global estabilizado".

De acordo com o INE, o indicador de confiança diminuiu nos agrupamentos de bens intermédios e de bens de investimento, "de forma intensa no primeiro caso", tendo aumentado no agrupamento de bens de consumo.

O saldo das apreciações sobre a procura global estabilizou em abril, após ter diminuído em março, com as opiniões relativas à procura interna a recuperarem em março e abril, "de forma mais intensa no mês de referência", enquanto as apreciações relativas à procura externa recuperaram em abril, contrariando o agravamento do mês precedente.

O saldo das expectativas relativas aos preços de venda "diminuiu nos últimos seis meses, após ter aumentado em setembro e outubro, prolongando a trajetória descendente registada entre maio e agosto e atingindo o valor mais baixo desde maio de 2020".

O INE detalha que este saldo diminuiu em todos os agrupamentos: bens de consumo, bens intermédios e bens de investimento.

Por seu turno, o indicador de confiança da construção e obras públicas aumentou em março e abril, "mais significativamente no segundo caso", após ter diminuído em fevereiro, numa evolução em abril que "refletiu o contributo positivo das duas componentes, apreciações sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego, de forma mais intensa no último caso".

No setor do comércio, o indicador de confiança diminuiu em março e abril, interrompendo a subida iniciada em novembro, em resultado, no último mês, do contributo negativo das componentes de opiniões sobre o volume de vendas e das apreciações sobre o volume de 'stocks', enquanto as perspetivas de atividade da empresa contribuíram positivamente.

Em abril, o indicador de confiança diminuiu no comércio por grosso e aumentou no comércio a retalho.

Quanto aos serviços, viram o indicador de confiança aumentar em abril, após ter diminuído em março, retomando a trajetória ascendente iniciada em janeiro.

"A evolução do indicador resultou do contributo positivo de todas as componentes, perspetivas relativas à evolução da procura, apreciações sobre a atividade da empresa e opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas, de forma expressiva no primeiro caso", detalha o INE.