21.4.23

Crescimento económico abaixo do potencial pode elevar desemprego, alerta Fórum para a Competitividade

Mariana Espírito Santo, in ECO



Fórum para a Competitividade defende que ter como meta aumentar o peso do emprego nas grandes empresas poderia trazer um crescimento adicional para a economia.


O Fórum para a Competitividade estima que a economia portuguesa vai crescer entre 1,25% e 1,75%, o que fica abaixo do potencial de crescimento. Esta situação “tem condições para uma ligeira subida da taxa de desemprego”, alerta a organização, prevendo que a taxa de desemprego possa mesmo chegar aos 7% em 2023.

“Em 2023 e 2024, a economia deve crescer abaixo do potencial de crescimento (entre 1,7% e 1,9%), o que, em geral, tem condições para uma ligeira subida da taxa de desemprego”, pode ler-se na publicação trimestral do Fórum para a Competitividade, relativa ao primeiro trimestre de 2023. A estimativa do Fórum é de um crescimento entre 1 ¼% a 1 ¾% em 2023, o que fica abaixo das previsões do Governo de 1,8% para este ano.


A instituição liderada por Pedro Braz Teixeira projeta que o desemprego se situe entre 6,5% e 7% em 2023, bem como a manutenção neste intervalo em 2024. Já o Governo estima, no Programa de Estabilidade, uma taxa de desemprego de 6,7% este ano.

Nesta edição das “Perspetivas empresariais”, o Fórum foca-se também na dimensão das empresas, salientando que “Portugal tem um excesso de emprego nas microempresas (44,1% do total), muito acima da média da UE (30,1%)”. Por outro lado, nas grandes empresas o emprego é de apenas 21,5%, “muito abaixo da média da UE (36,4%)”.

Tendo em conta este cenário, o Fórum calcula que “se definíssemos como meta convergir com a média da UE nos próximos 15 anos em termos do peso do emprego nas grandes empresas, isso aumentaria o PIB em 12%, cerca de 0,8% ao ano, o que corresponde a quase metade do atual potencial de crescimento”.

Isto já que, tendo em conta a análise feita com base em dados do INE, as empresas grandes “têm o triplo da produtividade das microempresas” e “pagam 56% mais do que as microempresas”.