Emília Monteiro, in JN
Denúncia de abusos sexuais em Lisboa contra padre atualmente reformado
A Comissão de Proteção de Menores do Patriarcado de Lisboa, presidida pelo Bispo D. Américo Aguiar, recebeu uma denúncia de abusos praticados, há mais de 30 anos, por um sacerdote que estava a exercer funções naquela diocese. Padre está agora reformado em Vila Real.
Em comunicado, a Comissão de Proteção de Menores do Patriarcado de Lisboa refere que o prelado está agora "incardinado na Diocese de Vila Real, de onde é natural". A denúncia foi dada a conhecer a D. António Augusto Azevedo, bispo daquela diocese, que informou "ter iniciado uma investigação prévia e feito a comunicação às autoridades judiciais competentes".
"A Comissão de Proteção de Menores do Patriarcado de Lisboa prossegue o seu trabalho, mantendo uma total disponibilidade para colaborar com as autoridades competentes e tendo sempre como prioridade o apuramento da verdade e o acompanhamento das vítimas", finaliza o comunicado.
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26.1.22
25.2.13
Os relatos menos falados sobre abusos entre alunos
por Carlos Rodrigues Lima, in Diário de Notícias
O escândalo eclipsou outra rotina trágica. Declarações de crianças e jovens da Casa Pia revelam o que lá se passava entre eles e até com alguns educadores. L. teve sexo aos 11, depois de um jogo de "verdade ou consequência". N. C. foi obrigado a fazer sexo oral aos oito, em troca de um chupa. Aos nove, D. S. foi violado pelo amigo no duche.
Apesar de ser aluno interno da Casa Pia, H. esperava, em 2003, regressar à casa dos pais. Porque, disse o então aluno de oito anos à Polícia Judiciária (PJ), a casa já tinha "condições" para albergar a família: os pais e mais sete irmãos. "Até tem dois computadores", acrescentou o aluno no depoimento que prestou à PJ. O "Bibi" nunca lhe fez mal, mas disse saber que outras pessoas gostavam de ser "enrabadas", como T., um seu colega. H. foi um dos alunos da Casa Pia que, entre 2002 e 2003, prestaram declarações na Judiciária, revelando o lado oculto da instituição eclipsado pelo mediático escândalo de pedofilia: as violações entre alunos.
Com 11 anos, L. era aluna interna do colégio D. Maria Pia. Na altura, disse "compreender bem" o que o "Bibi" "andou a fazer com os rapazes". Questionada, respondeu: "Ele despia-os, deitava-os numa cama e fazia com eles "truca-truca"". A expressão e as perguntas da inspetora Rita Santos fizeram a L. recordar-se de um episódio, em 2002, durante uma colónia de férias. À noite, no quarto, L. e mais três amigos, a C., nove anos, o P., dez anos e o I., 12 anos, decidiram jogar ao sempre arriscado "verdade ou consequência". O P. decidiu, segundo o relato da L, começar a "fazer perguntas más". O I. aproveitou, aumentando a intensidade: "Ou a C. dava um beijo na boca do P. ou dava um beijo no pé da L. ou fazia "aquilo" com o I.." Com receio dos "carolos casapianos" (pancadas desferidas com a mão na nuca) e porque gostava do I., a C. acabaria por "fazer aquilo", tal como a própria admitiu à Judiciária. Também ouvido em declarações, P. confirmou o que se passou nessa colónia de férias, quando "o I. pôs a pila dentro do rabo da C.".
O escândalo eclipsou outra rotina trágica. Declarações de crianças e jovens da Casa Pia revelam o que lá se passava entre eles e até com alguns educadores. L. teve sexo aos 11, depois de um jogo de "verdade ou consequência". N. C. foi obrigado a fazer sexo oral aos oito, em troca de um chupa. Aos nove, D. S. foi violado pelo amigo no duche.
Apesar de ser aluno interno da Casa Pia, H. esperava, em 2003, regressar à casa dos pais. Porque, disse o então aluno de oito anos à Polícia Judiciária (PJ), a casa já tinha "condições" para albergar a família: os pais e mais sete irmãos. "Até tem dois computadores", acrescentou o aluno no depoimento que prestou à PJ. O "Bibi" nunca lhe fez mal, mas disse saber que outras pessoas gostavam de ser "enrabadas", como T., um seu colega. H. foi um dos alunos da Casa Pia que, entre 2002 e 2003, prestaram declarações na Judiciária, revelando o lado oculto da instituição eclipsado pelo mediático escândalo de pedofilia: as violações entre alunos.
Com 11 anos, L. era aluna interna do colégio D. Maria Pia. Na altura, disse "compreender bem" o que o "Bibi" "andou a fazer com os rapazes". Questionada, respondeu: "Ele despia-os, deitava-os numa cama e fazia com eles "truca-truca"". A expressão e as perguntas da inspetora Rita Santos fizeram a L. recordar-se de um episódio, em 2002, durante uma colónia de férias. À noite, no quarto, L. e mais três amigos, a C., nove anos, o P., dez anos e o I., 12 anos, decidiram jogar ao sempre arriscado "verdade ou consequência". O P. decidiu, segundo o relato da L, começar a "fazer perguntas más". O I. aproveitou, aumentando a intensidade: "Ou a C. dava um beijo na boca do P. ou dava um beijo no pé da L. ou fazia "aquilo" com o I.." Com receio dos "carolos casapianos" (pancadas desferidas com a mão na nuca) e porque gostava do I., a C. acabaria por "fazer aquilo", tal como a própria admitiu à Judiciária. Também ouvido em declarações, P. confirmou o que se passou nessa colónia de férias, quando "o I. pôs a pila dentro do rabo da C.".
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