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27.4.15

Portugal de branco pelas vítimas da imigração forçada

in Jornal de Notícias

Várias organizações católicas apelaram aos portugueses para que este domingo se vistam de branco para chamar à atenção para a situação das vítimas da imigração forçada, muitas das quais morrem a tentar chegar à Europa.

As organizações apelam "a todos os portugueses" para que coloquem nas suas janelas um pano branco ou usem uma peça de roupa branca e se unam, em oração ou num minuto de silêncio, em solidariedade "com todos os que buscam uma vida melhor e partem diariamente das suas terras na procura legítima de melhores condições de vida".

A campanha "somostodospessoas" junta a Agência Ecclesia, Cáritas Portuguesa, Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), Comissão Nacional Justiça e Paz, Comissão Nacional Justiça, Paz e Ecologia dos Religiosos, Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Obra Católica Portuguesa de Migrações, Rádio Renascença, Serviço Jesuíta aos Refugiados e Sociedade de São Vicente de Paulo.

Trata-se, segundo a organização, de "um gesto simples" que pretende ser "uma manifestação de indignação" e de "inconformismo com uma cultura do descartável".

As organizações lembram que este ano mais de 1.500 pessoas morreram no Mar Mediterrâneo, um número 50 vezes superior ao de 2014 e que os acontecimentos dos últimos dias, nomeadamente a morte de mais de 700 pessoas trancadas no porão de um navio, "obrigam a não ficar calados, sob pena de sermos cúmplices de um verdadeiro massacre que deveria envergonhar o mundo, particularmente os que têm responsabilidades políticas".

Para estas organizações, trata-se de "pessoas como nós que se vêm obrigadas a fugir do seu país porque vivem situações que ferem gravemente a sua dignidade e colocam em risco a sua sobrevivência e das suas famílias".

Considerando que a União Europeia "pode e deve fazer mais por cada uma destas pessoas", as organizações da Igreja Católica pedem medidas que "ultrapassem a excessiva preocupação securitária e de controlo de fronteiras" e "que se pensem alternativas de maior humanização".

Segundo as Nações Unidas, mais de 170.000 migrantes atravessaram o Mediterrâneo em 2014, 3.000 dos quais morreram no mar.

Só este ano já terão morrido na travessia do Mediterrâneo 1.700 pessoas.