Glória Lopes, in Jornal de Notícias
As denúncias de violência sobre os idosos "aumentaram exponencialmente" no Nordeste Transmontano.
O alerta parte da coordenadora do Núcleo de Apoio à Vítima de Violência Doméstica da Associação de Socorros Mútuos dos Artistas de Bragança (ASMAB), Teresa Fernandes, numa altura em que se realiza nesta cidade o Encontro da Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica, que junta cerca de 80 técnicos que trabalham neste setor em todo o país.
Teresa Fernandes ressalvou "que o aumento das denúncias não significa que haja novos casos, o que há é uma nova sensibilidade para a questão que leva a que muitos mais denunciem maus tratos contra idosos", referiu.
A maioria das denúncias não parte das vítimas. "Estas camuflam e escondem até ao fim, porque denunciar um filho, um neto, uma nora e um genro não é fácil, tal como assumir o crime e as consequências para esses familiares diretos", admite Teresa Fernandes. São sobretudo os vizinhos e as instituições de solidariedade social que trabalham com idosos "que estão mais sensibilizados e atentos para os sinais".
O trabalho de centros de dias e do apoio domiciliário é muito importante, segundo a psicóloga, "porque os seus trabalhadores vão percebendo os sinais da violência contra idosos".
A aposta que o Núcleo de Apoio à Vítima de Violência Doméstica de Bragança tem feito na formação de técnicos dessas instituições, bem como do público em geral com ações nas juntas de freguesia do distrito de Bragança, contribuiu para uma maior sensibilização.
As denúncias e os pedidos de acolhimento relacionados com violência doméstica no distrito de Bragança também aumentaram, este ano, desde que abriram as nove vagas de emergência da ASMAB para vítimas que necessitem de deixar o domicílio. Em 2017, aquele núcleo assinalou 120 novos casos de violência doméstica e realizou 220 atendimentos.
Bragança dispõe apenas de uma casa abrigo para vítimas de violência doméstica, com cinco vagas, que está sempre lotada, pois faz parte da Rede Nacional. Em breve, vão iniciar-se as obras de construção de uma segunda casa abrigo, com capacidade para nove pessoas.
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25.6.18
30.12.14
Violência doméstica contra crianças e idosos foi a que mais aumentou
Por Rosa Ramos, in iOnline
Estatísticas da APAV mostram que, em 13 anos, a violência contra crianças aumentou cinco vezes
As crianças e os idosos são os grupos em que a violência doméstica mais aumentou nos últimos 13 anos. As estatísticas da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) divulgadas ontem mostram que as vítimas de violência em casa com mais de 65 anos quase triplicaram entre 2000 e 2013, passando de 240 casos registados para 603.
No mesmo período, a violência doméstica contra crianças e jovens também aumentou: se em 2000, 88 crianças com menos de 10 anos foram vítimas de violência, o número subiu para 469 no ano passado. Na faixa etária entre os 10 e os 17 anos, os casos reportados à APAV também subiram consideravelmente, de 105 para 368.
Ainda assim, a violência contra idosos e crianças continua a ser residual, olhando as estatísticas de forma global. Em 2013, a violência infligida a pessoas com mais de 65 anos representou 8,3% do total de casos, enquanto que a violência doméstica envolvendo menores representou 11,6%. No total, a APAV registou, no ano passado, 7265 vítimas de violência doméstica - sendo a faixa etária entre os 35 e os 40 anos a que regista mais situações, com 716. Porém, as vítimas nestas faixas etárias têm vindo a diminuir. Em 2000, a APAV sinalizou 1191 vítimas de violência em casa com idades entre os 36 e os 45 anos, enquanto que no ano passado o número de situações nesta faixa etária baixou para 716.
O que parece não ter mudado ao longo dos últimos 13 anos é o perfil-tipo das vítimas: continuam a ser sobretudo mulheres (85% das situações) e os agressores maioritariamente homens. Já a relação vítima/autor do crime que regista maior número de casos é a de cônjuge ou companheiro, com um total de 53 506 casos entre 2000 e 2013.
No relatório mais recente sobre o fenómeno, a APAV sublinha que, "na violência doméstica em sentido lato" predominam os crimes de "violação", "violação da obrigação de alimentos" e "abuso sexual", com 1877, 1505 e 1472 casos, respectivamente. "Na violência doméstica em sentido estrito", destacam-se os crimes de "maus-tratos psíquicos", com o registo de 56344 casos, seguido dos "maus-tratos físicos", com 50935 casos. A associação destaca, por outro lado, que nos últimos 13 anos se registaram 619 homicídios em contexto doméstico.
Estatísticas da APAV mostram que, em 13 anos, a violência contra crianças aumentou cinco vezes
As crianças e os idosos são os grupos em que a violência doméstica mais aumentou nos últimos 13 anos. As estatísticas da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) divulgadas ontem mostram que as vítimas de violência em casa com mais de 65 anos quase triplicaram entre 2000 e 2013, passando de 240 casos registados para 603.
No mesmo período, a violência doméstica contra crianças e jovens também aumentou: se em 2000, 88 crianças com menos de 10 anos foram vítimas de violência, o número subiu para 469 no ano passado. Na faixa etária entre os 10 e os 17 anos, os casos reportados à APAV também subiram consideravelmente, de 105 para 368.
Ainda assim, a violência contra idosos e crianças continua a ser residual, olhando as estatísticas de forma global. Em 2013, a violência infligida a pessoas com mais de 65 anos representou 8,3% do total de casos, enquanto que a violência doméstica envolvendo menores representou 11,6%. No total, a APAV registou, no ano passado, 7265 vítimas de violência doméstica - sendo a faixa etária entre os 35 e os 40 anos a que regista mais situações, com 716. Porém, as vítimas nestas faixas etárias têm vindo a diminuir. Em 2000, a APAV sinalizou 1191 vítimas de violência em casa com idades entre os 36 e os 45 anos, enquanto que no ano passado o número de situações nesta faixa etária baixou para 716.
O que parece não ter mudado ao longo dos últimos 13 anos é o perfil-tipo das vítimas: continuam a ser sobretudo mulheres (85% das situações) e os agressores maioritariamente homens. Já a relação vítima/autor do crime que regista maior número de casos é a de cônjuge ou companheiro, com um total de 53 506 casos entre 2000 e 2013.
No relatório mais recente sobre o fenómeno, a APAV sublinha que, "na violência doméstica em sentido lato" predominam os crimes de "violação", "violação da obrigação de alimentos" e "abuso sexual", com 1877, 1505 e 1472 casos, respectivamente. "Na violência doméstica em sentido estrito", destacam-se os crimes de "maus-tratos psíquicos", com o registo de 56344 casos, seguido dos "maus-tratos físicos", com 50935 casos. A associação destaca, por outro lado, que nos últimos 13 anos se registaram 619 homicídios em contexto doméstico.
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