Helena Simão, in Jornal de Notícias
O Governo Civil de Leiria divulgou ontem os números mais recentes relativos ao desemprego no distrito, concluindo que, em Abril, encontravam-se inscritos nos centros de emprego quase 14 mil pessoas, o que equivale a menos 10% relativamente ao que se passava no mesmo mês de 2006. "Estes números são fictícios", reagiu José Fernando, coordenador da União dos Sindicatos do distrito, que aponta para a existência de cerca de 24 mil pessoas desempregadas, com tendência para um agravamento no final do Verão.
Os dados apresentados mostram que, nos primeiros quatro meses do ano, houve uma descida do número de desempregados. Nos centros de emprego do distrito, em Janeiro, estavam inscritas 15082 pessoas, número já inferior ao registado no período homólogo (15635). A diferença acentua-se, comparando o primeiro mês e o de Abril, em que estavam inscritos 13826 desempregados.
Leiria, de acordo com os mesmos dados, foi o concelho onde se verificou um decréscimo mais acentuado (-12%), seguindo-se Alcobaça. Leiria tinha, em Abril, 4570 pessoas inscritas no centro de emprego, Alcobaça 2456, Caldas da Rainha 4566, Figueiró dos Vinhos 1010 e Marinha Grande 1224 inscritos.
José Fernando lembra que "muitos inscritos são integrados em programas de formação e ocupacionais, deixando de estar nesta lista". "No entanto, não se pode dizer que estão empregados", frisa. Por outro lado, acrescenta, "esta época de Verão é propícia a empregos temporários, mas após as férias muitas pessoas passam novamente à situação de desempregados".
Para o responsável, o encerramento contínuo de empresas - o último caso foi o da Silmar, cerâmica de barro vermelho, atirando para o desemprego mais de 70 pessoas - mostra que "a situação tem vindo a agravar-se e que a indústria está numa situação muito difícil".