in Jornal Público
A imigração para Portugal está a diminuir, ao passo que aumenta noutros Estados-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). E este recuo no movimento de entradas tem a ver com o fraco crescimento da economia portuguesa, considera o relatório anual Perspectivas das migrações internacionais, ontem divulgado.
Os estrangeiros que entraram em Espanha em 2005 ascenderam a 682,7 mil, face aos 645,8 mil em 2004, ao passo que o número de imigrantes em Portugal no mesmo período diminuiu em cerca de seis mil (passou de 34 mil para 28 mil). Como possível explicação para esta redução dos fluxos de entrada, o relatório da OCDE aponta o "fraco crescimento económico do país".
O documento destaca ainda uma diminuição significativa de vistos de trabalho concedidos por Portugal, nomeadamente de 12.800 em 2004 para 7800 em 2005. Em contraste, indica um aumento dos vistos temporários de permanência no país, inclusive os concedidos aos estudantes, que aumentaram em 2005, para um total de 8350, "o número mais alto registado até agora".
O crescente número de mulheres, registado nos últimos anos em Portugal, permaneceu estável em 2005, conforme o documento da OCDE. A percentagem de mulheres imigrantes passou de 50 por cento no final dos anos 90, para 55 por cento em 2004 e para 58 por cento em 2005.
Após o predomínio dos imigrantes do Leste da Europa, verificado em 2000, os actuais fluxos migratórios têm origem, sobretudo, nos países de língua portuguesa, nomeadamente Brasil, Cabo Verde e Angola. Do total dos 432 mil estrangeiros registados a viver em Portugal em 2005, a maioria era oriunda do Brasil (70,4 mil), seguido de Cabo Verde (69,6 mil), Ucrânia (44,9 mil), Angola (34,6 mil), Guiné-Bissau (25,2 mil), Reino Unido (19 mil) e Espanha (16,4 mil).
De acordo com o documento, a imigração do Leste da Europa para Portugal continuou estável em 2005, embora se tenha registado uma novidade, já que os oriundos da Moldávia foram o terceiro grupo mais numeroso de imigrantes que chegou ao país nesse ano, substituindo os ucranianos nesse posto. O relatório refere ainda a nova lei de imigração, aprovada em 10 Maio no Parlamento com os votos favoráveis do PS e do PSD, e destaca o facto de a imigração se encontrar no topo da agenda do Governo português, através da relevância dada ao tema durante a presidência da União Europeia que começa a 1 de Julho. PÚBLICO/Lusa
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mil estrangeiros imigraram para Portugal em 2005 contra 34 mil no ano anterior, segundo o relatório da OCDE