in Diário de Notícias
O ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, José Vieira da Silva, revelou ontem, em Genebra, que Portugal vai aproveitar a presidência portuguesa da União Europeia (UE) para tentar colocar o conceito de "trabalho digno" na agenda internacional.
"Portugal, como membro da União Europeia e da qual assumirá a presidência no próximo semestre, não deixará de se bater pela centralidade destas questões na agenda internacional", garantiu Vieira da Silva durante a 96.ª Sessão da Conferência Internacional do Trabalho, que vai decorrer até amanhã em Genebra.
Tendo em conta os desafios colocados pela globalização, Vieira da Silva defendeu que o principal destes desafios é o de como fazer avançar nas agendas políticas os instrumentos que valorizem o trabalho como valor essencial e cimeiro da humanidade.
"Temos a obrigação ética de o valorizar, de modo a que ele corresponda a essa aspiração de cidadania", salientou Vieira da Silva no primeiro dia da Conferência da Oorganização do Internacional do Trabalho.
Neste sentido, o ministro congratulou-se com o facto de Portugal receber o I Fórum Mundial sobre Trabalho Digno para uma Globalização Justa, uma iniciativa da OIT que vai decorrer em Novembro em Lisboa, durante a presidência portuguesa da União Europeia.
"Estou convicto de que este será mais um importante passo para a afirmação da agenda do trabalho decente", salientou Vieira da Silva.
O governante lamentou que continuem a subsistir fenómenos de trabalho em condições desumanas, com discriminações atentatórias da dignidade, com base no género, na etnicidade ou nacionalidade, assim como o trabalho infantil, "inimigo do presente das crianças e das suas oportunidades futuras".
Neste sentido, Vieira da Silva considera que a agenda do trabalho digno promovida pela Organização Internacional do Trabalho é um poderoso elemento integrador. "Uma agenda que toca as questões essenciais e estabelece com clareza as coordenadas das condições básicas que devem estar garantidas a todos, em todos os mercados e em todas as circunstâncias", adiantou Vieira da Silva. | LUSA