in Jornal Público
Segundo a CCDRN, o Norte é, a par do Alentejo, a região com mais desemprego
A Região Norte perdeu no 1.º trimestre do ano cerca de 19.000 postos de trabalho, face a igual período de 2006, segundo os dados ontem divulgados pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN). De acordo com o relatório trimestral Norte Conjuntura, o emprego na região diminuiu até Março 1,0 por cento em termos homólogos, em contraciclo com os indicadores nacionais, que revelam um crescimento de 0,2 por cento deste indicador no mesmo período.
O Norte foi assim a região portuguesa cujo emprego sofreu em termos homólogos a queda mais acentuada do 1.º trimestre. A diminuição do emprego regional, refere a CCRDN, é explicada sobretudo pela queda de 4,2 por cento, face a igual período de 2006, no número de trabalhadores por conta de outrem com contrato sem termo, o equivalente a cerca de menos 47 mil indivíduos. A este factor junta-se a descida de 3,6 por cento no número de trabalhadores isolados (menos 12.000 pessoas), acrescenta o relatório.
A contrariar a tendência geral, o número de empregados por conta de outrem com contrato com termo aumentou 19,3 por cento em termos homólogos (mais cerca de 32 mil indivíduos). O emprego feminino, por sua vez, com uma queda de 1,8 por cento em termos homólogos, voltou a ser mais penalizado do que o masculino, que recuou apenas 0,4 por cento.
De acordo com a CCDRN, os sectores de actividade que mais contribuíram para a queda do emprego regional no trimestre em análise foram a construção (com menos 6,9 por cento), a educação (-7,5 por cento) e a agricultura, silvicultura e pesca (-2,9 por cento). Pela positiva, a comissão destaca as indústrias transformadoras (que cresceram 1,3 por cento face a igual período do ano passado, cerca de mais 6000 empregados) e as actividades imobiliárias e de serviços às empresas (8,4 por cento, o equivalente também a 6000 empregados).
Segundo os dados do relatório trimestral da CCDRN, a taxa de desemprego na Região Norte, por sua vez, foi de 9,5 por cento, menos duas décimas de ponto percentual que no trimestre anterior, mas seis décimas acima do registado no trimestre homólogo de 2006. Entre o quarto trimestre de 2006 e o primeiro de 2007, diminuiu assim o diferencial de taxas de desemprego entre a região e a média nacional, embora o Norte continue a ter a maior taxa de desemprego entre as NUTS 2 portuguesas, agora a par com o Alentejo, constata o documento.
A população desempregada da Região Norte, estimada pelo Instituto Nacional de Estatística, aumentou seis por cento em termos homólogos, tendo esse aumento sido totalmente explicado pelo número de mulheres desempregadas (mais 11,2 por cento), a par de um ligeiro recuo do desemprego masculino (-0,6 por cento). Face ao trimestre anterior, o número de desempregados da região diminuiu 3,2 por cento, tendo o recuo sido mais acentuado entre os homens (-4,1 por cento) do que entre as mulheres (-2,8 por cento).
O diferencial entre as taxas de desemprego feminina (11,9 por cento) e masculina (7,3 por cento) voltou a aumentar e cifrava-se no primeiro trimestre em 4,6 pontos percentuais, enquanto três anos antes era de apenas 1,7 pontos percentuais, diz ainda a CCDRN.
9,5%
foi a taxa de desemprego na Região Norte no primeiro trimestre de 2006, segundo o relatório da CCDRN