Os consumidores da zona euro estão mais otimistas em relação à desaceleração do surto inflacionista. A mediana das respostas dos mais de 14 mil inquiridos pelo Banco Central Europeu (BCE) em maio aponta para uma expetativa de inflação em 3,9% num horizonte de 12 meses, segundo os resultados publicados esta quarta-feira.
O inquérito, designado Consumer Expectations Survey (CES), é realizado mensalmente pela Ipsos Public Affairs e publicado pelo BCE dois meses depois. É uma espécie de radar das expetativas dos consumidores em seis economias do euro mais desenvolvidas (não inclui Portugal). O primeiro inquérito foi feito em 2020.
Recorde-se que o BCE projeta que a inflação média anual em 2023 se situe em 5,4% e que desça para 3% em 2024 e 2,2% em 2025, não conseguindo chegar ao objetivo de 2% neste horizonte de previsões avançado pelas projeções macroeconómicas divulgadas na reunião de junho.
INFLAÇÃO PODE ABRANDAR PARA MENOS DE 4% NO INÍCIO DE 2024
As expetativas dos consumidores da zona euro revelam mais otimismo em relação ao surto inflacionista que registou um pico de 10,6% em outubro do ano passado. No inquérito de março, os inquiridos apontavam para 5% e em abril para 4,1% num horizonte de 12 meses. Em maio, desceram as expetativas para 3,9% no mesmo horizonte.
Em suma, os consumidores inquiridos em maio esperam que a inflação, que ainda estava naquele mês em 6,1%, desacelere claramente nos próximos 12 meses, ficando abaixo de 4% perto do final do primeiro semestre do próximo ano.
No entanto, mantêm-se céticos em relação à capacidade do BCE de fazer descer a inflação para o objetivo de 2% num horizonte de três anos. Neste inquérito de maio, ainda projetam uma inflação de 2,5% num horizonte de três anos.
Os resultados do inquérito realizado em junho serão publicados a 8 de agosto.