5.7.23

Famílias portuguesas com quase metade do nível de poupança das europeias

Luís Leitão, in ECO


O ambiente inflacionista e a persistente subida das taxas de juro continuam a pressionar o orçamento das famílias. Isso é espelhado pela queda da taxa de poupança.

De acordo com dados divulgados terça-feira pelo Eurostat, a taxa de poupança média das famílias nacionais situou-se nos 7,45%. É uma quebra de 118 pontos base face aos 8,63% do último trimestre de 2022 e inferior em 49 pontos base face aos 7,94% contabilizados há um ano.

Os números divulgados pelo gabinete de estatísticas da União Europeia mostram ainda que a taxa de poupança das famílias nacionais é atualmente quase metade da taxa de poupança das famílias dos países da Zona Euro que, no primeiro trimestre, se fixou nos 14,1%.

Os dados do Eurostat revelam também uma taxa bruta de investimento das famílias portuguesas de apenas 5,35% no primeiro trimestre deste ano, cerca de 44 pontos base abaixo do registado no trimestre anterior. É o valor trimestral mais baixo desde pelo menos o segundo trimestre de 2020 (início da série do Eurostat) e quase metade da taxa registada pelas famílias europeias (10,29%).

Desde o início da série do Eurostat que a diferença da taxa bruta de investimento entre famílias portuguesas e europeias nunca foi tão grande.

A taxa bruta de investimento das famílias é definida como a formação bruta de capital fixo dividida pelo rendimento bruto disponível, sendo este último ajustado pela variação da participação líquida das famílias nas reservas dos fundos de pensões. Segundo o Eurostat, “o investimento das famílias consiste principalmente na compra e renovação de habitações”.

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