in Jornal de Notícias
A greve de hoje, sexta-feira, dos trabalhadores da Segurança Social poderá afectar o funcionamento dos balcões de atendimento, os serviços administrativos, o Centro Nacional de Pensões e os estabelecimentos de acção social, de acordo com as perspectivas sindicais.
"Esta greve vai envolver trabalhadores de todo o país, de todos os organismos dependentes do Instituto de Segurança Social e, tendo em conta os resultados dos plenários feitos, acreditamos que vai ter uma boa adesão, sobretudo no sul do país, onde está concentrada a maioria dos serviços", disse à agência Lusa Luís Pesca, da Federação de Sindicatos da Função Pública.
A coordenadora da Federação, Ana Avoila, também evocou as posições assumidas pelos trabalhadores nas "centenas de plenários realizados no âmbito da preparação da greve" para garantir que "os trabalhadores sabem que têm de fazer greve para fazer valer os seus direitos".
A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (filiada na CGTP) convocou a paralisação em defesa do reforço do quadro de pessoal e da aplicação do horário de trabalho continuo e do horário flexível a todos os trabalhadores que o desejem.
"Esta é uma greve que faz todo o sentido neste momento tendo em conta o que se passa na Segurança Social", disse Ana Avoila à Lusa referindo o "elevado número de trabalhadores que saíu da Segurança Social desde que foi divulgada a alteração das regras da aposentação".
Segundo a sindicalista vive-se actualmente "uma situação extremamente complexa" nos serviços de Segurança Social devido à falta de pessoal, que decresceu de 18 mil (em 2002) para 11 mil (em 2010).
Relativamente aos horários de trabalho, Luís Pesca explicou que houve uma negociação desta matéria com o Governo mas o acordo final não foi conseguido porque os sindicatos da Federação foram confrontados com uma cláusula de adaptabilidade que não aceitaram.
Os sindicatos da UGT chegaram a acordo com o Governo e os seus associados podem optar por ter horário continuo ou flexível, o que não acontece com os associados nos sindicatos da CGTP.
Segundo Luís Pesca, os sindicatos da Federação da Função Pública representam quase 6 mil trabalhadores da segurança social, o que corresponde à maioria dos sindicalizados.