26.4.11

Há responsáveis pela crise e há alternativas, o país precisa de outras políticas

João Lobo, Presidente da Câmara Municipal da Moita, in Rostos on-line

“A regressão social está na ordem do dia; a pobreza aumenta; as empresas encerram e o desemprego cresce em espiral: agravam-se as condições de vida e de trabalho da maioria dos portugueses. Os sacrifícios incidem exclusivamente nos trabalhadores e no povo enquanto os benefícios se concentram exclusivamente nos cofres dos grandes grupos económicos.” – sublinhou João Lobo, Presidente da Câmara Municipal da Moita, hoje, no decorrer do Desfile da Liberdade, comemorativo do 37º aniversário do 25 de Abril.

“São muitas as iniciativas que integram o Programa de Comemorações do 25 de Abril no nosso Município. São diversificadas e plurais, recreativas, desportivas e culturais, decorrem em todas as freguesias, sempre com um sentido e uma afirmação genuinamente populares.

De ano para ano verificamos que existe uma participação renovada da juventude mais atenta aos fenómenos sociais e políticos, com um claro propósito de conhecer a história para melhor poder intervir e também fazer uma aproximação a valores tão importantes como os que a Revolução de Abril fez desenvolver em Portugal. Uma participação que garante a projecção e valorização da Revolução em termos do nosso futuro colectivo” – referiu João Lobo, Presidente da Câmara Municipal da Moita, hoje, no decorrer do tradicional Desfile da Liberdade.

Intenção de deixar o 25 de Abril bem vivo

“Dessas muitas iniciativas, destaque para este desfile que, envolvendo milhares de participantes e cerca de uma centena de organizações sociais e populares, tem um significado de referência para todo o Município.
Daqui saúdo, de uma forma geral, toda a população do nosso Concelho e, de forma especial, calorosa e fraternalmente, todos os que nele participaram com a inequívoca intenção de deixar o 25 de Abril bem vivo, demostrando mais uma vez que as tradições democráticas no nosso Município e as convicções progressistas da sua população permanecem bem vivas.” – sublinhou o autarca.

Comemorar a revolução de Abril de 1974

“Este nosso desfile é uma das mais interessantes manifestações populares, ao nível dos Municípios, que se realizam em Portugal tendo como objectivo evocar e comemorar a revolução de Abril de 1974. É uma iniciativa que traduz o empenho com que as forças vivas e a nossa população viveram e vivem o 25 de Abril.E a Revolução tem já 37 anos.” – referiu João Lobo.

Libertar Portugal da ditadura

“Em 25 de Abril de 1974 o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do Povo Português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista. Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo representou uma transformação revolucionária e o início duma viragem histórica na sociedade portuguesa. É para os Capitães de Abril – Heróis da Revolução – que vai uma enorme fatia do reconhecimento do Povo” – salientou o Presidente da Câmara Municipal da Moita.

Regressão social está na ordem do dia

“Mas, comemorando a Revolução dos Cravos, justo se torna referir que os tempos que correm em termos sociais, económicos e políticos não se ajustam aos ideais e aos valores conquistados há 37 anos. Os caminhos tecidos nas últimas três décadas têm raiz e fundamento em práticas políticas de direita quaisquer que tenham sido os Partidos que nos governaram e as levaram à prática. Durante anos venderam ilusões: foram destruindo a nossa indústria, agricultura e as pescas; a nossa cultura, a democracia, a soberania, e o Estado Social. Tudo sob a capa do “moderno e inevitável”.

Hoje estamos no auge da crise económica, social e financeira. A regressão social está na ordem do dia; a pobreza aumenta; as empresas encerram e o desemprego cresce em espiral: agravam-se as condições de vida e de trabalho da maioria dos portugueses. Os sacrifícios incidem exclusivamente nos trabalhadores e no povo enquanto os benefícios se concentram exclusivamente nos cofres dos grandes grupos económicos.” – sublinhou o autarca.

Há responsáveis pela crise e há alternativas

“O próximo dia 1º de Maio é mais um momento importante para a luta dos trabalhadores e do povo, pela defesa do direito ao trabalho e do trabalho com direitos e contra a exploração e as gravosas medidas impostas pelos sucessivos PEC’s – Planos de Estabilidade e Crescimento. Há responsáveis pela crise e há alternativas, o país precisa de outras políticas.
A dívida pública deve ser renegociada e deve apostar-se na produção nacional, na dinamização do nosso aparelho produtivo, criando emprego e riqueza; o investimento público deve ser uma prioridade; gastar menos, por si só, não resolve o problema da incapacidade de gerar riqueza. A linha de sacrifícios dos portugueses está a esgotar-se.” – salientou.

Renovar os sonhos que o 25 de Abril

“Os horizontes de esperança e de confiança num futuro melhor que a Revolução de Abril desenvolveu, a dignidade que trouxe ao povo português, o aprofundamento das liberdades e da democracia não podem ter caminhos interrompidos. A construção de um Estado ao serviço do Povo e do País, garantindo o acesso à educação e à saúde e o direito à segurança social ou a consagração dos direitos dos trabalhadores não podem ser esquecidos ou ficar menorizados na esquina da história e ao serviço dos interesses da alta finança.

As eleições que se avizinham para 5 de Junho, pelo esclarecimento e discussão democrática que naturalmente provocam, podem ser sustentadoras de aproximações a intervenções políticas que tenham caminhos de compromisso com os valores e as realidades que o 25 de Abril trouxe ao Povo Português.
Votar é importante. Precisamos de vencer desânimos, acalentar esperanças e renovar os sonhos que o 25 de Abril desenvolveu.” – defendeu João Lobo.

O Povo Português não merece esta crise

“O Povo Português não merece esta crise que se vive em Portugal e, mais cedo ou mais tarde, identificará os seus responsáveis e construirá a sua alternativa.

A história do nosso concelho está marcada por momentos e iniciativas de grande densidade portadores de sentimentos de luta pela liberdade, pela independência nacional e pela defesa da nossa soberania, contra o alastramento da pobreza e o aumento da regressão social e da exploração. O Povo do Município da Moita empenhou-se no mais belo sonho colectivo vivido pelos portugueses. É esse sonho que estamos aqui a celebrar. É esse sonho que queremos renovar e por esse sonho continuaremos a lutar.” – sublinhou a finalizar João Lobo, na sua intervenção no decorrer do Desfile da Liberdade.