24.1.12

Directora-geral do FMI pede mais empenho da Europa no combate à crise

in Jornal de Notícias

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, exortou a Europa a empenhar-se mais no combate à actual crise das dívidas soberanas, em discurso pronunciado em Berlim.

Na opinião de Christine Lagarde, "são necessárias três coisas para restaurar por completo a confiança dos investidores: um crescimento mais forte, barreiras protectoras contra o risco sistémico mais altas e uma integração mais profunda".

Para além dos instrumentos já em vigor, como o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e o Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE), este último a ainda a criar, "têm de ser garantidos substanciais meios adicionais", sobretudo no que se refere ao MEE, que será criado em Julho, como mecanismo permanecente.

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) advogou, assim, a ampliação dos meios do MEE para além dos 500 mil milhões de euros previstos, proposta que também já tinha sido avançada, nomeadamente, pelo primeiro-ministro italiano, Mario Monti.

Além disso, na opinião da líder do FMI, os planos para um pacto orçamental na zona euro, aberto a outros países da União Europeia, deverão ser acrescidos por uma acção comum dos países membros face aos riscos financeiros, nomeadamente através da emissão de 'eurobonds' (títulos de dívida europeus) ou da criação de um fundo de abatimento das dívidas.

Christine Lagarde defendeu ainda "uma maior flexibilidade temporária" da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), para ajudar os países do euro com dificuldades de acesso aos mercados financeiros, ou que só se conseguem refinanciar pagando altos juros.

Na opinião da ex-ministra das finanças francesa, a comunidade internacional terá também de agir de forma mais unida, e mais rapidamente, para proteger a economia mundial de uma espiral descendente.

Para isso, no entanto, o FMI precisará de recursos adicionais na ordem dos 500 mil milhões de dólares, precisou Christine Lagarde. "Estou certa de que teremos de aumentar a nossa capacidade de conceder empréstimos", sublinhou a directora-geral do FMI.