20.10.14

Um jovem pobre que faça tudo bem não ultrapassa um rico que faz tudo mal

por Joana Capucho, in Diário de Notícias

Um jovem pobre que faça tudo bem não ultrapassa um rico que faz tudo mal


Estudo apresentado em Boston revela que nem sempre o mérito escolar de alunos pobres é reconhecido, o que faz que haja um abandono escolar mais alto na classe baixa.

Mesmo que os jovens pobres façam tudo certo, não vão safar-se tão bem como os ricos que fazem tudo errado. A ideia foi defendida recentemente na Conferência Anual do Federal Bank of Boston, mas a desigualdade de oportunidades entre ricos e pobres é também uma realidade em Portugal, onde a classe média-alta tem mais hipóteses de conseguir um bom emprego.

De acordo com o The Washington Post, o estudo apresentado por Richard V. Reeves e Isabel V. Sawhill revela que nem sempre o mérito escolar de alunos pobres é reconhecido pelas entidades, o que faz que haja um abandono escolar mais alto na classe baixa. Já os alunos de classe alta, mesmo que não tenham boas notas, não abandonam a escola. E acabam muitas vezes a trabalhar nas empresas da família.

"Um miúdo de um bairro pobre não vai ter as mesmas oportunidades que tem um de classe alta. Aliás, regra geral, pouco mais conhece do que as imediações do bairro, onde tudo funciona como modelo", afirma Melanie Tavares, do Instituto de Apoio à Criança (IAC). Quem tem maior poder económico pode investir na formação e até em estágios não remunerados. "O programa Erasmus e outras experiências no estrangeiro também fazem diferença na hora de contratar. Não é preciso ser bom aluno, mas ter um bom currículo, e isso não se faz com as notas da escola", considera a coordenadora da mediação escolar do IAC.

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