Luís Villalobos, in Público on-line
Projecto é um dos que estão a ser desenvolvidos neste momento na Nova SBE em articulação com a Universidade de Chicago.
Helga Holmestad é norueguesa, Tarciso Oliveira é brasileiro e Kathy Yang norte-americana. Os três encontraram-se e conheceram-se este Verão em Lisboa, na Nova School of Business and Economics (Nova SBE) e têm em comum o mesmo desafio: usar as bases de dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) para combater o desemprego de longa duração.
Neste momento, aquilo que estão a desenvolver é ainda um protótipo, conforme explicou ao PÚBLICO Rayid Ghani, criador do projecto Data Science for Social Good na Universidade de Chicago e que chegou este ano à Europa através da Nova SBE. Conhecido por ter sido o cientista chefe da campanha para a reeleição de Barack Obama, em 2012, Rayid Ghani criou no ano seguinte o projecto de usar as grandes quantidades de informação disponíveis em benefício da sociedade. Durante os três meses do Verão, candidatos a cientistas de dados optam por interromper o que estão a fazer e deslocam-se de várias partes do mundo, após terem sido criteriosamente seleccionados, para se organizarem em equipas e tentar responder a grandes desafios colocados por diversas entidades.
No caso do alargamento do programa a Lisboa e no caso concreto do desemprego de longa duração (DLD) e de como o minimizar, o desafio foi colocado pela Câmara de Cascais (concelho para onde a Nova SBE se vai mudar).
O DLD afecta todo o país, e tende a perdurar – os dados divulgados ontem pelo INE mostram que atinge 5,2% da população activa e que, embora esteja a cair, desce mais lentamente do que a taxa total de desemprego. Mas para resolver um problema é sempre preciso dar o primeiro passo, e esse seria dado a partir do encontro entre a Nova SBE, Cascais e o IEFP.
Leid Zejnilovic, chegado há pouco tempo a esta faculdade e que foi quem trouxe a iniciativa para Portugal, explica que a ideia passa por poder replicar as soluções que venham a ser encontradas. Por isso mesmo, como destaca Rayid, as ferramentas usadas, e os programas que forem desenvolvidos, são todos open source (podem ser usados e modificados por qualquer pessoa).
No caso do ataque ao desemprego de longa duração, juntaram-se três pessoas com diferentes formações: Helga Holmestad é física, Tarciso Oliveira já é analista de dados e Kathy Yang é economista. Ao PÚBLICO, os dois primeiros explicaram que a ideia passa por utilizar os dados disponibilizados pelas pessoas que se inscrevem no centro de emprego e, com base na sua análise dos dados, tentar criar um modelo que alerte para um potencial desempregado de longa duração (indo muito além de questões como a idade, profissão ou sexo).
Além disso, pretende-se envolver também os técnicos do IEFP, e colocar este instituto e a Câmara de Cascais mais em contacto. Com a informação certa, seria possível, por exemplo, alocar mais recursos às pessoas que apresentam um elevado risco de ficar sem emprego durante mais tempo. Os primeiros resultados vão ser apresentados já no dia 24 deste mês, no Museu Paula Rêgo, em Cascais.
Além do desemprego de longa duração, o Data Science for Social Good Europe reuniu outro cinco desafios: o da atribuição de médicos a pacientes numa grande rede de saúde (com apoio do grupo José de Mello Saúde, dono da CUF); como tornar sustentável a dinâmica entre turistas e habitantes na Toscânia (com o apoio da autarquia local), como melhorar o tempo de resposta a acidentes nos Países Baixos (com o apoio do governo holandês); criar um sistema que identifique e ajude a parar barcos de pesca ilegal, via satélite e GPS (com o apoio do World Economic Forum); e ajudar a identificar as melhores formas de aproveitar os telhados de Roterdão (com a autarquia local).
Com uma média de idades de 28 anos, há 15 fellows, de diferentes países e diferentes áreas (como neurociências ou engenharia química), a que se juntaram quatro portugueses (três da Nova e um do Técnico), a tentar dar respostas a estes desafios. Ponto em comum entre estas “mentes brilhantes”, como os organizadores as classificam: usar as suas competências para deixar uma marca positiva através da análise de dados.
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19.1.15
Portugal quer ser pioneiro na luta contra desemprego de longa duração na UE
in Diário de Notícias
Mota Soares reconhece "que o desemprego de longa duração continua a ser um problema efetivo para muitos portugueses"
O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Mota Soares, disse hoje em Bruxelas que Portugal quer ser pioneiro a lançar o combate, ao nível da União Europeia, ao desemprego de longa duração, a exemplo do juvenil.
"Da mesma forma que Portugal foi pioneiro na discussão e na aplicação da Garantia Jovem, entendemos que é muito importante agora sermos pioneiros a falar do caso do desemprego de longa duração porque é também certamente um problema forte a nível europeu", disse à agência Lusa Pedro Mota Soares.
O desemprego de longa duração, salientou o ministro, "é um problema económico, mas é acima de tudo um problema social", adiantando a necessidade de encontrar medidas para combatê-lo.
Portugal vai lançar dois programas específicos dirigidos a desempregados de longa duração com mais de 30 anos "porque reconhecemos que o desemprego de longa duração continua a ser um problema efetivo para muitos portugueses".
Mota Soares adiantou que uma das medidas - Vida Ativa -- serve para "dar formação em meio de trabalho, em local de trabalho, a desempregados de longa duração".
Ao mesmo tempo, salientou, o Governo vai lançar o programa Reativar, que prevê a criação de estágios "para dar uma segunda oportunidade".
Com a medida Vida Ativa, de formação de desempregados de longa duração em contexto de local de trabalho, o Governo vai gastar 30 milhões de euros e pretende atingir 20 mil trabalhadores até abril, bem como a medida Reativar, que visa criar oportunidades para desempregados com mais de 31 anos.
Com esta medida, que conta com uma majoração no caso de os beneficiários serem desempregados com mais de 45 anos, o Governo quer atingir 12 mil portugueses ao longo de todo o ano, estimando investir neste programa 43 milhões de euros.
Mota Soares falava à Lusa à margem de uma conferência sobre desemprego juvenil.
A medida ativa de emprego -- REATIVAR -- tem como objetivo promover a reintegração profissional de pessoas desempregadas de longa duração e de muita longa duração, com mais de 30 anos de idade, através da realização de estágios profissionais.
Estes estágios profissionais destinam-se a desempregados inscritos há pelo menos 12 meses nos centros de emprego e que nunca tenham sido abrangidos por uma medida ativa de emprego deste género.
Os estagiários receberão uma bolsa que pode variar entre o valor de 1 Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que corresponde a 419,22 euros, e o equivalente a 1,65 IAS, dependendo do seu nível de qualificação.
A bolsa de estágio será comparticipada entre 65% a 95% pelo IEFP, consoante a situação da entidade empregadora e do desempregado.
Mota Soares reconhece "que o desemprego de longa duração continua a ser um problema efetivo para muitos portugueses"
O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Mota Soares, disse hoje em Bruxelas que Portugal quer ser pioneiro a lançar o combate, ao nível da União Europeia, ao desemprego de longa duração, a exemplo do juvenil.
"Da mesma forma que Portugal foi pioneiro na discussão e na aplicação da Garantia Jovem, entendemos que é muito importante agora sermos pioneiros a falar do caso do desemprego de longa duração porque é também certamente um problema forte a nível europeu", disse à agência Lusa Pedro Mota Soares.
O desemprego de longa duração, salientou o ministro, "é um problema económico, mas é acima de tudo um problema social", adiantando a necessidade de encontrar medidas para combatê-lo.
Portugal vai lançar dois programas específicos dirigidos a desempregados de longa duração com mais de 30 anos "porque reconhecemos que o desemprego de longa duração continua a ser um problema efetivo para muitos portugueses".
Mota Soares adiantou que uma das medidas - Vida Ativa -- serve para "dar formação em meio de trabalho, em local de trabalho, a desempregados de longa duração".
Ao mesmo tempo, salientou, o Governo vai lançar o programa Reativar, que prevê a criação de estágios "para dar uma segunda oportunidade".
Com a medida Vida Ativa, de formação de desempregados de longa duração em contexto de local de trabalho, o Governo vai gastar 30 milhões de euros e pretende atingir 20 mil trabalhadores até abril, bem como a medida Reativar, que visa criar oportunidades para desempregados com mais de 31 anos.
Com esta medida, que conta com uma majoração no caso de os beneficiários serem desempregados com mais de 45 anos, o Governo quer atingir 12 mil portugueses ao longo de todo o ano, estimando investir neste programa 43 milhões de euros.
Mota Soares falava à Lusa à margem de uma conferência sobre desemprego juvenil.
A medida ativa de emprego -- REATIVAR -- tem como objetivo promover a reintegração profissional de pessoas desempregadas de longa duração e de muita longa duração, com mais de 30 anos de idade, através da realização de estágios profissionais.
Estes estágios profissionais destinam-se a desempregados inscritos há pelo menos 12 meses nos centros de emprego e que nunca tenham sido abrangidos por uma medida ativa de emprego deste género.
Os estagiários receberão uma bolsa que pode variar entre o valor de 1 Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que corresponde a 419,22 euros, e o equivalente a 1,65 IAS, dependendo do seu nível de qualificação.
A bolsa de estágio será comparticipada entre 65% a 95% pelo IEFP, consoante a situação da entidade empregadora e do desempregado.
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