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1.10.14

“São todos especiais”

por Olímpia Mairos, in RR

O Dia Internacional do Idoso assinala-se esta quarta-feira. No Lar da Misericórdia, em Chaves, a preocupação é criar um ambiente familiar e mostrar aos idosos “o quanto são importantes”.

Uns ainda caminham, apoiados em muletas ou no braço dos companheiros, outros já estão no banco do Jardim do Bacalhau, em Chaves, a gozar o sol e a conversar amigavelmente. São idosos do Lar Nossa Senhora da Misericórdia.

“Vieram à rua dar um passeio, vieram ver outras pessoas e outras realidades e distraírem-se um pouco”, explica à Renascença Luísa Teixeira, animadora sociocultural da Santa Casa da Misericórdia de Chaves.

A técnica refere que é preocupação da instituição mostrar aos mais velhos “o quanto são importantes”, “valorizá-los”, fazer-lhes sentir que “ainda são úteis” e proporcionar-lhes todas as condições para uma “vida feliz”.

Na área da animação dos idosos, está também Pedro Pinto de Almeida. Tem 37 anos e sempre viveu na cidade. Desconhecia as tarefas do campo, realidade com a qual se começou a familiarizar através do convívio com os mais velhos.

“Estou sempre a aprender alguma coisa. Agora são as vindimas. A seguir, já sei que são as castanhas. Diariamente, vamos sempre aprendendo alguma coisa com eles”, conta Pedro, concluindo que, nesta dinâmica de reciprocidade entre mais velhos e mais novos, o mais novo é quem “mais recebe” em matéria de conhecimento e experiência de vida.

A técnica Luísa Teixeira realça também a dimensão afectiva - “familiar” - que se cultiva na instituição, apesar do “feitio”, da “personalidade” e “gostos de cada um”.

“Cada um recebe de nós um carinho especial”, porque “eles são todos especiais”, conta.

"Somos uma família”
Especial é também a D. Elisa Águia, de 74 anos, por quem o senhor João Teixeira, de 77 anos, nutre uma admiração particular pela faceta “carinhosa e habilidosa” da amiga. “Sabe pregar um botão numa camisa”, diz com ar matreiro.

Elisa sorri e conclui: “Somos todos amigos, somos uma família”.

“Não nos falta nada. Cuidam de nós e as funcionárias são muito simpáticas”, acrescenta Isaura Pereira, com 92 anos.

Esta quarta-feira ,celebra-se o Dia Internacional do Idoso. A data vai ser assinalada na Santa Casa da Misericórdia de Chaves com uma eucaristia, um almoço de confraternização e uma tarde recreativa, em que participam todos os Lares da Instituição.

Milhares de idosos vivem sozinhos e abaixo do limiar de pobreza

por Ana Carrilho, in RR

Em Portugal, mais de milhão e meio de pensionistas têm reformas inferiores ao salário mínimo.

Mais de milhão e meio de pensionistas têm reformas inferiores ao salário mínimo, o que faz com que Portugal seja, na União Europeia, um dos países que tem maior percentagem de pessoas idosas a viver sozinhas e abaixo do limiar de pobreza.

A presidente da Associação de Pensionistas e Reformados (“APRe!”), Maria do Rosário Gama, diz à Renascença que é urgente proteger os mais velhos. Para tal, a “APRe!” insiste na necessidade de criar uma comissão de protecção de idosos, um apelo que consta de um manifesto a entregar esta quarta-feira em 30 autarquias.

As reformas são, em geral, baixas, mas quando as pessoas não completam a carreira contributiva, a situação agrava-se. No ano passado, 150 mil beneficiários da Segurança Social pediram a reforma antecipada, o mesmo acontecendo com alguns milhares na caixa Geral de Aposentações (CGA). No caso da Segurança Social, as pessoas reformam-se, em média, aos 63 anos; na CGA, ano passado, nem sequer atingiram os 61.

Segundo dados da PORDATA, em Portugal, as pessoas com mais de 65 anos ultrapassam os dois milhões, quase 20% da população. Portugal é o quarto país mais envelhecido da União Europeia a 27 membros, de acordo com dados de 2012. Com percentagens mais elevadas, aparecem a Grécia, a Alemanha e, no fundo da tabela, a Itália.

Os concelhos de Alcoutim, Idanha-a-Nova, Penamacor, Pampilhosa da Serra e Vila Velha de Ródão duplicam a média nacional e têm mais de 40% de idosos.

Em todos o país, há dois idosos para cada criança com menos de 10 anos. Na década de 70, era ao contrário. Os mais velhos são avós cada vez mais tarde, porque a idade em que as filhas se tornam mães mais também aumentou, rondanddo, agora, os 30 anos.

A esperança de vida também aumentou. Em 2012, aos 65 anos, os portugueses tinham a expectativa de viver, em média mais 19 anos - mais elas, mais que eles: 20 anos contra 17.

Um terço dos maiores de 65 não completou qualquer grau de escolaridade, não sendo por isso de admirar que apenas um em cada cinco indivíduos deste universo tenha usado computador nos últimos três meses. A média europeia é de um para três. Ainda assim, Portugal registou uma das maiores evoluções entre os 28 nos últimos anos.