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14.9.21

Envelhecer no mundo digital

Alexandra Paio, Docente do ISCTE-IUL, opinião, in Económico on-line

O conceito Ambientes de Vivência Assistida tem como objetivo central apoiar o desenvolvimento de soluções tecnológicas que promovam o envelhecimento.

A tecnologia conquistou um lugar central no cotidiano de todos nós. O papel desta na promoção de soluções de apoio a um envelhecimento ativo e saudável, tem sido essencial na resposta aos desafios relacionados com o aumento da esperança média de vida da população e dos problemas associados.

Os números do Eurostat são claros, os europeus vivem mais do que nunca, prevendo-se que mais de metade da população da União Europeia terá mais de 65 anos em 2070. Esta evidencia tem implicações profundas, não apenas na sociedade, mas também na tomada de decisão de governos e empresas, bem como no desenho das nossas cidades.

Em 2021, a organização mundial de saúde define, no âmbito do relatório para uma Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030), objetivos interrelacionados que todos os cidadãos sénior devem usufruir: a capacidade de atender às necessidades básicas; continuar a aprender e a tomar decisões; ter mobilidade e acessibilidade aos espaços públicos e assim construir e manter relacionamentos; e contribuir ativamente para a sociedade.

A independência e qualidade de vida dos cidadãos sénior na sociedade através de modelos sustentáveis de apoio à saúde e assistência social, mercados de trabalho, finanças públicas, bem como à segurança, à escala da casa e da cidade, são desafios do conceito Ambientes de Vivência Assistida, do inglês Ambient Assisted Living (AAL).

O conceito AAL tem como objetivo central apoiar o desenvolvimento de soluções tecnológicas que promovam o envelhecimento ativo, tendo sempre em conta as necessidades bio-psico-sociais, recursos humanos e materiais disponíveis. Neste contexto, as tecnologia de informação e comunicação (TIC) assumem protagonismo na criação de produtos, serviços e sistemas para fornecer às pessoas mais vulneráveis num ambiente seguro, que melhore a sua qualidade de vida e reduza os custos de saúde e assistência social associados.

O programa europeu AAL apresenta um conjunto de histórias de sucesso que visam melhorar a qualidade de vida e a autonomia dos mais velhos, através de projetos de natureza inovadora, internacional e multidisciplinar, nomeadamente, gestão da doença crónica, inclusão social, acesso a serviços online, mobilidade, gestão de atividades diárias e apoio por cuidadores informais. A perspetiva é ampla e inclui, diferentes tipos de projetos: AAL em casa (casa de família, casa/apartamentos com abrigo ou apoio, casa de repouso, etc.) e no espaço público (móvel); AAL na comunidade e AAL no trabalho.

Em Portugal, as parcerias estabelecidas no âmbito da investigação, como universidades e centros tecnológicos, através de processos participativos envolvendo os vários setores da sociedade, instituições de saúde públicas e privadas (hospitais, companhias de seguros ou as operadoras de telecomunicações), tem possibilitado codesenhar e disseminar soluções fundamentais para a entrada em novos mercados.

As parcerias e recursos AAL tem, também, uma missão fundamental nas cidades. O projeto Porto4Ageing, com mais 90 organizações – Decisores/Prestadores de Cuidados; Empresas/Indústria; Academia/Investigação e Sociedade Civil/Utilizadores –, é um exemplo na promoção e convergência local para atingir os objetivos propostos para a próxima década. Como afirmam, “o sucesso do uso de ferramentas digitais na área do envelhecimento ativo e saudável depende da contribuição ativa dos ecossistemas de inovação locais e regionais e das suas organizações, incluindo a indústria, a sociedade civil, as universidades e os decisores públicos”.



3.12.20

“O digital vai mudar a geografia e tornar a Europa mais coesa”, diz Elisa Ferreira

Manuela Pires, in RR

A comissária europeia da coesão e reformas Elisa ferreira participou esta tarde na Web Summit num debate sobre “uma europa mais coesa”.

A comissária europeia da coesão e reformas acredita que a digitalização e a conectividade vão tornar a europa mais coesa. Numa conferência na Web Summit, que este ano é exclusivamente virtual, Elisa Ferreira referiu que a pandemia da Covid-19 veio mostrar isso mesmo.

A comissária europeia garantiu que “tornar a Europa mais coesa é fazer com que nenhum cidadão ou região fiquem para trás” e a tecnologia pode ajudar a quebrar essas barreiras. “Na Europa, a digitalização e conetividade pode redesenhar a dependência na geografia e torná-la menos relevante enquanto determinante do sucesso das regiões e das pessoas em função da região em que nascem”, referiu Elisa Ferreira.

A comissária europeia acrescentou ainda que um dos objetivos da política de coesão é preencher aquilo a que chamou “as falhas de mercado” porque “as empresas privadas concentram-se onde há mais pessoas, mas o nosso propósito é que todo o território europeu esteja coberto, para que aqueles que nasceram por acidente numa determinada região não fiquem para trás” disse Elisa Ferreira.

A comissária europeia falou ainda sobre o novo Fundo para uma Transição Justa é um instrumento importante no âmbito do maior Pacto Ecológico Europeu.

Elisa Ferreira garantiu que a comissão vai canalizar fundos para “as regiões que dependem exclusivamente, ou quase, do carvão e onde existem indústrias que emitem grandes quantidades de carbono. É um instrumento específico para essas regiões poderem fazer a transição sem grandes custos económicos e sociais” concluiu a comissária europeia Elisa Ferreira.