24.7.09

Mais 107 mil desempregados do que há um ano em Portugal

Ana Paula Lima, in Jornal de Notícias

Centros de Emprego tinham inscritos 489 820 trabalhadores sem emprego no mês de Junho.

Há mais 107 322 desempregados inscritos nos Centros de Emprego, do que há um ano. Em Junho, havia 489 820 pessoas sem emprego, mais 28,1% do que no mesmo mês de 2008, e mais 0,1% do que em Maio deste ano.

A informação mensal do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) revela que 93,3% das pessoas que se inscreveram nos Centros de Emprego no mês passado estão à procura de um novo emprego, um tipo de solicitação que aumentou 30,2%, face a Junho de 2008, enquanto a procura de primeiro emprego subiu apenas 4,4%. Neste momento, do total de desempregados registados pelo IEFP, 67,7% estão sem emprego há menos de um ano e 32,3% há um ano ou mais.

Apesar da escalada do desemprego, o Governo não prevê novas medidas de combate ao problema. O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, considerou que a subida do desemprego é "uma consequência natural da crise" e que "as medidas no terreno são as mais adequadas".

Reconhecendo que o "desemprego continua em níveis elevados", o presidente do IEFP, Francisco Madelino, lembrou que, em Junho, os dados mostram uma "estagnação do crescimento do desemprego", em termos mensais.

O desemprego agravou-se sobretudo entre os homens (+46%), jovens (+32%) e adultos (+27%), e o Algarve foi a região onde o número de inscritos subiu mais (+91,5%), mas a que continua a registar mais desempregados é a região Norte (217 554 pessoas). O sector da construção foi o que mais contribuiu para a subida do desemprego. Face a Junho de 2008, o desemprego neste sector subiu 74%. Outro contributo relevante veio da indústria da madeira e da cortiça (mais 66,2% inscritos). Por actividades, o desemprego acentuou-se mais entre os "operários e trabalhadores da indústria extractiva e construção civil", com um agravamento de 90,5%, para 37 268 inscritos.

Os "trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio" continuam, no entanto, a ser os que registam maior número de inscrições, 58 515, mais 14,3% do que há um ano, mas menos 1,7% que no mês de Maio deste ano. É neste grupo que está grande parte dos desempregados à procura de novo emprego. Segundo o IEFP, dos 441 406 candidatos a novo emprego, 57% pertencem ao sector dos "serviços", destacando-se as "actividades imobiliárias e o comércio". Em segundo, estão os trabalhadores da indústria (38,8% candidataram-se a novo trabalho). O fim de contratos a prazo é a principal razão das inscrições.