22.7.09

Cerâmica prepara estratégia futura

Erika Nunes, in Jornal de Notícias

Trabalho de equipa, entre empresas da indústria cerâmica e investigadores e empresas, além de muito marketing e promoção, são as ideias chave do plano estratégico apresentado ontem para o sector da cerâmica em Portugal.

A Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI) apresentou, ontem, em Lisboa, uma versão provisória do Plano Estratégico para o Sector da Cerâmica em Portugal, que efectou, a pedido da Associação Portuguesa da Indústria Cerâmica (APICER).

"Só daqui a uns dez dias vamos ter a versão final, pelo que não quero tecer desde já muitas considerações sobre os resultados do estudo", disse, cauteloso, Duarte Garcia, presidente da APICER.

A antecipação da apresentação dos resultados foi devida à época do ano, sendo que "daqui a dez dias já não se conseguiria reunir gente em Lisboa e o próprio secretário de Estado veio apesar de já estar de férias".

No evento, Castro Guerra, secretário de Estado da Indústria e Inovação, defendeu a criação de um "cluster" da cerâmica na Região Centro, como forma de combater "o isolamento de algumas empresas do sector". Tal união, aliás sugerida também pelo estudo da SPI, permitiria também "um trabalho conjunto para objectivos que sirvam mais do que um", permitindo, por exemplo, a apresentação de candidaturas a projectos de eficiência colectiva.

Duarte Garcia também não quis comentar a ideia de um "cluster" do sector, porque "é um sector com cinco realidades diversas e não tive a oportunidade de analisar as reacções de todos os subsectores a esta ideia". Porém, admitiu que "em teoria, parece boa ideia".

Após uma análise do sector, o Plano Estratégico apresenta 14 projectos mobilizadores, a realizar a médio prazo (5 anos), distribuídos por áreas desde o "branding" até missões empresariais, a realização de guias de boas práticas em questões de sustentabilidade das empresas e respectivas certificações, a promoção da qualificação dos recursos humanos e recrutamento de jovens altamente qualificados, bem como a promoção do desenvolvimento de novos produtos e utilizações para produtos cerâmicos.

Quanto ao plano de apoio à indústria cerâmica pedido ao Estado, no início do ano, por um conjunto de empresários do sector, Duarte Garcia revelou ter algumas informações positivas da parte da tutela, porém sem indicação de data precisa para a concretização.

"Todas as medidas são urgentes para o sector, mas não mandamos no calendário de prioridades do Governo", lamentou o presidente da APICER.