Patrícia Susano Ferreira, in Destak.pt
As assimetrias entre ricos e pobres foram atenuadas e a taxa de risco de pobreza manteve-se nos 18%.
No entanto, a faixa etária abaixo dos 18 anos viu este índice subir para 23%, enquanto para os idosos se verificou uma melhoria. Entre 2005 e 2009, 120 mil seniores foram retirados da pobreza.
Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística sobre Condições de Vida e Rendimento, relativos a 2007, mostram que o risco de pobreza se manteve nos 18% - o nível mais baixo registado desde 1995 e só possível devido às ajudas do Estado. Segundo os resultados do inquérito, sem o efeito das medidas de ajuda social, esta taxa subiria seis pontos percentuais, para 24%.
Além do risco de pobreza se manter no mesmo nível do ano anterior, a desigualdade de rendimentos diminuiu. Comparando os vencimentos de 20% da população que recebe mais com a mesma percentagem dos que ganham menos, a diferença baixou de 6,5 vezes para 6,1.
Por faixas etárias, as boas notícias vão para os idosos com uma redução de quatro pontos percentuais no risco de pobreza, para um total de 22%. Desde 2005 até 2008, 120 mil idosos foram retirados da pobreza. No extremo oposto ficaram os jovens com menos de 18 anos, sendo que um em cada quatro entrou nesta lista, num total de 23%.
É mais difícil viver sozinho
Já em relação à constituição do agregado, o risco de pobreza atingia em 2007 valores elevados para as famílias constituídas por um adulto que vive sozinho (31%), por um adulto sozinho com pelo menos uma criança (39%) e por dois adultos com três ou mais crianças (32%).
No caso dos adultos que vivem sós, as proporções de mulheres e idosos com rendimentos inferiores à linha de pobreza eram, respectivamente, de 33% e 34%. Os agregados constituídos por três ou mais adultos sem crianças dependentes registavam a taxa de risco pobreza mais baixa: 7%.
Desempregados com mais dificuldades
Em 2007, o risco de pobreza agravou-se para a população em situação de desemprego com 35%, em comparação com 32% no ano anterior. Já a população empregada (seja por conta de outrem, seja por conta própria) registava uma taxa de risco de 12% e os reformados viram a percentagem baixar de 23% para 20%.