Barroso propõe acção conjunta para bancos eliminarem activos tóxicos

in Dinheiro Vivo

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, afirmou hoje que a Comissão procura soluções para limpar os balanços das entidades financeiras europeias.

"Propusemos aos Estados membros que haja uma acção coordenada com os bancos capitalizados para desfazerem-se dos activos tóxicos", afirmou Barroso.

Em entrevista, transmitida no Youtube, o responsável europeu frisou também que "um país não pode viver acima das suas posses e a Grécia estava precisamente a fazer isso".

"A Grécia os e países que estão a viver acima das suas necessidades terão de fazer alguns ajustamentos dolorosos e isso é inevitável”, afirmou o português quando inquirido sobre o que a União Europeia está a fazer para dar um empurrão ao consumo e ao crescimento económico.

Segundo este responsável, a Comissão Europeia sempre avisou os países para os altos níveis de endividamento: "Chegámos a propor que o Eurostat auditasse os dados dos países membros, mas os países sempre negaram. Agora, com a crise, os países finalmente aceitaram que o Eurostat auditasse as suas contas".

O antigo primeiro-ministro português também destacou que a Comissão Europeia pretende acelerar a entrega de fundos estruturais, tendo sido criada uma task force para realizar a tarefa, mas que os países terão de passar por “ajustamentos dolorosos" que "serão inevitáveis”.

O resultado é óbvio. Para Durão Barroso, "estamos agora a lidar com os malefícios de não termos uma maior integração orçamental".

Bruxelas pretende também que os responsáveis que afundaram instituições financeiras sejam penalizados. “Pretendemos criminalizar pessoalmente alguns actos” de líderes do sistema financeiro, nomeadamente “por prejuízos causados à sociedade”. “Contra os países que têm estado a gastar demasiado durante os últimos anos”, explicou Barroso.

Inquirido sobre se se sentia responsável pela crise europeia, o responsável europeu foi peremptório: "Sinto-me responsável e estou a fazer todo o que for possível para resolver a crise europeia. Devemos recordar que os governos e os parlamentos agem muito mais lentamente que os mercados", afirmou.

"Para combater os países prevaricadores foi adoptada mais legislação e reforçámos o Plano de Estabilidade e Crescimento" disse o responsável, salientando o reforço de poderes de governação económica, incluindo a possbilidade de poder aplicar sanções.

O presidente da Comissão Europeia foi inquirido sobre qual o valor que a União Europeia gastou com os resgates aos bancos, desde o início da crise financeira. "Mais de quatro biliões de euros foram gastos em resgates a bancos, desde o início da crise".

O canal Worldview entrevista mensalmente personalidades mundiais: Obama, Cameron e Zapatero foram alguns dos entrevistados,