Dilma Rousseff diz que medidas que levaram à crise são "prescritas como terapia"

in Jornal de Notícias

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, afirmou, esta quarta-feira, na Bulgária, que os países desenvolvidos se encontram numa "encruzilhada" na qual muitas vezes as políticas que levaram à crise são "prescritas como terapia".

"Os países desenvolvidos, que não encontraram equilíbrio entre ajustes fiscais apropriado e estímulos necessários para retomar o crescimento de maneira equilibrada, encontram-se numa encruzilhada. Muitas vezes, o que gerou a crise é reafirmado e prescrito como terapia", afirmou a líder brasileira.

Ao ressaltar que o Brasil não está "imune" ao aprofundamento da crise, Dilma Rousseff apontou a Grécia como um dos principais "pontos de irradiação" e apontou a necessidade de uma "acção articulada e solidária" de todos os países para fazer frente aos problemas enfrentados por aquele país.

"Na reunião com a Comissão Europeia, eu afirmei a importância, para o Brasil, da Europa [...], e a importância de manter a durabilidade dessa conquista que foi a União Europeia", acrescentou, destacando ainda a relevância da Zona Euro para todo o mundo.

Dilma Rousseff viajou à Bulgária acompanhada de uma comitiva de empresários de algumas das principais empresas do país, entre elas a Petrobras e a Eletrobrás.

A presidente destacou ainda a presença da fabricante de aeronaves Embraer - que começou a comercializar aeronaves na nação balcânica - e da fabricante de autocarros Marcopolo, que participa num concurso para fornecer os seus veículos ao país do leste europeu.

Durante o discurso, a líder reafirmou a disposição do Brasil em assumir as suas responsabilidades e ajudar "no que for possível" os seus parceiros.

"Estejam seguros de que o Brasil será sempre um parceiro e fará todo o possível para que esta crise tenha uma solução menos dolorosa e mais rápida. Estejam seguros também de que o Brasil será uma opção segura para produtos e serviços búlgaros, caso sejam afectados pela redução das demandas de parceiros tradicionais", assegurou.

Filha de um imigrante búlgaro, a presidente brasileira alia a viagem oficial a uma agenda pessoal, segundo a qual visitará, na quinta-feira, a cidade búlgara de Gabrovo, terra natal do seu pai.