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2.11.22

Pobreza, o grande desafio português dos próximos tempos

in Sapo

Eis três indicadores que devem preocupar grandemente os decisores políticos:Em 2019, cerca de 10% das pessoas que trabalhavam em Portugal em 2019 eram pobres — ou seja, uma em cada 10, 439.242 de um total de 4,5 milhões de pessoas. Estes números, porém, podem pecar por muito escassos, dado que são anteriores à pandemia da covid-19 e à atual crise financeira — e contabilizam apenas pessoas empregadas. A tendência, alerta Susana Peralta, economista e uma das autoras do relatório onde se contabilizam estes dados, é para a pobreza aumentar, face à inflação.

Uma métrica mais recente e igualmente alarmante foi registada pelo Eurostat: cerca de uma em cada quatro crianças portuguesas com menos de 18 anos (22,9%) vivia, em 2021, em situação de pobreza ou exclusão social.

Falando em inflação: a taxa de inflação em Portugal atingiu em outubro os 10,2%, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). É o valor mais elevado desde desde maio de 1992.

Tudo somado, e tendo em conta que as circunstâncias que provocaram esta crise — a Guerra da Ucrânia, em particular — não mudarão tão cedo, o país pode ter de se preparar para um choque pesado nos próximos tempos.

Um sinal de preocupação do lado de quem manda chegou hoje da parte​​ da Presidência da República. Marcelo Rebelo de Sousa reuniu o Conselho de Estado e as conclusões do mesmo foram tão óbvias quanto pertinentes: mitigar a inflação e combater a pobreza.

"Foi realçada a importância de concretizar políticas que permitam mitigar a inflação e seus efeitos e incentivar o crescimento, tendo como preocupação o combate à pobreza, a diminuição das desigualdades sociais e bem-estar dos cidadãos. E conjugando exigências prementes de curto prazo com perspetivas de médio e longo prazo", lê-se no comunicado emitido depois da reunião no Palácio da Cidadela, em Cascais.

Marcelo tem insistido neste tema: há uma semana, em Susa, no concelho de Vila Nova de Gaia, o Presidente da República salientou que, com ou sem guerra, é urgente que os números da pobreza se reduzam até 2030.

"A estratégia de combate à pobreza, já uma necessidade antes da guerra. Estamos perto de dois milhões de pessoas, não saímos daí. Mas independentemente da guerra, temos de reduzir a pobreza em Portugal até 2030", salientou.

23.10.22

"Independentemente da guerra, temos de reduzir a pobreza em Portugal até 2030"

Marcelo Rebelo de Sousa, in Sapo

Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, abordou esta sexta-feira os dados recentes sobre a pobreza em Portugal, salientando que, com ou sem guerra, é urgente que os números reduzam num prazo de oito anos.

"A estratégia de combate à pobreza, já uma necessidade antes da guerra. Estamos perto de dois milhões de pessoas, não saímos daí. Mas independentemente da guerra, temos de reduzir a pobreza em Portugal até 2030", salientou.

O Presidente da República alertou hoje que a sociedade portuguesa andará "para trás" se não conseguir ultrapassar o problema da pobreza e disse esperar que os fundos europeus sirvam para “enfrentar as causas” que provocam carências.

“Uma sociedade que não consegue, como um todo, poderes públicos e todos os cidadãos, não consegue ultrapassar o problema da pobreza, é uma sociedade que, ainda por cima envelhecida, anda para trás, não anda para a frente”, afirmou ao inicio da tarde Marcelo Rebelo de Susa, em Vila Nova de Gaia.

No distrito do Porto para participar no encerramento do XVI encontro anual do Conselho Superior da Magistratura, o chefe de Estado considerou ser uma “meta fundamental” cumprir o desígnio de até 2030 retirar 765 mil pessoas do risco de pobreza

“Dos fundos europeus, espero que uma parte venha, ao tratar da Educação, da Habitação, de questões sociais e de Saúde, que venha enfrentar as causas da pobreza em Portugal”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa, questionado sobre notícias que apontam a existência de alarmes em latas de atum por estas serem roubadas por pessoas com fome, o que apontará o aumento dos níveis de pobreza no país, lembrou que a pobreza “é um problema de fundo” da sociedade portuguesa.

“A generalidade dos portugueses apesar da situação económica e social e das medidas que vai ser necessário tomar, e há medida do tempo vai ser necessário tomar mais medidas, se a guerra se prolongar, a generalidade dos portugueses tem um comportamento cívico, apesar daquilo que sofre, irrepreensível”, considerou.

O chefe de Estado salientou que a estratégia de combate à pobreza “já era uma necessidade antes da guerra”, referindo que a pobreza em Portugal “subiu” com a guerra, e antes com a pandemia.

“É preciso fazer aquilo que a estratégia contra a pobreza se propunha a fazer, até 2030 reduzir de forma apreciável aquilo que é um patamar de pobreza brutal”, finalizou.