Marcelo Rebelo de Sousa, in Sapo
Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, abordou esta sexta-feira os dados recentes sobre a pobreza em Portugal, salientando que, com ou sem guerra, é urgente que os números reduzam num prazo de oito anos.
"A estratégia de combate à pobreza, já uma necessidade antes da guerra. Estamos perto de dois milhões de pessoas, não saímos daí. Mas independentemente da guerra, temos de reduzir a pobreza em Portugal até 2030", salientou.
O Presidente da República alertou hoje que a sociedade portuguesa andará "para trás" se não conseguir ultrapassar o problema da pobreza e disse esperar que os fundos europeus sirvam para “enfrentar as causas” que provocam carências.
“Uma sociedade que não consegue, como um todo, poderes públicos e todos os cidadãos, não consegue ultrapassar o problema da pobreza, é uma sociedade que, ainda por cima envelhecida, anda para trás, não anda para a frente”, afirmou ao inicio da tarde Marcelo Rebelo de Susa, em Vila Nova de Gaia.
No distrito do Porto para participar no encerramento do XVI encontro anual do Conselho Superior da Magistratura, o chefe de Estado considerou ser uma “meta fundamental” cumprir o desígnio de até 2030 retirar 765 mil pessoas do risco de pobreza
“Dos fundos europeus, espero que uma parte venha, ao tratar da Educação, da Habitação, de questões sociais e de Saúde, que venha enfrentar as causas da pobreza em Portugal”, disse.
Marcelo Rebelo de Sousa, questionado sobre notícias que apontam a existência de alarmes em latas de atum por estas serem roubadas por pessoas com fome, o que apontará o aumento dos níveis de pobreza no país, lembrou que a pobreza “é um problema de fundo” da sociedade portuguesa.
“A generalidade dos portugueses apesar da situação económica e social e das medidas que vai ser necessário tomar, e há medida do tempo vai ser necessário tomar mais medidas, se a guerra se prolongar, a generalidade dos portugueses tem um comportamento cívico, apesar daquilo que sofre, irrepreensível”, considerou.
O chefe de Estado salientou que a estratégia de combate à pobreza “já era uma necessidade antes da guerra”, referindo que a pobreza em Portugal “subiu” com a guerra, e antes com a pandemia.
“É preciso fazer aquilo que a estratégia contra a pobreza se propunha a fazer, até 2030 reduzir de forma apreciável aquilo que é um patamar de pobreza brutal”, finalizou.