in Rádio Campanário
O Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza celebra-se a 17 de outubro.
A data foi comemorada oficialmente pela primeira vez em 1992, com o objetivo de alertar a população para a necessidade de defender um direito básico do ser humano.
Antes, a 17 de outubro de 1987, Joseph Wresinski, o fundador do Movimento Internacional ATD Quarto Mundo, convidou as pessoas a se reunirem em honra das vítimas da fome e da pobreza em Paris, no local onde tinha sido assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Ao seu apelo responderam cem mil pessoas.
A erradicação da pobreza e da fome é um dos oito objetivos de desenvolvimento do milénio, definidos no ano de 2000 por 193 países membros das Nações Unidas e por várias organizações internacionais.
Neste dia se dá voz aos pobres e se unem esforços para acabar com a pobreza.
A pobreza em Portugal segue desde 2017 uma tendência crescente, após dois anos de pandemia e com a chegada da guerra à Europa, a situação piorou e a previsão é a de que vai agravar-se.
De acordo com um estudo agora apresentado pelo Pordata, “Esta é mais uma crise global, que atinge de forma muito particular as camadas mais vulneráveis da sociedade, acelerando a degradação de uma situação já precária. Portugal, que já vinha registando uma tendência preocupante no que diz respeito ao aumento da pobreza, também tem sido afetado pelo panorama atual, que não apenas dificulta a melhoria desta situação, como também a agrava”.
Há três grupos especialmente mais afetados: - famílias com filhos; - desempregados; e, - pessoas com mais de 65 anos.
Luísa Loura, Diretora da Pordata revelou dados mais concreto e diz que “Portugal tem uma população pobre só com base nos rendimentos, ou seja, sem contar ainda com os apoios sociais, de cerca de 4.400 milhões de pessoas”, um número que, diz, baixa para “cerca de 1.900 milhões de pessoas”, se forem tidos em conta os apoios sociais, como o Rendimento Social de Inserção (RSI).
Quanto aos desempregados, 2020 trouxe uma inversão da tendência. pois o mesmo aumentou cerca de 23% face ao periodo pré-pandemia.
Com a chegada da pandemia assistiu-se a um aumento de "22,5% face a 2019". E, no ano passado, não só não houve recuos, com aumentou cerca de 23% face ao período pré-pandemia assim como aumentou o número de beneficiários de RSI.
Já no que diz respeito aos idosos em 2021 eram mais 1,6 milhões os pensionistas da Segurança Social que viviam com pensões inferiores ao salário mínimo nacional (665 euros).
Fonte: Pordata