Mostrar mensagens com a etiqueta Associação Zero. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Associação Zero. Mostrar todas as mensagens

1.2.23

ZERO critica demora da Estratégia para Combate à Pobreza Energética

Por Antena 1, in RTP

Tarda em sair do papel a Estratégia Nacional para o Combate à Pobreza Energética. A estimativa é de que existam cerca de três milhões de habitantes com dificuldades para manter as casas aquecidas. Sendo que quase 700 mil vivem em pobreza energética severa.Francisco Ferreira, da associação ambientalista ZERO, critica a demora na implementação desta estratégia, que reentra em consulta pública depois de uma primeira fase, há já 20 meses.

O ambientalista considera que os vales eficiência com o valor médio de 1.300 euros para distribuir a estas famílias são insuficientes.

Com a Estratégia Nacional para o Combate à Pobreza Energética, o Governo quer passar de quase 17,5 para dez por cento a percentagem de portugueses que não conseguem aquecer as casas.


28.1.22

Associação Zero queixa-se a Bruxelas de "má gestão" de fundos europeus

in JN

A associação ambientalista Zero anunciou, esta sexta-feira, que apresentou uma queixa à Comissão Europeia contra Portugal por "violação da diretiva Aves", que visa proteger as aves selvagens no espaço comunitário, e por "má gestão dos fundos europeus destinados à agricultura".

A Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável justifica, em comunicado, a ação com o "decréscimo alarmante" de espécies de aves estepárias (predominantes em estepes) "que estão protegidas por lei", estimando que as populações da águia-caçadeira, do sisão e da abetarda caíram entre 49% e 85% nos últimos 10 anos.

A associação salienta que estas espécies, que têm "a maior parte da sua população" no Alentejo, "estão muito dependentes" da rotação entre culturas de cereais de sequeiro e o pousio, "tendo sido designadas 13 Zonas de Proteção Especial (ZPE) com vista à sua conservação".

Para a Zero, várias razões explicam o "decréscimo brutal" das espécies de aves estepárias, como os "fracos apoios", por hectare, aos agricultores para a sua conservação, que "parecem não compensar os custos adicionais e de oportunidade face, por exemplo, a outras atividades mais competitivas e mais subsidiadas, como a produção de gado bovino ou a agricultura de regadio, e também não compensam as perdas de rendimento incorridas que derivam de menores produtividades".

"O reduzido valor dos apoios em causa não tem, pois, impedido que os agricultores prefiram a criação de bovinos ou outras espécies pecuárias", refere o comunicado, assinalando que as pastagens e as culturas forrageiras, ligadas à produção de gado, ocupam a maior parte das áreas declaradas em oito das 13 ZPE.

Segundo a Zero, em "quase todas" estas ZPE "proliferam situações de intensificação agrícola de génese ilegal associadas ao regadio que alteraram o uso do solo" sem que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) "tenha efetuado qualquer diligência no sentido de garantir a reposição da situação anterior".

Acresce, de acordo com a associação ambientalista, que "as datas de cortes de cereais e de culturas forrageiras são autorizadas sem que se tenha em conta o ciclo de reprodução das espécies" das aves protegidas.

"O que favorece o rendimento dos agricultores, mas cria uma perversão total, já que, na prática, a subsidiação pública acaba a promover a mortalidade nas espécies que a legislação comunitária protege", sustenta a Zero, apontando a falta de planos de gestão para cada uma das ZPE e de um plano de ação para a conservação das aves estepárias, o qual, diz, "há muito se encontra elaborado" pelo ICNF, mas "nunca foi aprovado pela tutela".

Para a associação, só a alteração do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) 2023-2027, do qual Portugal "aguarda por uma decisão" de Bruxelas, "pode salvar da extinção" as aves estepárias, em particular a águia-caçadeira, o sisão e a abetarda.

"Há que repensar os montantes dos apoios aos agricultores com atividade agrícola situada nas ZPE Estepárias, para que os mesmos sejam adequada e justamente compensados por custos adicionais, custos de oportunidade e por perdas de rendimento pela adesão aos apoios zonais destinados à manutenção da rotação de sequeiro cereal-pousio", defende.

De acordo com a Zero, a concessão de subsídios mais ajustados aos agricultores das ZPE permitiria que a produção de cereais praganosos (trigo, centeio, cevada, aveia) e leguminosas (feijão, grão, favas, lentilhas, ervilhas) se tornasse numa "atividade competitiva face à produção de gado" e "inibidora de pressões no sentido da intensificação agrícola".

Numa reação ao comunicado, o Ministério da Agricultura alegou à Lusa desconhecimento da queixa da Zero e que o PEPAC "respeita os regulamentos europeus e está em linha com a proposta do quadro da ação prioritária para a biodiversidade".