Sandra Afonso, in RR
Por todo o país, mas sobretudo em Lisboa, existem várias portas que dão apoio às pessoas com deficiência e às empresas, tanto às que estão disponíveis para contratar e como àquelas que ainda têm muros para derrubar.
A maioria das pessoas com deficiência começa por procurar emprego por meios próprios e, por isso, quando chegam a estas estruturas de apoio já receberam muitas rejeições, sentem-se derrotados, cansados e inseguros. Joana Frederico, da Associação Salvador, defende que muitas vezes os pedidos são mal canalizados, “as próprias pessoas não fazem uma pesquisa acertada ou não têm os contactos certos”. Esta é a mais valia destes serviços, “têm mais facilidade em chegar às empresas”.
A Associação Salvador abriu em 2015 um gabinete em Lisboa, para apoiar pessoas com deficiência motora a conseguir emprego. Três anos depois, a iniciativa chegou ao Porto. A maioria ainda procura o primeiro emprego, mas há também quem venha de instituições e até há quem procure um salário melhor.
Mais antiga, de portas abertas desde os anos 90, a OED, funciona exclusivamente na zona de Lisboa, mas ajuda candidatos com todo o tipo de deficiências. É um serviço da Fundação Liga, com o apoio do Instituto de Emprego e da autarquia.
Funciona com equipas de técnicos, ou gestores de caso, e prospetores de emprego. São estes últimos, segundo a coordenadora, Sara Pestana, o segredo do sucesso. Eles “vão às empresas, sensibilizá-las para a integração das pessoas com deficiência, para o valor do trabalho destas pessoas, para perceberem que é possível integrar pessoas com deficiência”. Os prospetores de emprego “abrem as portas”.
Com uma linguagem académica e técnicas novas surgiu na Nova SBE, em Carcavelos, o mais recente projeto, o “Inclusive Community Forum”, para promover a inclusão. Logo no primeiro ano, 2017/2018, o tema escolhido foi a empregabilidade. A primeira tarefa foi realizar um levantamento da situação e necessidades do mercado, diz Isabel Almeida e Brito, “seguido do ‘Peer2Peer’, um programa realizado a pares, de preparação para o mercado de trabalho, em que alunos preparam com os candidatos o currículo, as entrevistas, as áreas em que podem e querem trabalhar”.
Faltava ainda um mecanismo de mercado, que fizesse um bom ‘match’ entre candidatos e empresas com vagas disponíveis”, surge então o ‘HR4Inclusion’, em que trabalharam com empresas de recrutamento, para garantir uma melhor ligação entre candidatos e empresas.
Também a OED e a Associação Salvador trabalham os currículos com as pessoas com deficiência e preparam-nas para as entrevistas. Quando necessário, são encaminhadas para formação. O ICF inclui as famílias em todo o processo. As três estruturas vão às empresas, à procura da melhor colocação possível para cada candidato.
No resto do país, o IEFP dá apoio à empregabilidade dos candidatos com deficiência através dos Centros de Recursos. Mas nestes casos, não existem prospetores de emprego, apenas técnicos, que fazem todo o trabalho. Estes centros também não atendem apenas as pessoas com deficiência, congregam vários serviços.
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29.6.18
Estado não cumpre quota de 5% imposta para integração de deficientes
in o Observador
Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra diz que há instituições públicas que não cumprem a quota de 5% que a lei impõe de integração de pessoas portadoras de deficiência.
O professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra Jorge Leite afirmou hoje que há instituições públicas que não cumprem a quota de 5% que a lei impõe de integração de pessoas portadoras de deficiência.
“Segundo as estatísticas, há um conjunto relativamente amplo de instituições publicas que não cumprem os 5% que a lei impõe e no setor privado, também segundo as estatísticas, é uma quota que não tem sido cumprida”, afirmou à agência Lusa Jorge Leite.
O professor universitário esteve presente no XI Congresso Nacional de Queimados, em Pedrógão Pequeno, no concelho da Sertã (distrito de Castelo Branco), onde proferiu uma intervenção sobre “deficiência e trabalho nas trajetórias da inclusão/exclusão social”.
O Estado que negligencia, referiu, tem um rosto.
“Tem pessoas, são eles que decidem e, portanto, é uma questão de os sensibilizar mais e fazê-los sentar no banco dos tribunais. Não é uma desonra nenhuma. É apenas para cumprirem. Se eles têm razão que se defendam em tribunal. Eu acho que há um défice de cidadania muito grande. O meu desejo era que esse défice fosse ultrapassado de vez”, disse.
Jorge Leite sublinhou ainda que não há nenhuma razão para que os queimados não sejam equiparados a uma pessoa com deficiência.
Segundo o professor, há dois tipos de conceção de deficiência, uma médica – que é aquilo que o médico pode fazer para terminar essa deficiência – e uma conceção social, que tem em conta não apenas o tratamento médico, mas também o tratamento social desse problema.
Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra diz que há instituições públicas que não cumprem a quota de 5% que a lei impõe de integração de pessoas portadoras de deficiência.
O professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra Jorge Leite afirmou hoje que há instituições públicas que não cumprem a quota de 5% que a lei impõe de integração de pessoas portadoras de deficiência.
“Segundo as estatísticas, há um conjunto relativamente amplo de instituições publicas que não cumprem os 5% que a lei impõe e no setor privado, também segundo as estatísticas, é uma quota que não tem sido cumprida”, afirmou à agência Lusa Jorge Leite.
O professor universitário esteve presente no XI Congresso Nacional de Queimados, em Pedrógão Pequeno, no concelho da Sertã (distrito de Castelo Branco), onde proferiu uma intervenção sobre “deficiência e trabalho nas trajetórias da inclusão/exclusão social”.
O Estado que negligencia, referiu, tem um rosto.
“Tem pessoas, são eles que decidem e, portanto, é uma questão de os sensibilizar mais e fazê-los sentar no banco dos tribunais. Não é uma desonra nenhuma. É apenas para cumprirem. Se eles têm razão que se defendam em tribunal. Eu acho que há um défice de cidadania muito grande. O meu desejo era que esse défice fosse ultrapassado de vez”, disse.
Jorge Leite sublinhou ainda que não há nenhuma razão para que os queimados não sejam equiparados a uma pessoa com deficiência.
Segundo o professor, há dois tipos de conceção de deficiência, uma médica – que é aquilo que o médico pode fazer para terminar essa deficiência – e uma conceção social, que tem em conta não apenas o tratamento médico, mas também o tratamento social desse problema.
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