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9.2.23

Listas de espera longas dificultam acesso a cuidados continuados

in JN 

Aumento da esperança média de vida leva a uma maior necessidade de realizar tratamentos que permitam aos idosos viver com qualidade e autonomia.

Os avanços no campo da medicina têm possibilitado o prolongamento da vida das pessoas para lá do expectável, sobretudo por comparação com o que ocorria no passado. Porém, nem sempre essa maior longevidade se traduz, por si só, em bem-estar. É aqui que entram os cuidados continuados integrados, cuja importância foi objeto de análise na oitava edição do Conversas por Boas Causas, uma rubrica organizada em parceria pela TSF, "Jornal de Notícias" e Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML).

Inês Guerreiro, socióloga e antiga coordenadora da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, salienta que, "de facto, temos uma sobrevida longa e que pretendemos que seja saudável, mas também sabemos que, com a idade, vamos acumulando problemas e dificuldades na rotina diária que interferem na capacidade de sermos autónomos". Ora, conforme explica a socióloga, "a rede de cuidados continuados nasceu precisamente para dar resposta às necessidades das pessoas, sobretudo ao nível da reabilitação das suas capacidades funcionais e cognitivas". Um grande entrave à aplicação destes tratamentos em tempo útil prende-se com as listas de espera que, para Inês Guerreiro, colocam em causa o seu sucesso. "Esperar seis meses para entrar numa unidade de cuidados continuados compromete todo o tratamento desenvolvido a jusante porque a pessoa já pode ter as suas funcionalidades em risco e o trabalho que se vai iniciar não tem nada a ver com a continuidade de cuidados", afirmou a socióloga.

Opinião idêntica manifesta Ana Gomes, diretora dos cuidados continuados integrados da SCML, que refere que "ter mais anos implica também ter mais cuidados de saúde e de apoio social". Ana Gomes assevera igualmente que "a rede de cuidados continuados ainda está a crescer e vai ter muito que dar resposta às pessoas porque está muito aquém". Segundo esta dirigente da Santa Casa, "os cuidados agudos e hospitalares têm de ter uma sequência certa" para que, depois do regresso ao domicílio, "se evite o reinternamento".

País envelhecido

Portugal é o quarto país da União Europeia com a população mais idosa. Alentejo é a região do país mais envelhecida.

Santa Casa

SCML possui três unidades de cuidados continuados integrados, tendo tratado no ano passado cerca de 700 doentes.

Faltam apoios

Só 5% dos idosos em Portugal recebem apoio institucional, sendo as famílias ainda o principal amparo desta população.

Lista de espera

Há 1500 pessoas a aguardar vaga nos cuidados continuados e o número médio de utentes aumentou 88% entre 2019 e 2022.

Mais meios

Até 2025, PRR prevê a aquisição de 5500 novas camas para a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.

7.5.15

Voluntários vão recontar sem-abrigo em Lisboa

in Jornal de Notícias

Mil e duzentos voluntários vão participar na recontagem dos sem-abrigo na cidade de Lisboa, a 14 de maio.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) promove este mapeamento pela segunda vez em ano e meio. Na primeira contagem, realizada a 12 de dezembro de 2013 e que envolveu cerca de 800 voluntários, foram sinalizados 509 sem-abrigo nas ruas de toda a cidade de Lisboa e 343 que, nessa noite, dormiram em Centros de Acolhimento.

A recontagem, que terá a colaboração das juntas de freguesia e das associações que trabalham com a população sem-abrigo, vai decorrer entre as 21 horas e as 24 horas, seguindo a mesma metodologia usada em 2013, mas com mais 400 voluntários a percorrerem as sete mil ruas da capital.

"Vai ser quase igual [à primeira contagem]. A única alteração é que vamos acolher mais voluntários. Quando fizemos a primeira contagem abrimos a possibilidade de voluntários se inscreverem e tivemos de não aceitar alguns, porque não tínhamos condição de coordenação de equipas para o fazer. Neste momento assumimos que podíamos fazer o acompanhamento de 1200 voluntários o, que nos permitirá [ter] mais olhos sobre a realidade", explicou à agência Lusa a administradora da Ação Social da SCML, Rita Valadas.

A responsável diz que a recontagem estava prevista para o final deste ano, com o objetivo de se avaliar a evolução da situação dos sem-abrigo em Lisboa, mas foi antecipada devido às condições meteorológicas, uma vez que este mês é mais "ameno" e fora do pico do inverno e do verão, épocas em que esta população é mais volátil e inconstante.

"À semelhança da primeira edição, a base geográfica de referência é a freguesia. Esta iniciativa já foi apresentada às instituições parceiras, no âmbito do núcleo que trabalha com os sem-abrigo, e às juntas de freguesia", afirmou Rita Valadas.

As entidades "têm envolvidas todas as instituições que trabalham no eixo de planeamento com os sem-abrigo e participações diferentes das juntas de freguesia, até porque algumas têm o fenómeno muito presente e outras nem por isso", explicou.

A recontagem visa avaliar o número, a tipologia e eventuais alterações da população sem-abrigo da capital, neste ano e meio.

A administradora da Ação Social da SCML destacou que, desde dezembro de 2013 até agora, os representantes da Santa Casa "não estiveram de braços cruzados" e que foram implementadas medidas no terreno, com vista a melhorar as condições da população sem-abrigo da capital.

"Organizámos a estrutura, definimos os eixos de atuação com a população sem-abrigo, e responsabilizamos por eixo uma instituição. Temos uma sede, no Cais do Sodré, de onde parte todo o trabalho com esta população", frisou, acrescentando que a recontagem pretende também "medir até que ponto há reconhecimento disto e [se] as pessoas [se] sentem mais protegidas e mais próximas das instituições, e encontrar soluções".