Luís Filipe Santos, in Jornal de Notícias
Conselho Geral da organização concluiu-se este Domingo em Fátima. Pedidos de ajuda aumentaram mais de 25%
A Cáritas está preocupada com o crescimento do desemprego e às novas formas de pobreza que tocam em todas as paróquias portuguesas, revelaram os seus representantes, reunidos em Fátima.
Os representantes de dezoito Cáritas diocesanas disseram que “é urgente rasgar caminhos e não pactuar com acções de anestesia geral”. “Se não damos voz às pessoas, contribuímos para o agravamento dos dramas que as afectam”, lê-se nas conclusões do Conselho Geral da Cáritas Portuguesa.
Segundo a organização católica, nos dados comparativos com Abril 2009 nota-se um aumento substancial (mais de 25%) de novos casos que contactaram com os serviços das Cáritas.
“A falência de várias pequenas e médias empresas, algumas mesmo de dimensão familiar, estão a gerar graves carências aos empresários/as e respectivas famílias. Para além de não terem o direito ao subsídio de desemprego, alguns estão a ser alvo de penhoras por dívidas às Finanças e à Segurança Social”, alerta a Cáritas.
Chamar a atenção para o risco da má gestão dos recursos financeiros disponíveis é uma função dos agentes sóciocaritativos. “Devido à débil consciência pessoal e colectiva, as Cáritas deviam implementar cursos de educação para a poupança e alertar para os perigos que as famílias correm” – sugeriram os participantes.
Como o apoio das Cáritas não poderá resumir-se “ao cabaz dos alimentos”. A solidariedade com os pobres implica proximidade, mas também um horizonte mais vasto e novos dinamismos. “É impensável deixar as pessoas sem resposta”.
As iniciativas de sucesso das Cáritas diocesanas devem ser partilhadas. No entanto, é “fundamental estar atento às forças de bloqueio, só assim se conseguem ultrapassar os obstáculos”. “A persistência e a operacionalização são dois conceitos que fazem parte do ministério da caridade” – disseram.
Consciente que a Doutrina Social da Igreja é fulcral na formação dos futuros padres, o Delegado da Cáritas espanhola – proferiu uma conferência sobre «A missão do sacerdote na construção de comunidades solidárias» - lamentou as “deficiências” estruturais neste percurso de preparação para o ministério.
Ainda neste domínio, pediu para que se potencie a coordenação pastoral, inserindo o serviço da caridade na pastoral de conjunto e promovendo o trabalho em rede porque “a rotina mata”.
«Erradicar a pobreza, radicar a justiça» será o lema da próxima Semana Nacional da Cáritas. O Dia Cáritas ocorrerá na Diocese de Santarém. O Conselho Geral da Cáritas de Março de 2011, terá lugar na cidade de Braga.


