in Jornal de Notícias
A Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) acusou o secretário de Estado do Ambiente de alimentar indirectamente a inviabilização de infra-estruturas essenciais ao desenvolvimento do país, como os parques eólicos, contra o próprio programa do Governo.
O secretário-geral da ANMP, Artur Trindade reagia a declarações do secretário de Estado Humberto Rosa, que contestou as críticas do presidente da ANMP, que acusou entidades dependentes do Ministério do Ambiente de liquidarem "à nascença projectos essenciais" para o desenvolvimento do país, porque têm "fundamentalismos bacocos" ambientalistas.
"São totalmente infundadas, verdadeiramente fundamentalistas, contra a conservação da natureza", afirmou à agência Lusa o secretário de Estado.
Depois de saber o que disse Humberto Rosa, Artur Trindade considera que o secretário de Estado "está desinformado acerca das iniciativas que as autarquias tem tomado em relação ao ambiente".
"Nós entendemos que aquilo que temos estado a fazer é que são de facto políticas ambientais sustentáveis. O que nós queremos compatibilizar é de facto as famílias dos morcegos, com os pássaros de bico vermelho, mas também as famílias", reiterou Artur Trindade.
O responsável considerou que Humberto Rosa, "ao não aceitar que estes investimentos sejam feitos, está a contrariar o próprio programa do governo", quando Portugal se tornou num exemplo europeu e mundial nas energias alternativas.
"Não compreendo como é que o secretário de Estado está a querer indirectamente alimentar a inviabilização de alguns investimentos que é necessário fazer no interior do país quando a exclusão social só se combate com a melhoria das condições económicas locais. E uma das maneiras de se conseguir é exactamente com um investimento neste tipo de infra-estruturas", realçou.
O secretário de Estado do Ambiente disse ainda que não confunde "as opiniões do presidente da ANMP" com os restantes autarcas, uma posição que é contestada por Artur Trindade.
"É mais um erro do secretário de Estado, que tem a ver com o passado. Acho que há uma incompatibilidade pessoal que não deve existir com membros do governo. Os membros do governo devem respeitar Fernando Ruas como nós o respeitamos a ele como membro do governo", afirmou Artur Trindade, salientando que os autarcas têm legitimidade para serem parceiros do governo porque são eleitos pelo povo.


