11.12.09

Nem a crise travou gastos com férias de fim de ano

Erika Nunes, in Jornal de Notícias

A procura está em alta, mas ainda é cedo para tirar conclusões sobre as vendas efectivamente realizadas. Uma coisa, porém, parece certa: este ano, não convém esperar pelas promoções de última hora para comprar as viagens de fim de ano.

Alguns destinos já estão esgotadíssimos há meses e outros poucas vagas têm. A explicação também é simples: à espera da crise, os operadores colocaram menos oferta no mercado.

De acordo com António Loureiro, director-geral da Galileo, empresa do sistema de reservas utilizado por uma grande parte dos operadores de viagens em todo o Mundo, as notícias começam a ser animadoras: "Em termos de reservas aéreas e bilhetes vendidos, o mercado global está a crescer acima de três dígitos face à mesma altura do ano passado", revelou, ao JN. Segundo o responsável, a tendência começou a notar-se na última semana de Novembro, altura em que "atingimos o zero e, depois, começámos a subir".

"Neste momento, estão a realizar-se mais de mil reservas por dia, em Portugal", adiantou António Loureiro, sem, todavia, isolar as vendas apenas para o Ano Novo.

De qualquer forma, tal como confirma Luís Lourenço, vice- -presidente da Associação Portuguesa de Agentes de Viagem e Turismo (APAVT), "é certo que o sector vai melhorar", até porque, este ano, nesta época, "há mais procura do que no ano passado e as vendas estão a processar-se".

Os destinos mais longínquos, por norma, já estão reservados há bastante tempo, restando agora "pouco das Caraíbas, algum Cabo Verde, Açores ou capitais europeias". Estas, aliás, como António Loureiro refere, estão com "uma procura muito interessante", tal como os Açores.
"Os Açores têm um programa de réveillon muito bom e está a ter êxito, porque é um destino novo, é bonito e os turistas são bem recebidos", sintetiza Luís Lourenço.

O Brasil é um dos destinos "esgotadíssimos" para esta época festiva, até porque o Verão, por lá, terá começado. "A TAP está com uma performance fantástica nos voos para o Brasil", anuncia António Loureiro.
A falta de lugares para os destinos mais procurados resulta, então, desse aumento da procura, aliado a um "ajuste da oferta" por parte dos operadores turísticos. A partir de Setembro, começam a adquirir lugares nos aviões e nos hotéis, deixando pouco para reservas de última hora.

"Mesmo pela Internet, duvido de que as pessoas consigam encontrar vagas para alguns destinos. Aliás, só se for nos próprios sites dos operadores, que, entretanto, em última hora, prefiram ocupar lugares vazios que já estão pagos de qualquer modo", adianta Luís Lourenço.

"Ainda não podemos dizer que acabou a crise, porque é cedo para tirar conclusões, mas já há outro ânimo no sector", concluiu António Loureiro.