in Jornal Sol
Um projecto social de 14 milhões de euros deverá quebrar um ciclo de pobreza que perdura há mais de 30 anos no bairro social da Galiza, na freguesia do Estoril
Um complexo social de grande envergadura quer dar resposta aos problemas sociais das diferentes etnias que habitam no Bairro do Fim do Mundo, no Estoril.
«O objectivo deste complexo é ajudar as populações locais a ter melhores condições de vida», disse à Lusa Maria do Rosário Líbano Monteiro, vice-presidente do Centro Paroquial do Estoril, a entidade gestora do novo Complexo da Senhora da Boa Nova.
Criado para integrar todas as respostas sociais ao Bairro, conta com um santuário com capacidade para 1500 pessoas sentadas, uma creche, um jardim-de-infância, um centro de dia, serviços de apoio domiciliário, um ginásio, um auditório com 610 lugares, um campo de jogos, salas de formação, um refeitório, um parque de estacionamento (com lugares para alugar) e ainda um colégio privado, que, desde Setembro, abriu as portas e oferece do 1.º ao 6.º ano.
O complexo, cuja finalidade é o apoio à família, dirige-se primordialmente às crianças do Bairro do Fim do Mundo (ou Bairro do Pinhal Novo), e depois às da paróquia do Estoril, bem como aos irmãos de crianças que estejam no recém-criado Colégio da Senhora da Boa Nova.
«O Colégio vai funcionar como no pré-escolar, em que os pais pagam em função da sua capitação: entre 60 euros e 280 euros por mês com alimentação incluída», disse a dinamizadora.
«Para as pessoas que não podem pagar, a direcção encontrará outros valores», referiu, acrescentando que «haverá casos especiais em que pagarão zero».
A obra implicou a destruição definitiva das habitações precárias e ilegais: «as últimas famílias foram realojadas no dia 9 de Junho, e o Santuário foi inaugurado no dia 21» de Setembro.
Todo este projecto, juntamente com a construção das casas para as famílias entretanto desalojadas - que a Paróquia do Estoril também assumiu em parceria com a Câmara Municipal de Cascais - estava orçado em vários milhões de euros, pode ler-se no site do Centro Paroquial do Estoril.
Na realidade, «tratou-se de um investimento total de 14 milhões de euros», precisou Maria do Rosário Líbano Monteiro.
O edifício do centro comunitário tem uma parte financiada pelo Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES), e outra pela Câmara Municipal de Cascais. O pré-escolar é financiado pelo Ministério da Educação.
«Ao todo, em subsídios, tivemos 600 mil euros da Câmara; 780 mil euros do Programa; e 191 mil euros do Ministério da Educação. O resto é financiado pela Igreja, pelos paroquianos», esclareceu a responsável.
Lusa / SOL


