18.3.11

Norte prevê ter menos emprego em 2020 do que a União Europeia

Por Aníbal Rodrigues, in Jornal Público

Um dos objectivos da União Europeia para 2020 passa por atingir 75 por cento de emprego na faixa etária dos 20 aos 64 anos. No entanto, a região norte assume, desde já, um objectivo menos ambicioso, estabelecendo essa mesma fasquia, no plano regional, num intervalo entre 70 e 75 por cento.

Esta meta está contida no contributo elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) para o Programa Nacional de Reformas 2020 que o Governo irá apresentar à União Europeia. O contributo regional nortenho foi entregue ontem, ao secretário de Estado da Energia e Inovação, Carlos Zorrinho, no Porto, num debate sobre o programa para 2020.

A CCDRN justifica assim a sua menor ambição ao nível do emprego: "A meta para 2020 é muito sensível à evolução que se verificar em 2010-2012, período de elevada incerteza e em que se verificará destruição de emprego público." Já num plano oposto ao nível de perspectivas, a meta entre 70 e 75 por cento parte do pressuposto de "que a partir de 2013 haverá criação de emprego líquido".

Quanto à percentagem de PIB per capita em relação à média da UE, a CCDRN ambiciona que a região passe dos 61 por cento de 2008 para 75 por cento em 2020. Já a despesa em Investigação & Desenvolvimento foi fixada nos três por cento (um por cento público e dois por cento privado), o que iguala a meta europeia.

Porém, a região Norte mostra-se mais ambiciosa em alguns aspectos, como o das emissões de gases com efeito de estufa. Pretende obter uma redução de 35 por cento, em 2020, comparativamente com os níveis de 2004, ao passo que a Europa prevê um decréscimo de 20 por cento.

Outra meta regional ambiciosa é atingir, em 2020, 40 por cento de população com formação superior na faixa etária dos 30 aos 34 anos (contra 16,5 por cento de 2008). Neste caso, trata-se de igualar a meta europeia. Algo que Portugal, no seu todo, poderá não conseguir. Segundo o secretário de Estado da Energia e Inovação, se o país mantiver o ritmo actual, chegará a 2020 com 34 por cento. Para atingir os 40 por cento, será necessário, conforme revelou Carlos Zorrinho, "recolocar 60 mil pessoas no sistema".