10.10.11

“Economia paralela escapa a austeridade”

in Correio da Manhã

Eugénio da Fonseca, Presidente da Cáritas, reage a novo agravamento de impostos previsto para 2012

Correio da Manhã – Considera que em 2012 haverá novos impostos, com um consequente aumento da pobreza?

Eugénio da Fonseca – Segundo palavras proferidas por diferentes membros do Governo, as dificuldades vão ser agravadas. Defendo que a repartição dos sacrifícios seja feita com maior equidade social, penalizando menos os que ganham pouco e mais os que possuem maiores rendimentos.

Correio da Manhã – É, portanto, favorável à criação do chamado imposto para ricos?

– Sou favorável à realização de uma reforma fiscal mais justa. É necessário pôr fim a uma economia paralela que escapa às medidas de austeridade e cria grandes dificuldades ao pequeno comércio. Há também exemplos de pessoas em Portugal com sinais de riqueza evidentes e que fazem descontos com base no salário mínimo.

– É um crítico das medidas impostas pela troika para pagamento da dívida?

– É necessário renegociar para alargar o tempo de pagamento da dívida. Mas sem contrair mais empréstimos.