18.3.16

Dinamarca é o país mais feliz do mundo. Portugal está longe do topo

Rita Faria, in "Jornal de Negócios"

O relatório global da felicidade coloca a Dinamarca em primeiro entre 157 países, seguida pela Suíça e Islândia. Sete dos dez países mais felizes são na Europa. Mas Portugal está quase no último terço do ranking.
A Dinamarca ultrapassou a Suíça como o país mais feliz do mundo. O país do norte da Europa ocupa agora o primeiro lugar no "ranking" global da felicidade, com 157 países, realizado pela Sustainable Development Solutions Network (SDSN) e o Earth Institute, da Universidade de Columbia.

O relatório, divulgado esta quarta-feira, 16 de Março, coloca Portugal no 94º lugar da lista, atrás de países como o Paquistão e o Kosovo, e imediatamente à frente da Macedónia.

A seguir à Dinamarca – que no relatório anterior ocupava a terceira posição – surge a Suíça, a Islândia, a Noruega, a Finlândia, o Canadá, a Holanda, a Nova Zelândia, a Austrália e a Suécia. O que significa que sete dos dez melhores países para viver ficam na Europa.

No outro extremo do ranking estão Madagáscar, Tanzânia, Guiné, Ruanda, Benim, Afeganistão, Togo, Síria e Burundi – os dez países menos felizes do globo.

Os Estados Unidos surgem na 13ª posição, o Reino Unido na 23ª, França na 32ª e Itália na 50ª. A vizinha Espanha ocupa o lugar 37.

"Há uma mensagem muito forte para o meu país, os Estados Unidos, que é muito rico, ficou muito mais rico ao longo dos últimos 50 anos, mas não ficou mais feliz", assinalou Jeffrey Sachs, director do SDSN e assessor especial do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, numa entrevista à Reuters.

Enquanto as diferenças entre os países onde as pessoas estão felizes e aqueles onde eles são não poderia ser cientificamente medido ", podemos entender por que e fazer algo sobre isso", Sachs, um dos autores do relatório, disse à Reuters em uma entrevista em Roma.

Dado que as diferenças entre os países onde as pessoas são felizes e aqueles onde não são podem ser cientificamente medidas, "podemos perceber porquê e fazer alguma coisa", acrescentou Sachs, um dos autores do relatório.

"A mensagem para os Estados Unidos é clara. Para uma sociedade que só persegue o dinheiro, estamos a perseguir as coisas erradas. O nosso tecido social está a deteriorar-se, tal como a confiança social e a fé no governo", alertou.

Com o objectivo de "examinar os fundamentos científicos" do bem-estar social, o relatório, que vai na sua quarta edição, classifica 157 países por níveis de felicidade tendo em conta factores como o PIB per capita, apoios sociais, esperança de vida, liberdade de escolha, percepção da corrupção.

"Quando os países prosseguem única e exclusivamente objectivos individuais, tais como o desenvolvimento económico em detrimento dos objectivos sociais e ambientais, os resultados podem ser altamente adversos para o bem-estar humano, e até mesmo perigoso para a sobrevivência", explica Sachs. " Nos últimos anos, muitos países têm alcançado um crescimento económico à custa de crescentes desigualdades sociais e danos graves no ambiente".

O relatório de 2016 mostra que três países em particular, Irlanda, Islândia e Japão, foram capazes de manter os seus níveis de felicidade, apesar de choques externos, como a crise económica pós-2007.

Sachs aponta para a Costa Rica, que surge na 14ª posição, à frente de muitos países mais ricos, como um exemplo de uma sociedade saudável e feliz, que não é uma potência económica.