Mostrar mensagens com a etiqueta Língua Portuguesa. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Língua Portuguesa. Mostrar todas as mensagens

20.7.23

português de Portugal está em risco?

Rodrigo Tavares, opinião, in Expresso


A versão da língua falada em Portugal é cada vez mais portuguesa e menos global.

O primeiro compromisso do vice-presidente do Brasil na recente visita a Portugal foi um pequeno-almoço com CEOs de grandes empresas. Quando, na sua intervenção, um dos empresários com nome X fez alusão a uma outra pessoa que, coincidentemente, também se chamava X, o vice-presidente Geraldo Alckmin soltou espontaneamente “seu xará”. A maioria dos portugueses na sala não entendeu a interpolação do brasileiro.

A palavra xará é oriunda do tupi-guarani e significa “aquele que tem o meu nome”. É recorrentemente usada no Brasil. Depois da inhaca e da arapuca dos últimos quatro anos que deixou a democracia brasileira capenga e a economia na pindaíba, ouvir um novo cacique político de Pindamonhangaba a falar sem nhenhenhém nem deixar a peteca cair, cutucando aqueles empresários para investirem no Brasil, enquanto se comia um mingau naquelas cumbucas de porcelana, foi um alento.

São milhares as palavras de origem indígena usadas diariamente no Brasil e desconhecidas em Portugal. Os povos originários brasileiros falam cerca de 300 línguas diferentes. O mesmo acontece com milhares de palavras de origem africana, alemã, espanhola, japonesa e italiana levadas por imigrantes e escravizados. “Poxa, já estou briaco com o chope” diz-me um amigo num português brasileiro que assimilou vocábulos castelhanos, italianos e alemães. Foi com ele que aprendi a palavra brasileira banzo, originária do quicongo africano, como substituto de melancolia ou saudades.

Desde a chegada das caravelas em 1500, os portugueses sempre foram estatisticamente minoritários. Entre 1880 e 1930 chegaram a São Paulo quase 4 milhões de imigrantes, a maioria italianos, japoneses e sírio-libaneses. Vivem mais descendentes de italianos em São Paulo do que em Roma. Mais descendentes de libaneses do que em Beirute. É também no estado de São Paulo que reside a maior comunidade de japoneses fora do Japão. No Sudeste e no Norte brasileiros, a língua portuguesa só se sobrepôs à Língua Geral Paulista (a língua dos mamelucos) ou à a Língua Geral Amazónica no fim do séc. XVIII. No início do século XX ainda havia falantes de Língua Geral em São Paulo.

Os idiomas dos 5 milhões de escravizados sudaneses, guineanos-sudaneses muçulmanos e bantus levados para o Brasil também foram parcialmente absorvidos pelo português brasileiro. Não houve necessidade de criarem crioulos africanos no Brasil, como aconteceu no Haiti (kreyòl), Jamaica (patwa jamaicano) ou nas Seychelles (kreol seselwa). Esta riqueza foi estudada por diversos linguistas e historiadores como Rosa Virgínia Mattos e Silva, Yeda Pessoa de Castro ou Marco Lucchesi.


O português brasileiro também conservou sonoridades, construções gramaticais ou vocabulários usados pelos portugueses nos séculos XVI-XIX, mas, entretanto, extintos em Portugal, como botar, safo ou açougue. Ou o uso de próclise (pronome antes do verbo), um dos elementos mais reconhecíveis do português brasileiro. N’Os Lusíadas são dezenas de exemplos, como “Te contei tudo quanto me pediste” (Canto V) ou “Agora tu, Calíope, me ensina” (Canto III).


O português brasileiro não é apenas um armazém de matérias-primas estrangeiras. Também é produtor. Os brasileiros constantemente criam e recriam léxicos, fonologias, sintaxes e morfologias que expressam a vitalidade das diversas sociedades que vivem naquele território. Uma muvuca comunicacional. Adoram perífrases, antonomásias e gerundismos. Por influência africana, por vezes economizam nos plurais (um pastel, dois pastel), não economizam nas vogais (“te-le-fo-ne” em vez de “tlfone”), usam a dupla negação (“não quero não”) ou variam na aplicação das regras de concordância nominal e verbal (“eu vi tu na rua ontem”). Algumas palavras também estão a ficar mais curtas (“independentemente” passa a “independente”, “para” passa a “pra”).


Sobre a obra-prima brasileira “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa, que reflete a plasticidade do português brasileiro, Pedro Mexia escreveu no Expresso: “Dito como se fosse escrito, escrito como se fosse dito, num português meticuloso de arcaísmos, coloquialismos, regionalismos, neologismos, frases cortadas à faca, viradas do avesso, surpreendentes, fulgurantes.” A complexa tradução para o inglês, feita pela australiana Alison Entrekin, está em execução há pelo menos 6 anos.


“Que criança serelepe”, reage a minha esposa brasileira a uma rapariga irrequieta na rua. A palavra, comum no Brasil, deriva de um esquilo saltitante nativo da Amazónia. Às vezes ela também usa sapeca, com sentido semelhante, oriunda do tupi-guarani. Em 14 anos de casamento, quase todas as semanas aprendo palavras novas documentadas em dicionários brasileiros e ausentes dos portugueses. “O seu vocabulário em língua portuguesa é limitado”, diz-me ela exalando um certo orgulho maroto. Os brasileiros são bambambãs em questões de língua. O Brasil representa hoje um dos mais interessantes laboratórios linguísticos no espaço da lusofonia.

Se o português falado no Brasil absorve, enriquecendo-se, o falado em Portugal segrega, murchando-se. O professor de português do meu filho no colégio renomado de Lisboa dizia-lhe que ele tinha de aprender o português “correto”. A secretária estrangeira de uma multinacional confessou-me que prefere falar inglês porque os chefes portugueses não gostam que ela fale ao telefone em português com sotaque. Espalmamos o português para se tornar mais nosso. E assim a língua vai-se isolando e envelhecendo. As minhas sobrinhas moleques usam as mesmas gírias que eu usava em Castelo Branco há 30 anos.

Os portugueses protegem a língua padronizando o seu uso na televisão ou caçoando de todos as pronúncias regionais que se desviam do padrão olisiponense. E quantos emigrantes portugueses em França ou na Suíça não se sentiram já rebaixados nas férias de agosto por falarem com sotaque? Existem centenas de palavras de origem africana e árabe integradas no português de Portugal ao longo dos últimos mil anos. Mas nas últimas décadas, com exceção da assimilação de novos vocábulos tecnológicos de língua inglesa, o nosso idioma português deixou de ter capacidade de capturar pela língua as novas dinâmicas sociais e culturais associadas, por exemplo, à emigração e à imigração. Os emigrantes que regressam não deixam marcas na língua. Os imigrantes que nos procuram criam bolhas comunicacionais.

A nossa necessidade de proteger a pureza da língua portuguesa não é meramente de ordem linguística. Até porque os linguistas sabem que a língua é viva e os dicionários estão permanentemente desatualizados. É sobretudo uma questão de poder. Protegemos a língua como uma mãe sufocante. O português é dos poucos santuários onde ainda podemos orar ao nosso universalismo pluricontinental. Nos anos 70 as nossas fronteiras apequenaram-se. Inviabilizou-se o Quinto Império, mas sobreviveu o idioma global. São andas de pau que usamos para caminhar.

Mas corremos o risco de transformarmos a língua falada em Portugal num cafundó, cada vez mais portuguesa e cada vez menos global, guiada por zumbis que apenas nós reconhecemos. É possível que o português de Portugal, como expressão de um país relativamente homogéneo, seja menos incitado a diversificar-se. Mas outros povos, com maiores complexidades identitárias, que se expressam também em português, irão aprofundando as duas próprias versões do português se a versão falada em Portugal não responder às suas necessidades. Mesmo em Portugal, se a língua cochilar e não acompanhar as mudanças, as novas gerações procurarão alternativas em pedaços de outras línguas para se comunicaram efetivamente.

Por isso, para que o idioma português preserve a sua relevância tem de deixar de ser antepassista, litúrgico e estático, tal como um dia foi o Latim Clássico. Não convém esquecer que o português deriva do Latim Vulgar, aquela língua do povo que se misturou a dialetos locais. Por isso é que sobreviveu. Em São Paulo, o Museu da Língua Portuguesa é uma celebração da pluralidade linguística. Em Bragança, o Museu da Língua Portuguesa, anunciado há mais de uma década e ainda sem ser inaugurado, é um silo de burocracias e guerrilhas judiciais. Segundo o presidente da Câmara, abrirá ao público no final de 2024.

29.5.23

A descolonização da língua portuguesa

Margarita Correia, opinião, in DN


O discurso de Paulina Chiziane aquando da entrega do Prémio Camões desencadeou notícias e ondas de choque nas redes sociais, provando a importância e o impacto dos temas que abordou, que são daqueles que mexem com as pessoas e carecem de análise e discussão. Não pude ouvir o discurso em direto e não o encontrei na Internet; é no que vou lendo e na minha experiência que baseio a reflexão que aqui trago. Ao falar da necessidade de descolonizar a língua portuguesa, a autora deu exemplos da descrição de conceitos ligados à vivência africana recebiam em dicionários de língua. Ainda que o tópico seja relevante e preocupação constante de fazedores de dicionários e boas editoras, a questão da descolonização da língua não se circunscreve a esta espuma linguística e é bem mais funda.

O Brasil foi a primeira colónia a tornar-se independente, em 1822, em condições muito especiais. O processo de descolonização da língua portuguesa tem decorrido no país, mas não estará completamente concluído, segundo alguns - e.g. a norma escrita culta, especialmente a do mundo das apostilas para exames, parece estar desfasada e ainda muito dependente da norma portuguesa. Pela sua dimensão, o Brasil é hoje uma superpotência em termos de produção e edição (literária, científica, pedagógica, noticiosa, etc.), feita na sua própria variedade nacional, a variedade brasileira do português. O Brasil tem os seus próprios dicionários, gramáticas, pensamento linguístico, a sua terminologia, instituições reguladoras, investimentos na área, as suas política e planificação linguísticas mais ou menos claras. Pode fazer melhor? Pode, sim, mas a verdade é que faz muito, não depende dos demais estados de língua portuguesa e não surpreende a preponderância que tem vindo a ganhar no nosso espaço. A situação de Portugal a este nível pode ser explicada pela pequena dimensão do país, o proverbial atraso educativo que tem vindo a ser debelado nas últimas décadas, mas também pela falta de políticas e planificação linguística adequadas, pelos compromissos com a UE (e.g. a bibliometria) e, last but not least, pela mania de sermos "geneticamente poliglotas" e "falarmos bem estrangeiro".
Foram os países africanos de língua portuguesa que tomaram a decisão de a adotar como língua oficial (de estado, administração, ensino) e também de unidade nacional; lideranças de movimentos de libertação e elites desses países fizeram a sua formação em português, muitas em Portugal; a adoção da língua resultou, assim, em fator de discriminação entre os cidadãos desses países que a domina(va)m e os que não. Em Timor-Leste, a língua portuguesa foi entendida também como fator de identidade nacional; a sua adoção em 2002 deixou de fora os jovens que, à data, haviam sido escolarizados em língua indonésia.


50 anos após a independência dos países africanos de língua portuguesa, não sabemos exatamente quais as suas opções de política linguística e eles continuam, e.g., a não explicitar que norma de português querem adotar, a não definir a relação do português com as línguas autóctones, a não produzir instrumentos de estandardização próprios, nem programas de ensino adequados, nem materiais didáticos, nem a formar professores suficientes. Portugal beneficia com esta "cooperação", assim se favorecem os negócios.
Porque não são esses países ainda autónomos? Quem beneficia da situação? Será sensato pensar que Portugal descolonizará a língua portuguesa? Quem terá de o fazer? Como? Eis questões sobre as quais importa refletir


Professora e investigadora, coordenadora do Portal da Língua Portuguesa

18.5.23

Ana Rita, André e João tropeçam (mas não caem) na língua portuguesa

Gonçalo Frota, in Público


Ão, em cena até sábado no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa, é uma peça musical, com os corpos metidos ao barulho, movida pela linguagem: tão sedutora quanto traiçoeira.


Não deve existir canção em português que não inclua rimas em “ão”. Não deve existir frase que nos saia da boca que não meta lá pelo meio um “ão”. O “ão”, como escreve Fernando Venâncio num livro (Assim Nasceu Uma Língua) que André e. Teodósio partilhou com os seus dois cúmplices em Ão, é um ditongo que se comporta como uma “espécie invasora” na língua portuguesa. Está por todo o lado, contamina todo o discurso, comporta-se como um monarca omnipotente, regozija-se com o facto de não poder ser devidamente pronunciado por qualquer cidadão nascido fora da lusofonia. Se, como se repete no espectáculo em cena no Teatro do Bairro Alto (TBA), em Lisboa, até ao próximo sábado, tropeçamos constantemente em sons que nos ficam colados e nos aprisionam, “ão” é, com toda a certeza, um dos mais insistentes.

Ão tem vários inícios. André e. Teodósio queria “fazer um espectáculo sobre a palavra”, conforme explica ao PÚBLICO. “A palavra não apenas dita, mas também cantada, que fosse o tema da conversa. Da mesma forma que os espectáculos da Praga [Teatro Praga, companhia de que é co-fundador], às vezes, têm por protagonista a arquitectura, o linóleo, o computador ou a própria palavra.”

Ao mesmo tempo, vinha deixando fermentar a vontade de trabalhar com a coreógrafa e bailarina Ana Rita Teodoro e o músico João Neves, reflexo da admiração pelos percursos e pelos imaginários e referenciais dos dois. Era uma vontade que havia de concretizar-se um dia, não necessariamente no mesmo espectáculo. Só que, à medida que começou a pensar neste ditongo como algo musical, e a convencer-se de que podia erguer-se um espectáculo em torno dessa sugestão sonora, os nomes dos dois passaram a coabitar na sua cabeça.

Unidos por “uma ideia de musicalidade”, os três fecharam-se vários dias numa sala a testar os pontos de confluência musicais e a construir, aos poucos, os temas “à [Ryuichi] Sakamoto, à Laurie Anderson, à Meredith Monk, à Sparks, à Meira Asher” que pontuam o espectáculo. No fundo, Ão é como uma investigação à relação de cada um/a com a palavra (dita ou cantada), problematizando a linguagem. Ou seja, escarafunchando naquilo que a linguagem tem de libertador, por permitir a expressão de cada indivíduo/a, mas também de castrador, no que as palavras aprisionam e limitam.

"Ão", o ditongo, é assim um pretexto, uma desculpa para um exercício lúdico em torno da linguagem. Em que as várias línguas se cruzam, podendo escutar-se um “pain au chocolat”, em que a dor é inglesa mas o chocolate é francês, ou em que se pode dizer, sem curto-circuito mental, “I stepped numa carta que me foi enviada with that sound”.

Na verdade, e dadas as muitas citações que atravessam Ão, de excertos musicais de Björk e Chico Buarque ao “metal fundente” de Entre nós e as palavras de Mário Cesariny, a peça vê-se também como uma homenagem à forma como as palavras, vindas da mais diversas fontes, nos ocupam e nos compõem. Daí que Ana Rita Teodoro refira “esta grande evidência, que aparece na peça, de o ‘ão’ estar tão presente no nosso dia-a-dia e nunca darmos de caras com ele de uma forma tão concreta”. Porque não é apenas de um “ão” que se fala, claro, mas de toda uma reflexão acerca “de estar, de pertença, de não pertença, uma junção de referências”.
Bonito e traiçoeiro

Tropeça-se muito no som e nas palavras em Ão. Tropeça-se não para cair, mas porque avançar pela língua e pela construção identitária a isso obriga. O espectáculo deixa-se atravessar por uma duplicidade que é possível sintetizar neste ditongo pelo qual podemos apaixonar-nos ao mesmo tempo que ele nos aprisiona. A peça constrói-se "também a partir dessa ideia, de que um ‘ão’ ou uma língua podem ser tão bonitos quanto traiçoeiros”.

Se tanto se fala em inglês como em português, as palavras coladas umas às outras, é porque o pensamento de Teodósio, o autor do texto, alguém que cresceu nos Estados Unidos antes de regressar a Portugal, funciona assim. Afinal, pelo meio desta plasticidade musical com que o texto vai surgindo, reforçando ou contrariando o que dizem os corpos dos três intérpretes, muitas vezes num estado quase contemplativo de câmara lenta, emergem migalhas ficcionais, autobiográficas, resultantes das leituras de cada um. Sem que haja vontade, em momento algum, de transformar Ão numa “aula de português cantada”. Não há teses linguísticas aqui; há sim, uma apropriação pessoal da língua, respeitando apenas regras próprias.

Para André Teodósio, esta é, no entanto, e apesar da dimensão corporal que Ão também assume, “uma peça sonora”. “Não estamos, mas podíamos estar no escuro, bastaria ouvir apenas ou sentir as frequências do som.” Porque os corpos, conclui, “são estranhos naquele espaço”, naquele “tapete” de frases onde é possível que qualquer um dos três intérpretes, a dado momento, possa tropeçar. Mas há nestes movimentos em palco, que Ana Rita Teodoro compara à empatia que se estabelece num concerto, em que os sons convidam a dançar e a cantar, uma ideia de poderem ser reproduzidos. Afinal, a linguagem é uma ferramenta de comunicação e de chegar ao outro. Falar sozinho é uma outra história. Em Ão, só se tropeça porque os olhos não estão no chão, e sim naquele que se quer alcançar.

15.6.22

Língua Portuguesa discriminada na Guiné-Bissau

in Euronews

A Língua Portuguesa enfrenta mais um desafio na Guiné-Bissau. Um grupo de jovens afirma que está a ser discriminado porque empresas e outras instituições no país estão a publicar anúncios de trabalho em francês ou inglês em detrimento do português.

A língua francesa está, mesmo, a ser utilizada na vida quotidiana como denuncia um dos jovens, Amiel de Carvalho.

“Eu trabalhei nove anos num banco e deparei-me com essa situação. Era tudo em francês. O extrato bancário está em francês. Eu não posso ser lusófono para depois interpretar o extrato da minha conta bancária, do meu dinheiro, em francês. (...) Isto acontece não só com as instituições bancárias, mas também com organizações não-governamentais, que estão no país”, refere.

Num país multilingue, onde a língua portuguesa é vista como veículo de unidade nacional, estes jovens exigem uma posição firme das autoridades.

“Estamos a ser discriminados no mercado de trabalho na Guiné-Bissau, somos guineenses, e estamos a ter dificuldades em conseguir emprego devido a esta situação da língua francesa e inglesa”. O jovem sublinha que "não estamos contra a língua francesa e a língua francesa porque o mundo, hoje, porque a língua internacional é o inglês. Na nossa costa, a costa ocidental de África, fala-se mais francês, então não podemos que não nos vamos integrar nesta realidade porque é o que está a acontecer. O mundo quer que isto aconteça desta forma, mas o que queremos é que não anulemos é a história da Guiné-Bissau e esta ligação que temos com a Língua Portuguesa."

A Guiné-Bissau faz parte dos países onde o português é língua oficial. Falada nos cinco continentes a língua portuguesa é a quarta mais falada do mundo, com 261 milhões de falantes, de acordo com dados do Instituto Camões. Apesar da força dos números, a Guiné-Bissau enfrenta a pressão dos vizinhos Senegal e Guiné-Conacri. O país é o único enclave onde o português resiste, naquela região africana, onde o francês domina.