in JN
Vinte e uma mulheres foram mortas em contexto de violência doméstica ou relações de intimidade desde o início do ano, segundo o Observatório de Mulheres Assassinadas.
O número é expressivo e não deixa margem para dúvidas, e até quarta-feira, dia 12 de setembro, a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), através do seu Observatório de Mulheres Assassinadas, contabilizou já 21 mulheres assassinadas por ex, atuais companheiros ou familiares muito próximos.
Em declarações à agência Lusa, Elisabete Brasil, da UMAR, apontou que, ao contrário do que se tem verificado com o homicídio, em que tem havido uma tendência decrescente, os números de femicídio têm-se mantido constantes.
"Este ano está novamente a contrariar, segue as tendências da última década e voltamos a um contraciclo. Ainda é cedo para falarmos do número total, mas já temos confirmadas 21 mulheres e isso é brutal tendo em conta que estamos em setembro e já temos o mesmo nível de mortes do ano passado", revelou a responsável.
Olhando para o relatório do ano passado, e nos dados relativos a 2017, é possível verificar que foram contabilizadas 20 mulheres assassinadas, às quais se soma mais uma, contada posteriormente, quando foi possível confirmar o contexto e o autor do crime.
No relatório intercalar, a UMAR tinha já contado 16 mulheres mortas entre 1 de janeiro e 30 de junho, número que aumentou já para 21, havendo ainda sete casos por confirmar se são ou não femicídios.
No entanto, a análise dos casos que já são conhecidos permite à UMAR perceber que está a aumentar o nível de violência e o sofrimento que é infligido às vítimas nos momentos antes da morte. O caso mais recente foi o de Amélia Fialho, morta pela filha e pelo genro, em Pisões.
Elisabete Brasil mencionou que, por análise das notícias, uma das conclusões que é possível tirar é que este ano os autores dos crimes têm preterido a arma de fogo.
"Este ano foi o primeiro ano que em só houve arma de fogo numa situação e as outras são todas por esfaqueamento, asfixia. Pela primeira vez nestes 15 anos, surge o tiro esporádico e as outras formas, que são muito brutais, que agride, espanca, tortura, é de uma agressividade e brutalidade", referiu.
Dados que levam a responsável da UMAR a defender que se tratam, sem "dúvida nenhuma", de crimes de ódio, em que os agressores "queriam aquela morte e queriam que até na morte a pessoa percebesse e sofresse o máximo".
"É uma coisa completamente destruidora", classificou.
Elisabete Brasil sublinhou que são casos em que o momento da morte é de grande sofrimento, "em que a pessoa percebe o que lhe vai acontecer".
"É uma tortura para matar as mulheres. É uma das grandes novidades este ano, a tortura como forma de as matar. Estratégias de guerrilha e tortura conjugadas", afirmou.
A responsável da UMAR aproveitou ainda para criticar aquilo que classificou como "silêncio" por parte dos poderes políticos e dos poderes públicos, não havendo uma posição pública "face a esta mortandade".
"Se fossem assassinadas duas ou três pessoas numa bomba de gasolina, já havia o MAI [Ministério da Administração Interna] ou outra entidade qualquer a dizer que era preciso reforçar isto ou aquilo. São assassinadas 21 mulheres confirmadas e não há uma palavra sobre esta questão", criticou.
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27.11.15
Violência doméstica já matou 27
In "Sol"
Violência doméstica já matou 27 Este ano, 27 mulheres foram mortas pelos companheiros, a maioria com armas brancas e de fogo, revelou na quarta-feira o Observatório de Mulheres Assassinadas. Nesse Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres um outro relatório mostrava que a estatística poderia ter sido ainda mais grave: outras 33 mulheres foram vítimas de tentativa de homicídio, avançou a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR). Ainda assim, os homicídios conjugais diminuíram em relação ao ano passado: em 2014, no mesmo período, já tinham morrido mais 14 mulheres vítimas de violência doméstica.
Violência doméstica já matou 27 Este ano, 27 mulheres foram mortas pelos companheiros, a maioria com armas brancas e de fogo, revelou na quarta-feira o Observatório de Mulheres Assassinadas. Nesse Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres um outro relatório mostrava que a estatística poderia ter sido ainda mais grave: outras 33 mulheres foram vítimas de tentativa de homicídio, avançou a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR). Ainda assim, os homicídios conjugais diminuíram em relação ao ano passado: em 2014, no mesmo período, já tinham morrido mais 14 mulheres vítimas de violência doméstica.
27.6.12
A cada hora que passa são feitas quatro queixas de violência doméstica
in Público on-line
O Observatório de Mulheres Assassinadas registou em 2011, em Portugal, o homicídio de 27 pessoas num contexto de conjugalidade e relações de intimidade, mas as queixas de violência doméstica apresentadas às autoridades são, em média, de quatro por hora.
O observatório, que faz a contabilização das vítimas a partir das notícias da imprensa, conclui que, apesar de ter havido uma diminuição no número de homicídios identificados relativamente a 2010 (43), em mais de metade deles, e das tentativas registadas, “existia violência na relação e algumas das situações haviam mesmo sido reportadas às entidades competentes”.
Constituído em 2004 como grupo de trabalho da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), o observatório revela que neste período 245 mulheres foram mortas por homens com quem tinham, ou tiveram, uma relação amorosa. Mas se juntar a esse número a violência intra-familiar, os assassinatos de mulheres sobem para 278.
Segundo o relatório de monitorização da violência doméstica da Direcção-Geral da Administração Interna (DGAI), no primeiro semestre de 2011 foram registadas pelas forças de segurança 14.508 queixas, o que correspondeu a uma diminuição de 4,6% relativamente ao período homólogo de 2010.
Em todo o ano de 2010, segundo a DGAI, a violência doméstica constituiu a terceira tipologia criminal mais participada em Portugal – a seguir a “outros furtos” e a “furto em veículo motorizado” –, representando 7,3% do total das participações à GNR, PSP e PJ.
Em 2011 foram registadas 31.235 participações de violência doméstica pelas forças de segurança, correspondendo, em média, a 2603 participações por mês, 86 por dia e a quatro por hora.
Quanto às 58 sentenças em processos-crime por violência doméstica comunicadas à DGAI no primeiro trimestre de 2011, 52% foram absolvições e 48% condenações, mas entre as penas aplicadas apenas 6% foram de prisão efectiva.
Pena de prisão suspensa simples
Segundo dados do Ministério da Justiça fornecidos aos investigadores do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, que realizaram o estudo “Trajectórias de Esperança: itinerários institucionais de mulheres vítimas de violência doméstica”, a pena mais aplicada nestes casos continua a ser a pena de prisão suspensa simples
(em 2000, esta pena representou 92% das penas aplicadas e, em 2009, 38%).
“Esta pena, por não implicar qualquer dever de sujeição ou regra de conduta por parte do arguido, conduz, para grande parte das pessoas entrevistadas no estudo, a um certo sentimento de impunidade que tem consequências naquele conflito específico, com o agressor a sentir que não lhe foi aplicada qualquer pena”, concluem os investigadores.
Em 2011, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) registou um total de 19.944 factos criminosos que se reflectiram em 8192 processos de apoio relativos à problemática de violência doméstica.
Segundo o relatório da APAV, o autor do crime foi, em 83% dos processos de apoio, do sexo masculino, e situava-se predominantemente na faixa etária entre os 35 e os 40 anos.
O Observatório de Mulheres Assassinadas registou em 2011, em Portugal, o homicídio de 27 pessoas num contexto de conjugalidade e relações de intimidade, mas as queixas de violência doméstica apresentadas às autoridades são, em média, de quatro por hora.
O observatório, que faz a contabilização das vítimas a partir das notícias da imprensa, conclui que, apesar de ter havido uma diminuição no número de homicídios identificados relativamente a 2010 (43), em mais de metade deles, e das tentativas registadas, “existia violência na relação e algumas das situações haviam mesmo sido reportadas às entidades competentes”.
Constituído em 2004 como grupo de trabalho da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), o observatório revela que neste período 245 mulheres foram mortas por homens com quem tinham, ou tiveram, uma relação amorosa. Mas se juntar a esse número a violência intra-familiar, os assassinatos de mulheres sobem para 278.
Segundo o relatório de monitorização da violência doméstica da Direcção-Geral da Administração Interna (DGAI), no primeiro semestre de 2011 foram registadas pelas forças de segurança 14.508 queixas, o que correspondeu a uma diminuição de 4,6% relativamente ao período homólogo de 2010.
Em todo o ano de 2010, segundo a DGAI, a violência doméstica constituiu a terceira tipologia criminal mais participada em Portugal – a seguir a “outros furtos” e a “furto em veículo motorizado” –, representando 7,3% do total das participações à GNR, PSP e PJ.
Em 2011 foram registadas 31.235 participações de violência doméstica pelas forças de segurança, correspondendo, em média, a 2603 participações por mês, 86 por dia e a quatro por hora.
Quanto às 58 sentenças em processos-crime por violência doméstica comunicadas à DGAI no primeiro trimestre de 2011, 52% foram absolvições e 48% condenações, mas entre as penas aplicadas apenas 6% foram de prisão efectiva.
Pena de prisão suspensa simples
Segundo dados do Ministério da Justiça fornecidos aos investigadores do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, que realizaram o estudo “Trajectórias de Esperança: itinerários institucionais de mulheres vítimas de violência doméstica”, a pena mais aplicada nestes casos continua a ser a pena de prisão suspensa simples
(em 2000, esta pena representou 92% das penas aplicadas e, em 2009, 38%).
“Esta pena, por não implicar qualquer dever de sujeição ou regra de conduta por parte do arguido, conduz, para grande parte das pessoas entrevistadas no estudo, a um certo sentimento de impunidade que tem consequências naquele conflito específico, com o agressor a sentir que não lhe foi aplicada qualquer pena”, concluem os investigadores.
Em 2011, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) registou um total de 19.944 factos criminosos que se reflectiram em 8192 processos de apoio relativos à problemática de violência doméstica.
Segundo o relatório da APAV, o autor do crime foi, em 83% dos processos de apoio, do sexo masculino, e situava-se predominantemente na faixa etária entre os 35 e os 40 anos.
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