Mostrar mensagens com a etiqueta Rendimento mínimo adequado. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Rendimento mínimo adequado. Mostrar todas as mensagens

30.9.22

Bruxelas exorta 27 a modernizarem regimes de rendimento mínimo

in Dinheiro Vivo/Lusa

Comissão Europeia quer medidas já este outono para ajudar a combater a pobreza e exclusão social no atual contexto de inflação elevada.

A Comissão Europeia exortou esta quarta-feira os Estados-membros a modernizarem os seus regimes de rendimento mínimo já este outono, para ajudar a combater a pobreza e exclusão social no atual contexto de inflação elevada que colocou muitas pessoas em situação precária.

A proposta de recomendação relativa a "um rendimento mínimo adequado que garanta a inclusão ativa", hoje adotada na reunião semanal do colégio da Comissão, define a forma como os Estados-membros podem modernizar os seus regimes de rendimento mínimo, de modo a "aumentar a respetiva eficácia, tirar as pessoas da pobreza e promover a integração no mercado de trabalho das pessoas em condições de trabalhar".

"Num contexto em que muitas pessoas se encontram numa situação precária, será importante que, no outono, os Estados-membros modernizem as redes de segurança social através de uma abordagem de inclusão ativa, a fim de ajudar os mais necessitados. É desta forma que podemos combater a pobreza e a exclusão social e ajudar mais pessoas a reintegrar o mercado de trabalho neste período difícil", afirmou em conferência de imprensa o vice-presidente executivo Valdis Dombrovskis.

Já o comissário responsável pelo Emprego e Direitos Sociais, Nicolas Schmit, observou que "esta é também uma importante medida para a implementação da agenda do Porto, a agenda adotada durante a cimeira social do Porto em maio do ano passado - durante a presidência portuguesa do Conselho da UE -, quando os líderes aprovaram novos objetivos sociais a serem alcançados até 2030, entre os quais a redução, em pelo menos 15 milhões, do número de pessoas em risco de pobreza".

"Estamos num momento muito especial, pois, depois da pandemia da covid-19 e agora a crise ligada aos preços da energia e dos alimentos, há um novo risco de o número de pessoas em risco de pobreza aumentar", salientou.

Segundo Bruxelas, "embora o rendimento mínimo exista em todos os Estados-membros, a sua adequação, alcance e eficácia no apoio às pessoas variam de forma acentuada", razão pela qual a Comissão emite hoje recomendações, no sentido de melhorar a adequação do apoio ao rendimento, melhorar a cobertura e utilização do mesmo, melhorar o acesso a mercados de trabalho inclusivos e serviços de apoio essenciais, promover o apoio individualizado e aumentar a eficácia da governação das redes de segurança social.

Entre as medidas propostas, o executivo comunitário convida os governos dos 27 a estabelecerem o nível de apoio ao rendimento através de uma metodologia transparente e sólida, assegurando que este reflete gradualmente vários critérios de adequação, sem deixar de salvaguardar os incentivos ao trabalho, e a adotarem critérios de elegibilidade transparentes e não discriminatórios.

A Comissão defende também que "os Estados-membros devem facilitar a obtenção de apoio ao rendimento por pessoa, e não por agregado familiar, sem necessariamente aumentar o nível geral das prestações por agregado familiar", apontando que "são necessárias medidas adicionais para assegurar a adesão dos agregados familiares monoparentais, nos quais predominam as mulheres, ao rendimento mínimo".

Bruxelas defende ainda que "os procedimentos de candidatura devem ser acessíveis, simplificados e acompanhados de informações claras" e que "a decisão sobre um pedido de rendimento mínimo deve ser emitida no prazo de 30 dias a contar da sua apresentação, com a possibilidade de revisão dessa decisão".

Assinalando que mais de uma em cada cinco pessoas - ou seja, 94,5 milhões de pessoas no total - estavam em risco de pobreza ou exclusão social na UE em 2021, Bruxelas sublinha que "as redes de segurança social desempenham um papel fundamental no apoio a estas pessoas, ajudando-as a (re)integrar-se o mercado de trabalho, se tiverem condições para tal".

"No entanto, são necessários sistemas de proteção social mais eficazes, já que 20% das pessoas desempregadas em risco de pobreza não são elegíveis para receber qualquer apoio ao rendimento e estima-se que cerca de 30% a 50% da população elegível não solicita o apoio ao rendimento mínimo", alerta a Comissão.

14.7.17

Sabe quanto dinheiro é necessário para viver com dignidade?

in Sol

Um estudo revela quanto é necessário para viver com dignidade.

Um estudo realizado por uma parceria entre várias universidades e a Rede Europeia Anti-Pobreza, intitulado “Rendimento adequado em Portugal”, chegou à conclusão que um indivíduo em idade ativa a viver sozinho deveria ganhar mensalmente 783 euros para ter um nível de vida digno.

Já para um casal com um filho menor, o rendimento para um nível de vida digno é 1.800 euros.

O mesmo estudo revela que, para um indivíduo de 65 anos, o rendimento mínimo é de 634 euros.

11.7.17

Estudo diz que uma pessoa, em idade ativa, a viver só deveria ganhar 783 euros mensais

in RTP

Estudo diz que uma pessoa, em idade ativa, a viver só deveria ganhar 783 euros mensais

A ver: Estudo diz que uma pessoa, em idade ativa, a viver só deveria ganhar 783 euros mensais

O estudo da Universidade de Lisboa, Universidade Católica e Rede Anti-Pobreza diz que é esse o valor que um indivíduo em idade ativa a viver sozinho deveria ganhar para ter um nível de vida digno.

5.7.17

Vive com dignidade em Portugal? (saiba quanto tem de ganhar)

in Jornal Económico

Limiar da pobreza em Portugal está subestimado, segundo estudo elaborado por várias universidades e a Rede Europeia Anti-pobreza.

O limiar da pobreza em Portugal está subestimado, segundo o estudo "Rendimento Adequado em Portugal - Quanto é necessário para uma pessoa viver com dignidade em Portugal?", elaborado entre várias universidades portuguesas e a Rede Europeia Anti-Pobreza, apresentado esta terça-feira.

O estudo estima que um indivíduo em idade ativa a viver sozinho deveria ganhar 783 euros por mês para ter um nível de vida digno, enquanto um casal com um filho menor deveria auferir cerca de 1800 euros, explica a Lusa.

No cenário estudado, os valores de rendimento estimados são superiores aos 422 euros mensais definidos em 2014 como limiar da pobreza assim como aos 439 euros de 2017. Continuar a ler

Segundo as conclusões do estudo, um indivíduo com 65 anos ou mais a residir sozinho deveria ganhar 634 euros, enquanto um casal em que ambos têm 65 anos ou mais deveria receber 1.007 euros por mês.

"Estes resultados sugerem que o uso deste limiar de pobreza subestima a medição da incidência da pobreza em Portugal, se considerarmos, como referência para este cálculo, o valor do rendimento necessário para obter um nível de vida digno", diz o estudo, citado pela agência noticiosa.

Um estudo revela quanto é necessário para viver com dignidade.

in iOnline

Um estudo realizado por uma parceria entre várias universidades e a Rede Europeia Anti-Pobreza, intitulado “Rendimento adequado em Portugal”, chegou à conclusão que um indivíduo em idade ativa a viver sozinho deveria ganhar mensalmente 783 euros para ter um nível de vida digno.

Já para um casal com um filho menor, o rendimento para um nível de vida digno é 1.800 euros.

O mesmo estudo revela que, para um indivíduo de 65 anos, o rendimento mínimo é de 634 euros.

Estudo: Quanto se deve ganhar para viver com dignidade em Portugal?

in Dinheiro Vivo

Um indivíduo em idade ativa a viver sozinho deveria ganhar, por mês, 783 euros para ter um nível de vida digno e um casal com um filho menor deveria auferir cerca de 1.800 euros, revela um estudo hoje apresentado.

As conclusões são do estudo "Rendimento Adequado em Portugal (raP) - Quanto é necessário para uma pessoa viver com dignidade em Portugal?", que resulta de uma parceria entre várias universidades, entre as quais a de Lisboa e a Católica, e a Rede Europeia Anti-Pobreza, e que demonstra que o limiar da pobreza em Portugal está subestimado.

Os valores de rendimento estimados neste estudo para que cada um dos agregados familiares viva com dignidade são superiores aos 422 euros mensais definidos em 2014 como limiar da pobreza ou aos 439 euros de 2017.

O estudo teve, primeiramente, em consideração o mês de dezembro de 2014 como mês de referência dos orçamentos construídos, para depois os atualizar a preços de abril de 2017.

Olhando para os valores atualizados de 2017, o estudo revela que um indivíduo com 65 anos ou mais a residir só deveria ganhar 634 euros, enquanto um casal em que ambos têm 65 anos ou mais deveria auferir 1.007 euros mensais.

Já um indivíduo em idade ativa, ou seja dos 18 aos 64 anos, a residir só precisa de pelo menos 783 euros para viver com dignidade, enquanto se for um casal em que ambos estão em idade ativa, o valor deveria subir para os 1.299 euros.

Uma família monoparental com um filho menor de idade precisa de 1.374 euros mensais, já um casal de indivíduos em idade ativa com um filho menor de idade (12 anos) deveria poder receber por mês 1.796 euros.

Se o caso for o de um casal em idade ativa com dois filhos menores de idade (02 e 12 anos), então valor mensal aumenta para os 2.271 euros, baixando para os 1.816 euros no caso de um casal em idade ativa com um filho maior de idade (26 anos).

"Estes resultados sugerem que o uso deste limiar de pobreza subestima a medição da incidência da pobreza em Portugal, se considerarmos, como referência para este cálculo, o valor do rendimento necessário para obter um nível de vida digno", lê-se nas conclusões do estudo.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador do trabalho de investigação admitiu que o conjunto de investigadores já esperava que os valores do raP fossem superiores ao que é o limiar de pobreza do Eurostat, o valor usado para "tudo o que são medidas de avaliação políticas ou atualização políticas".

"Há uma clara subestimação dos valores da pobreza e há uma subestimação também dos valores dos mínimos sociais que estão fixados, do salário mínimo, dos mínimos sociais da proteção social", apontou José Pereirinha.

O responsável admitiu que a investigação não fez cálculos para descobrir o número real de pobres em Portugal porque se entendeu ser mais importante "comparar os limiares de pobreza com este valor de rendimento adequado", mostrando que os valores atuais são baixos.

Por outro lado, o investigador salientou que o estudo traz outra importante conclusão: a de que "as crianças têm um custo superior àquilo que se convenciona habitualmente" nas escalas de equivalência, ou seja, o peso que as crianças têm no cálculo das prestações sociais que dependem da composição familiar.

"Quando o RSI [Rendimento Social de Inserção] é determinado em função do número de adultos equivalentes no agregado, faz-se isso usando a escala da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] ", exemplificou José Pereirinha.

Apontou que a investigação revelou que as escalas de equivalência demonstradas neste estudo são diferentes das da OCDE porque "têm um custo implícito que é superior àquele que as escalas da OCDE estão a admitir".

Estudo sobre rendimento adequado revela limiar da pobreza subestimado

Correio da Manhã

Um indivíduo em idade ativa a viver sozinho deveria ganhar, por mês, 783 euros para ter um nível de vida digno e um casal com um filho menor deveria auferir cerca de 1.800 euros, revela um estudo hoje apresentado.

As conclusões são do estudo "Rendimento Adequado em Portugal (raP) -- Quanto é necessário para uma pessoa viver com dignidade em Portugal?", que resulta de uma parceria entre várias universidades, entre as quais a de Lisboa e a Católica, e a Rede Europeia Anti-Pobreza, e que demonstra que o limiar da pobreza em Portugal está subestimado.

Os valores de rendimento estimados neste estudo para que cada um dos agregados familiares viva com dignidade são superiores aos 422 euros mensais definidos em 2014 como limiar da pobreza ou aos 439 euros de 2017.

Condições para uma vida digna mal definidas

in Destaque

Estudo conclui'que as crianças têm um custo superior ao até agora estimado Limiar da pobreza definido por baixo Para ter uma vida digna, um adulto em idade ativa devia receber mais EUR344 (78%) do que os EUR439 que servem de base para os apoios sociais. Lacuna é generalizada.
JOÃO MOMZ jnianiz 0 déstak.pt para definir o Indexande de Apoios Sociais, que por sua vez serve de referência para todas as prestações sociais pagas pelo Estado, é tido em conta o chamado limiar da pobreza. Uma "linha de água" para a subsistência que foi colocada nos EUR422 mensais em 2014 e nos EUR439 já este ano.

Para confirmar se estes valores são garantia de uma vicia com dignidade, várias universidades portuguesas juntaram-se .à Rede Europeia Anti-Pobreza. O estudo Rendimento Adequadro em Portugal (raP), ontem apresentado, mostra que não. ()limiar da pobreza está subestimado em Portugal, e por largas centenas de ouros.

O caso mais gritante é o de uni adulto em idade ativa que viva sozinho. Os tais EUR439 deveriam ser suficientes, mas o raP define que uma pessoa entre os 18 e os 64 anos precisa de (783. É uma diferença de 844 euros, ou seja, 78% a menos do que o necessário. Contas feitas pelo Das-t*, é a maior percentagem nas necessidades identificadas pela investigação.

Um casal sem filhos ainda em idade para trabalhar deveria viver com EUR129 9, o que dá EUR649,5 por pessoa.

Neste caso, os 210,5 euros por cada um dos cônjuges implicam urna perda de 48%. O défice é ainda maior noutro agregado familiar com duas pessoas, neste caso as famílias monoparentais. Seriam necessários EUR1374 para um adulto e um filho menor, o que implica que deveriam receber mais 248 euros cada um para conseguirem ter uma vida digna Em Mação a outras famílias com filhos, um casal com um dependente menor precisaria de EUR1796 (o Estado está a atribuir-lhe corno necessidade menos 159,6 euros por cada um dos três membros do agregado), valor que sobe ligeiramente para £1816 se o filho já tiver mais de 18 anos (estão 166,3 euros em falta por pessoa). Com dois filhos, o bolo deveria subir para EUR2271 (sã.o menos EUR515; EUR128,75/pessoa).

Limiar da pobreza em Portugal está subestimado

in Público on-line

Estudo mostra qual o rendimento mínimo necessário para que se possa viver em Portugal com dignidade. Valores são superiores aos calculados como limiar da pobreza.

Um indivíduo em idade activa a viver sozinho deveria ganhar, por mês, 783 euros para ter um nível de vida digno e um casal com um filho menor deveria auferir cerca de 1.800 euros, revela um estudo hoje apresentado.

As conclusões são do estudo “Rendimento Adequado em Portugal (raP) – Quanto é necessário para uma pessoa viver com dignidade em Portugal?”, que resulta de uma parceria entre várias universidades, entre as quais a de Lisboa e a Católica, e a Rede Europeia Anti-Pobreza, e que demonstra que o limiar da pobreza em Portugal está subestimado.

Os valores de rendimento estimados neste estudo para que cada um dos agregados familiares viva com dignidade são superiores aos 422 euros mensais definidos em 2014 como limiar da pobreza ou aos 439 euros de 2017.

O estudo teve, primeiramente, em consideração o mês de Dezembro de 2014 como mês de referência dos orçamentos construídos, para depois os actualizar a preços de Abril de 2017.

Olhando para os valores actualizados de 2017, o estudo revela que um individuo com 65 anos ou mais a residir só deveria ganhar 634 euros, enquanto um casal em que ambos têm 65 anos ou mais deveria auferir 1.007 euros mensais.

Já um individuo em idade activa, ou seja dos 18 aos 64 anos, a residir só precisa de pelo menos 783 euros para viver com dignidade, enquanto se for um casal em que ambos estão em idade activa, o valor deveria subir para os 1.299 euros.

Uma família monoparental com um filho menor de idade precisa de 1.374 euros mensais, já um casal de indivíduos em idade activa com um filho menor de idade (12 anos) deveria poder receber por mês 1.796 euros.

Se o caso for o de um casal em idade activa com dois filhos menores de idade (02 e 12 anos), então valor mensal aumenta para os 2.271 euros, baixando para os 1.816 euros no caso de um casal em idade activa com um filho maior de idade (26 anos).

“Estes resultados sugerem que o uso deste limiar de pobreza subestima a medição da incidência da pobreza em Portugal, se considerarmos, como referência para este cálculo, o valor do rendimento necessário para obter um nível de vida digno”, lê-se nas conclusões do estudo.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador do trabalho de investigação admitiu que o conjunto de investigadores já esperava que os valores do raP fossem superiores ao que é o limiar de pobreza do Eurostat, o valor usado para “tudo o que são medidas de avaliação políticas ou actualização políticas”.

“Há uma clara subestimação dos valores da pobreza e há uma subestimação também dos valores, dos mínimos sociais que estão fixados, do salário mínimo, dos mínimos sociais da protecção social”, apontou José Pereirinha.

O responsável admitiu que a investigação não fez cálculos para descobrir o número real de pobres em Portugal porque se entendeu ser mais importante “comparar os limiares de pobreza com este valor de rendimento adequado”, mostrando que os valores actuais são baixos.

Por outro lado, o investigador salientou que o estudo traz outra importante conclusão: a de que “as crianças têm um custo superior àquilo que se convenciona habitualmente” nas escalas de equivalência, ou seja, o peso que as crianças têm no cálculo das prestações sociais que dependem da composição familiar.

“Quando o RSI [Rendimento Social de Inserção] é determinado em função do número de adultos equivalentes no agregado, faz-se isso usando a escala da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] ”, exemplificou José Pereirinha.

Apontou que a investigação revelou que as escalas de equivalência demonstradas neste estudo são diferentes das da OCDE porque “têm um custo implícito que é superior àquele que as escalas da OCDE estão a admitir”.

Quanto é necessário para uma pessoa viver com dignidade em Portugal?

in Diário de Notícias

Estudo científico demonstra que o limiar da pobreza em Portugal está definido muito abaixo do que deveria


Um indivíduo em idade ativa a viver sozinho deveria ganhar, por mês, 783 euros para ter um nível de vida digno e um casal com um filho menor deveria auferir cerca de 1.800 euros, revela um estudo apresentado esta terça-feira.

As conclusões são do estudo "Rendimento Adequado em Portugal (raP) -- Quanto é necessário para uma pessoa viver com dignidade em Portugal?", que resulta de uma parceria entre várias universidades, entre as quais a de Lisboa e a Católica, e a Rede Europeia Anti-Pobreza, e que demonstra que o limiar da pobreza em Portugal está subestimado.

Os valores de rendimento estimados neste estudo para que cada um dos agregados familiares viva com dignidade são superiores aos 422 euros mensais definidos em 2014 como limiar da pobreza ou aos 439 euros de 2017.
O melhor do Diário de Notícias no seu email

O estudo teve, primeiramente, em consideração o mês de dezembro de 2014 como mês de referência dos orçamentos construídos, para depois os atualizar a preços de abril de 2017.

Olhando para os valores atualizados de 2017, o estudo revela que um indivíduo com 65 anos ou mais a residir só deveria ganhar 634 euros, enquanto um casal em que ambos têm 65 anos ou mais deveria auferir 1.007 euros mensais.

Já um indivíduo em idade ativa, ou seja dos 18 aos 64 anos, a residir só precisa de pelo menos 783 euros para viver com dignidade, enquanto se for um casal em que ambos estão em idade ativa, o valor deveria subir para os 1.299 euros.

Uma família monoparental com um filho menor de idade precisa de 1.374 euros mensais, já um casal de indivíduos em idade ativa com um filho menor de idade (12 anos) deveria poder receber por mês 1.796 euros.

Se o caso for o de um casal em idade ativa com dois filhos menores de idade (02 e 12 anos), então valor mensal aumenta para os 2.271 euros, baixando para os 1.816 euros no caso de um casal em idade ativa com um filho maior de idade (26 anos).

"Estes resultados sugerem que o uso deste limiar de pobreza subestima a medição da incidência da pobreza em Portugal, se considerarmos, como referência para este cálculo, o valor do rendimento necessário para obter um nível de vida digno", lê-se nas conclusões do estudo.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador do trabalho de investigação admitiu que o conjunto de investigadores já esperava que os valores do raP fossem superiores ao que é o limiar de pobreza do Eurostat, o valor usado para "tudo o que são medidas de avaliação políticas ou atualização políticas".

"Há uma clara subestimação dos valores da pobreza e há uma subestimação também dos valores, dos mínimos sociais que estão fixados, do salário mínimo, dos mínimos sociais da proteção social", apontou José Pereirinha.

O responsável admitiu que a investigação não fez cálculos para descobrir o número real de pobres em Portugal porque se entendeu ser mais importante "comparar os limiares de pobreza com este valor de rendimento adequado", mostrando que os valores atuais são baixos.

Por outro lado, o investigador salientou que o estudo traz outra importante conclusão: a de que "as crianças têm um custo superior àquilo que se convenciona habitualmente" nas escalas de equivalência, ou seja, o peso que as crianças têm no cálculo das prestações sociais que dependem da composição familiar.

"Quando o RSI [Rendimento Social de Inserção] é determinado em função do número de adultos equivalentes no agregado, faz-se isso usando a escala da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] ", exemplificou José Pereirinha.

Apontou que a investigação revelou que as escalas de equivalência demonstradas neste estudo são diferentes das da OCDE porque "têm um custo implícito que é superior àquele que as escalas da OCDE estão a admitir".