18.5.09

Portugueses compram mais marcas próprias

por Maria João Espadinha, in Diário de Notícias

A crise está a mudar os hábitos do consumidor português, que, além de comer cada vez mais em casa, em vez de jantar fora, compra cada vez mais produtos de marcas próprias dos supermercados.

A crise está a mudar os hábitos do consumidor português, que, além de comer cada vez mais em casa, em vez de jantar fora, compra cada vez mais produtos de marcas próprias dos supermercados. Prova disso é que as vendas destes artigos aumentam nas várias cadeias, com crescimentos de mais de cinco pontos percentuais em alguns casosDistribuição. Peso dos produtos próprios nas vendas aumenta nos cinco maiores supermercados em Portugal, havendo casos em que representam já mais de 50% da facturação, segundo a TNS


A crise está a fazer com que os portugueses comprem mais produtos de marca própria, cujo preço é mais baixo que o dos restantes. Prova disso é que o peso destes artigos nas vendas dos cinco maiores supermercados de Portugal aumenta constantemente, e há já casos em que representam mais de metade da sua facturação.

É o caso do Minipreço, em que 51,8% das vendas de produtos de grande consumo no primeiro trimestre de 2009 são de artigos de marca própria, segundo dados da TNS Worldpanel, empresa de estudos de mercado. O aumento foi de 4,8 pontos percentuais, quando comparado com 2008.

Os maiores crescimentos de vendas deste tipo de artigos foi registada no grupo Sonae, que têm a maior quota de mercado - 25,9% no final dos primeiros três meses do ano, segundo dados da TNS. No caso dos supermercados Modelo, as marcas próprias representam já 31,1% da sua facturação, um aumento substancial de 6,3 pontos percentuais. No Continente, o crescimento foi também significativo: mais 5,1 pontos percentuais que no ano anterior.

Também o Pingo Doce, da Jerónimo Martins, está a capitalizar com a mudança dos hábitos do consumidor português. Enquanto nos primeiros três meses de 2008 44,9% dos seus produtos vendidos eram de marca própria, este ano a percentagem subiu para 46,3%. O Feira Nova, cadeia de hipermercados que pertence ao mesmo grupo, seguiu também esta tendência, vendo a sua facturação com artigos deste tipo crescer 3,6 pontos percentuais para 32,7% no final de Março deste ano.

No Intermarché, a subida foi apenas ligeira, de 1,2 pontos percentuais, para 21,6%. O que coloca os hipermercados do grupo Os Mosqueteiros no final da lista e abaixo da média de vendas de produtos de marca própria em Portugal, que é actualmente 33%.

Apesar de ser o "campeão" das marcas próprias, que representam 69,3% das suas vendas de produtos de grande consumo, o Lidl está a diminuir a aposta nestes artigos. É uma tendência que ocorre há alguns anos, já que a cadeia alemã tem vindo a intro-duzir produtos de marca de fabricante nas suas lojas, que no início eram essencialmente compostas por produtos brancos. Assim, as vendas destes artigos caíram 1,8 pontos percentuais.

A outra excepção à tendência de crescimento ocorreu no grupo Auchan, que detém os supermercados Pão de Açúcar e os hipermercados Jumbo, em que as vendas de marcas próprias de produtos de grande consumo caiu ligeiramente, 0,9 pontos percentuais, para 21,6%.