in Diário de Notícias
Os sinais de estabilização financeira deverão permitir que os défices da União Europeia/zona euro não ultrapassem a média de 5,5 a 6,5 por cento em 2009-2010, defende um relatório que a Saer hoje divulgou.
No Relatório sobre a Situação Económica e dos Negócios, a consultora Saer-Sociedade de Avaliação de Empresas e Risco refere que aqueles sinais possibilitam "começar a ser discutido um processo de consolidação orçamental que não inviabilize a recuperação das economias europeias".
Os receios expressados no relatório anterior da Saer sobre a sobrevivência do euro e o risco da necessidade de planos de apoios aos bancos - 'bail-outs' - dos Estados, quer da zona euro, quer da Europa Central, "parecem estar dissipados ou a dissiparem-se", refere o estudo da consultora
"Mas, porventura mais relevante para esse dissipar tem sido a actuação do BCE" (Banco Central Europeu), pois "embora por arrasto", a instituição "propiciou liquidez ao sistema, foi baixando as taxas de juro para níveis impensáveis meses atrás".
O banco central europeu "sinalizou que não deixaria cair ninguém ou que, se tal viesse a ocorrer, tentaria controlar o respectivo processo (...) salvaguardando, assim, o euro", explica a Saer.
Os especialistas da Saer salientam que "as perspectivas económicas internacionais apresentam-se (no princípio de Junho de 2009) com graus de elevada complexibilidade e imprevisibilidade bastante significativos, mas com sinais positivos de que alguma estabilização terá sido atingida em relação à queda livre e rápida que a economia internacional sofreu no último trimestre de 2008 e primeiros meses de 2009".
O relatório acrescenta que "as respostas mais ou menos (des)coordenadas das autoridades das principais economias (...) parecem estar a revelar algum resultado, pelo menos parcialmente visível em sinais de estabilização".
"Alguns indiciam apenas essa estabilização, outros já prenunciam recuperação dentro de pouco tempo", acrescenta o documento.
A Saer faz ainda uma análise "prudente" dos indicadores económicos e refere que a "economia internacional [deverá] ter parado de cair -ou ir parar de contrair - e estar a entrar numa fase de estabilização durante um largo período de tempo, num patamar de crescimento claramente abaixo daquele de onde tinha caído".
Numa visão "optimista" a Saer refere que, "tal como se tinha subavaliado a desaceleração brusca/recessão também se cometeria um erro de análise subavaliando a retoma. Uma evolução formato-tipo ´V´ou ´U´seria mais apropriada".
A consultora também não descarta a hipótese de "a evolução futura da economia internacional se poder aproximar do formato-tipo ´W´, em que após uma retoma inicial encontrará um tecto na disponibilidade limitada de recursos que, entretanto, terão encarecido e que provocarão uma nova desaceleração".
Lusa
EA.