9.7.09

Lula alerta para agravamento da crise nos países mais pobres

in Diário de Notícias

O presidente do Brasil, Inácio Lula da Silva, alertou hoje em Paris que a actual crise económica mundial agrava a situação dos países mais pobres, mas mostrou-se optimista na resolução da situação através de um "esforço coordenado".

Lula da Silva recebeu o prémio da UNESCO Houphouet-Boigny numa cerimónia na capital francesa em que foram realçadas as suas qualidades a favor da Paz e Justiça.

"Vamos sair desta crise", disse o presidente brasileiro, acrescentando que "é o esforço coordenado" da comunidade internacional que irá ajudar a melhorar a actual situação.

Lula da Silva fez um apelo a favor da paz no mundo, defendendo que ela é ao mesmo tempo "causa e consequência da luta pela liberdade e democracia".

O Presidente do Brasil condenou "veementemente" o golpe de Estado que depôs o governo das Honduras e defendeu uma resposta dura e estrita contra os seus autores.

Por outro lado, saudou "as eleições pacíficas" na Guiné-Bissau realizadas no final de Junho.

Na mesa de honra da cerimónia da entrega do prémio da UNESCO estiveram, entre outros, José Sócrates, primeiro-ministro português, Mário Soares, ex-presidente de Portugal, Henri Konan Bédié, ex-Presidente da Costa do Marfim, Abdou Diouf, Ex-Presidente do Senegal, Pedro Verona Pires, Presidente de Cabo Verde e Abdoulaye Wade, Presidente do Senegal.

Lula da Silva lançou ainda um apelo à comunidade internacional para chegar a acordo sobre futuras reduções na emissão de dióxido de carbono nas conversações que terão lugar em Copenhaga no final do corrente ano.

"O Brasil está a fazer a sua parte e o nosso esforço tem de ser compatível com a luta contra a fome e a miséria", defendeu o presidente brasileiro.

O Prémio para a Paz Houphouet-Boigny 2008 foi atribuído a Inácio Lula da Silva "pela sua acção a favor da procura da paz, do diálogo, da democracia, da justiça social, da igualdade de direitos, assim como pela sua grande contribuição na erradicação da pobreza e a protecção do direito das minorias".

O galardão foi criado em 1989 e é atribuído anualmente pela UNESCO para agraciar personalidades, instituições e organizações que contribuíram de uma forma determinante para a promoção, procura ou manutenção da paz, tendo em consideração a Carta das Nações Unidas e a Constituição da UNESCO.

Entre os laureados dos anos anteriores encontram-se Nelson Mandela e Frederik W. De Klerk da África do Sul; Yitzhak Rabin e Shimon Peres de Israel e Yasser Arafat da Palestina; Rei Juan Carlos de Espanha e o antigo presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter; presidente do Senegal Abdoulaye Wade e o antigo presidente da Finlândia Martti Ahtisaari.

O Prémio inclui um cheque de 122 mil euros, uma medalha em ouro e um diploma assinado pelo director-geral da UNESCO.

O laureado é escolhido por um júri internacional constituído por onze individualidades dos cinco continentes, entre os quais o ex-presidente português Mário Soares, presididos por Henry Kissinger, antigo secretário de estado norte-americano.

FPB.

Lusa