in Algarve Notícias
A recessão económica inverteu 20 anos de declínio da pobreza mundial e deve colocar em 2009 mais 90 milhões de pessoas no grupo dos que passam fome no planeta, um aumento de 6% em relação aos dados actuais, disse hoje a ONU.
A estimativa, apresentada num relatório sobre um programa desenvolvido há 10 anos pela ONU para conduzir países pobres ao desenvolvimento até 2015, indica que 17% dos 6,8 mil milhões de habitantes do mundo estarão classificados como extremamente pobres no final deste ano.
«Em 2009, entre 55 a 90 milhões de pessoas a mais do que o previsto antes da crise estarão a viver em extrema pobreza» refere o relatório.
Intitulado «Relatório de Metas de Desenvolvimento do Milénio», o documento também alerta para o facto de que o recente declínio na ajuda externa - apesar das promessas de países ricos de aumentar o fluxo de recursos - provavelmente vai causar mais doenças e agitação social no hemisfério sul.
Ban Ki-moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas, fez um apelo às nações industrializadas do Grupo dos Oito para que aumentem a ajuda, sobretudo para África, no próximo ano, afirmando que as promessas anteriormente feitas por eles ficaram aquém do anunciado.
As pessoas que vivem na pobreza são definidas pela ONU como as que têm rendimentos abaixo de 1,25 dólares por dia.
De acordo com dados da ONU, em 1990 a proporção de pessoas que passavam fome era de 20% da população mundial, mas em 2005 caíra para 16%.
A inversão começou em 2008, em parte como consequência do aumento dos preços dos alimentos no mundo.