25.1.10

Alunos da UM deixam vinte milhões de euros por ano na região

in Jornal Público

Estudo encomendado pela Associação Académica demonstra a capacidade de atracção de alunos dos concelhos à volta de Braga e Guimarães


Os estudantes da Universidade do Minho (UM) valem pelo menos 20 milhões de euros por ano à economia da região. As cidades de Braga e Guimarães, sedes dos dois pólos da insti- tuição, são as que mais beneficiam, segundo revela um estudo encomendado pela Associação Académica do Minho (AAUM).

O estudo Custo de vida e educação dos estudantes da Universidade do Minho foi feito por uma empresa externa, com base em 800 entrevistas a estudantes, e demonstra o peso que o ensino superior tem na região. Mas os dados revelados pelo documento baseiam-se apenas na análise dos custos com habitação, alimentação e despesas associadas ao ensino, pelo que o impacto económico da universidade será superior.

"Não foram contabilizados os gas- tos sociais, que são também impor- tantes", adverte Pedro Soares, presidente da AAUM. De fora desta contabilidade ficam, por exemplo, os gastos nos bares, em bilhetes para ci- nema, espectáculos culturais ou provas desportivas.

Alojamento mais barato

As contribuições anuais dos estudan-tes para a região sobem para 36 milhões de euros, se forem contabilizadas as propinas pagas pelos quase 16.000 alunos da UM. "Conseguimos perceber a importância dos estudantes nas cidades", sublinha Soares. O dirigente estudantil lembra também que boa parte do crescimento das cidades de Braga e Guimarães aconteceu, nas últimas décadas, à volta dos pólos universitários, realidade que o estudo também não aprofunda.

A habitação é de resto um dos principais encargos que os estudantes têm que suportar. Cerca de 40 por cento dos alunos da UM vivem em casa arrendada numa das duas cidades, gastando em média 105 euros por mês. Um valor abaixo dos preços praticados noutras cidades universitárias, mas com um grande peso nos orçamentos dos estudantes. A esta verba juntam-se quase 35 euros por mês, em média, com as despesas de água, electricidade e gás.

O estudo encomendado acentua uma característica da UM. Os estudantes que a procuram têm origem fundamentalmente na região e nos concelhos vizinhos. "O estudante tipo não se encontra deslocado, podendo contudo não residir nos concelhos de Guimarães e Braga", acentua o documento. Os alunos que mantêm residência junto das suas famílias viajam, em média, 18 quilómetros por dia e gastam em média 62 euros por mês nas deslocações pendulares.