11.10.11

"Somos uma plataforma inclusiva com uma dinâmica experimental"

in Oje

Mais de 25 mil pessoas visitaram, entre 28 de Setembro e 2 de Outubro, o Centro de Congressos do Estoril e a FIARTIL.

Reunindo mais de cem expositores e uma programação diversificada, entre conferências, workshops de boas práticas, speed meetings e acções lúdicas e culturais, o Green Festival 2011 " foi um êxito, com uma participação superior às anteriores edições", conclui, em entrevista ao OJE Mais Responsável, Pedro Norton de Matos, principal mentor do festival.
Nesta 4ª edição co-organizada pela Câmara Municipal de Cascais, Gingko e Ogilvy Portugal, os temas que mereceram "particular ênfase reflectiram algumas efemérides de 2011", como o Ano Europeu do Voluntariado e o Ano Internacional das Florestas, a par da mobilidade sustentável, outra temática transversal aos cinco dias do evento.

Quanto a novidades, este ano o Green Fest teve "um grande enfoque na área da educação", com a integração, pela primeira vez, de um programa direccionado especificamente para Escolas e Universidades. Desenvolvido em parceria com a consultora Sair da casca (SdC), este programa "foi pensado com acções específicas - de jogos a sessões de orientação vocacional - para os 1º, 2º e 3º ciclos, secundário e universidades", explica Norton de Matos: "a mobilização dos diferentes públicos escolares constituiu um importante marco nesta edição".

Promover a empregabilidade na Economia Verde, permitindo aos jovens "procurarem entre as muitas oportunidades que surgem nos chamados green jobs", foi um dos objectivos desta nova atenção à educação, vertente que ganhou também expressão através de uma parceria estratégica com o IADE, "que terá continuidade e cujo resultado foi um plano de comunicação integrado" do evento. Os alunos do projecto vencedor ganharam a possibilidade de realizar estágios na organização do festival e na própria Ogilvy. Segundo Norton de Matos, "é esta ligação entre o Green Fest, a indústria e a escola que pretendemos fomentar".

Com "mais conteúdos do que em qualquer edição passada", o evento contou com a participação da Dinamarca, como país convidado, no âmbito da qual foi apresentada a estratégia energética deste país, definida na sequência de Copenhaga se apresentar como a primeira capital mundial "carbon zero" até 2025. Em matéria ambiental, destaque para a apresentação do estudo "Mainstream Green", realizado nos EUA pela Ogilvy Earth, cuja principal conclusão é que "82% dos consumidores têm boas intenções ecológicas, mas apenas 16% realmente as cumpre".

Finalmente, a integração no festival, pela primeira vez, do Congresso do Empreendedorismo Social, organizado pelo IES, é outra importante novidade "que resulta de uma triangulação entre autarquia, universidade e sociedade civil" e que se revela "particularmente importante", face ao dinamismo que o sector tem actualmente.

Ainda no que concerne os temas debatidos, destaque para a conferência da Galp, que reuniu vários casos de sucesso ao nível do voluntariado empresarial (caso da Sociedade Central de Cervejas, por exemplo, que apresentou ainda o Prémio Ideias Verdes), e das conferências temáticas do BCSD dedicadas às alterações climáticas e aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Já a Sair da casca, para além do programa dedicado à educação, marcou presença com um workshop sobre marketing e consumo sustentável. A Nestlé, presente pela primeira vez no evento, realizou uma conferência a partir da teoria de Michael Porter sobre o valor partilhado dentro da cadeia de valor, levando a Cascais um dos dirigentes de Porter.

Dirigindo-se às empresas, mas também às famílias, o Green Fest distingue-se dos demais eventos na área da sustentabilidade pela sua "dinâmica experimental: queremos que o festival seja cada vez mais uma grande plataforma inclusiva de vários níveis etários e organizações públicas e privadas", incluindo todas as iniciativas da sociedade civil. Tenho chamado a esta plataforma um local de contar histórias". Porque no Green Fest se contam histórias nas conferências e nos seminários, mas também nos expositores e nas áreas de animação".

Objectivo? Conseguir que o visitante tenha uma experiência que o desafie a perceber como é que transforma uma mensagem "sustentável" numa mudança dos seus comportamentos. Portanto, "nós insistimos, a cada edição, em transmitir o lema "Fazer parte é fácil. Você faz a diferença", sublinha o porta-voz do festival. "Depois, o somatório de cada um de nós é a comunidade, e é nesse sentido que apelamos muito à participação. Queremos sensibilizar, mas queremos ir mais longe, passando à acção".

Fazendo referência ao estudo apresentado pela Ogilvy, Pedro Norton de Matos conclui que, ao conseguirmos diminuir "colectivamente, dando cada um de nós um passo em frente", o ‘gap' entre a intenção e a prática, estamos "efectivamente a praticar aquilo que sabemos ser necessário". No Green Fest, "as empresas e famílias encontraram um enorme espaço de partilha de experiências na área da responsabilidade social e ambiental", garante.