24.11.11

Comércio e serviços com mais 40 mil desempregados em 2011

Por Margarida Bon de Sousa, in iOnline

Empresas fecham a um ritmo de 100 por dia. Mas em Outubro 4 mil pessoas perderam o subsídio

O sector do comércio e serviços está a fechar empresas a uma média de 100 por dia desde o início do ano e já perdeu 40 mil postos de trabalho. Isto sem contar com uma mancha silenciosa de pequenos industriais e comerciantes que entram em insolvência sem constarem das estatísticas, porque não têm direito a qualquer apoio estatal.
Os números foram transmitidos por João Vieira Lopes, presidente da CCP, ao Presidente da República, durante a audição que manteve com Cavaco Silva esta semana. “Tivemos a preocupação de traçar o retrato o mais possível realista das dificuldades que estamos a atravessar. Outro dos problemas que transmitimos foi a dificuldade das empresas se financiarem junto da banca. Esse estrangulamento vai provocar ainda mais falências porque muitas vezes as empresas enfrentam problemas de tesouraria, não de robustez económica”, disse o dirigente associativo ao i.
Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística mostram que mais de 290 mil pessoas recebiam prestações de desemprego em Outubro deste ano, o equivalente a 42,4% do número total de desempregados contabilizados pelo instituto.
Os dados que constam do site da Segurança Social referiam que o mês passado existiam 292 513 beneficiários a receber prestações de emprego, menos 4034 pessoas que em Setembro.
Quando comparado com o mesmo mês de 2010, o número de beneficiários desta prestação caiu 23 259, apesar de o número de desempregados ter vindo a aumentar em Portugal. No terceiro trimestre deste ano, e ainda segundo o INE, havia 689,6 mil pessoas sem emprego, o que fez elevar a taxa para os 12,4%.
Uma das razões que explicam esta contradição entre o aumento da taxa de desemprego e a perda desta prestação prende-se com as novas regras que entraram em vigor em Julho. Desde aí os beneficiários deixaram de poder recusar propostas de trabalho que garantam uma retribuição ilíquida igual ou superior a 10% do subsídio durante o primeiro ano e ficam obrigados, no período seguinte, a aceitar ofertas de valor igual ao montante do subsídio. O valor médio desta prestação em Outubro foi de 540,7 euros, o subsídio social de desemprego inicial de 345,61 euros e o subsequente de 365,31 euros. Com Lusa