24.11.11

Metade dos cidadãos da UE dispostos a pagar mais para ajudar quem precisa

in Económico

Metade dos cidadãos da União Europeia (UE) estão dispostos a pagar mais pelas suas compras diárias, como exemplo para produtos do comércio justo, se souberem que tal é susceptível de beneficiar países em vias de desenvolvimento.

De acordo com o Eurobarómetro hoje divulgado, os europeus consideram a ajuda aos pobres como uma prioridade e 84% dos inquiridos apoiam a ajuda ao desenvolvimento em todo o mundo, a fim de ajudar pessoas em situação de pobreza.

A maioria dos cidadãos da União Europeia (84%) também apoia o facto de a ajuda da UE incidir fortemente na boa governação e nos direitos humanos nos países em desenvolvimento, uma directriz proposta pelo comissário europeu Andris Piebalgs na "Agenda para a mudança", que estabelece uma abordagem mais estratégica para a redução da pobreza.

Os dados revelam ainda que 62% dos cidadãos europeus são a favor de aumentar a ajuda ao desenvolvimento, pelo menos, para 0,7% do rendimento nacional bruto da União Europeia até 2015 e que 70% considera a África Subsariana como a parte do mundo que mais necessita de ajuda para combater a pobreza seguida do Médio Oriente e do Norte de África (33%).

Por outro lado, 42% dos inquiridos consideram que a eficácia da ajuda pode ser reforçada, essencialmente, trabalhando mais estreitamente com os próprios países em desenvolvimento, enquanto 36% preferem uma melhor cooperação com outros países doadores, como os Estados Unidos e a Austrália

O mesmo estudo destaca que a juventude europeia é a melhor aliada dos pobres do mundo uma vez que os jovens da Europa entre os 15 e os 24 anos manifestaram apoio à política de desenvolvimento.

Nove em cada dez jovens pensam que é importante ajudar as pessoas pobres e 41% pensa que é "muito importante", em comparação com 35% das pessoas com mais de 40 anos.

Os jovens também assumem o seu empenho pessoal mais forte com a causa, estando 53% dos jovens e 60% dos estudantes dispostos a pagar mais pelos produtos (do comércio justo, por exemplo) se tal beneficiar as pessoas pobres do mundo.

Para o Comissário responsável pelo Desenvolvimento, Andris Piebalgs, "os europeus estão a enviar uma mensagem clara aos políticos na UE e de países terceiros".

"Mesmo em tempos de crise económica, continuam firmemente empenhados em ajudar os outros a sair da pobreza. Esta generosidade tem de ser correspondida pela responsabilidade política. Temos de ser mais eficientes e transparentes mostrando os resultados da nossa ajuda para provar que os fundos representam uma verdadeira diferença", frisou.

Segundo o comissário, o Fórum de Alto Nível sobre a Eficácia da Ajuda, que se realizará na próxima semana em Busan, na Coreia do Sul, constituirá uma excelente oportunidade para demonstrar a forma de tornar a ajuda ainda mais eficaz.

O Eurobarómetro "Fazer a diferença no mundo: os europeus e o futuro da ajuda ao desenvolvimento" foi realizado em 27 estados-membros da União Europeia em Setembro tendo sido directamente entrevistados 26 856 europeus com 15 ou mais anos.

O inquérito tem por objectivo avaliar os pontos de vista do público sobre a ajuda ao desenvolvimento e o futuro da cooperação para o desenvolvimento, antes da Fórum de Alto Nível sobre a Eficácia da Ajuda que se realizará em Busan, na Coreia do Sul, entre 29 de Novembro e 2 de Dezembro.

A União Europeia no seu conjunto (os Estados-Membros e EuropeAid, fundos administrados pela Comissão) é o maior doador de ajuda oficial ao desenvolvimento e ajuda pessoas em mais de 150 países. Em 2010, concedeu 53,8 mil milhões de euros (mais de metade da ajuda mundial).