17.5.22

Alimentação, obras em casa e na rua. Lisboa quer cuidar dos mais idosos

André Campos Ferrão, in DN

A autarquia pretende combater o isolamento da população mais envelhecida através da sinalização das situações mais preocupantes, disponibilizando de apoio domiciliário ao nível da alimentação ou até de obras nas habitações identificadas.

A Câmara Municipal de Lisboa assinou esta segunda-feira um protocolo com várias entidades para combater as situações de isolamento da população da cidade com mais de 65 anos, que representa "mais de um terço da população de Lisboa", e criar "condições para a atividade das pessoas" mais velhas, de acordo com o presidente da autarquia.

O documento - que integra o programa "Lisboa, cidade para todas as idades" - foi assinado entre o município da capital, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), o Instituto da Segurança Social, a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, Policia de Segurança Pública (PSP) e as juntas de freguesia da cidade.

Segundo a informação disponibilizada, pretende "sinalizar a população da cidade com mais de 65 anos e identificar as suas necessidades, de modo a serem detetadas, precocemente, situações de risco, agilizando uma intervenção ajustada a cada situação".

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS) referiu que o programa "RADAR" tem um "significado muito profundo", uma vez que vai ao encontro de "mais de um terço da população" da cidade. "Sintetiza bem aquilo que é um eixo da cidade, não há futuro em Lisboa se não houver uma sociedade coesa", vincou durante a cerimónia que decorreu no Convento de São Pedro de Alcântara, na freguesia da Misericórdia, em Lisboa.

No final da assinatura do protocolo, o autarca referiu aos jornalistas que a iniciativa "cuida de todos aqueles que têm maior idade" em Lisboa e reiterou "que são muitos".

Fernando Medina acrescentou que a autarquia tem a "obrigação" de criar espaços para que a população com mais de 65 anos possa manter a sua atividade voluntariamente e "não tenham de sair [de casa] para lares".

O socialista também disse que as habitações das pessoas sinalizadas pelo programa poderão sofrer reabilitações, como a "substituição de banheiras por polibãs, instalação de um pequeno corrimão, tratar do rebaixamento do acesso a uma casa como uma rampa em vez de um degrau".

Está ainda pensada a intervenção na via pública, como a "substituição de calçada [portuguesa] em zonas que não são históricas por pavimentos mais seguros" e que permitam que a população mais envelhecida se desloque com mais facilidade.

A autarquia da capital não deixou de lado as "pessoas que necessitem de acompanhamento médico" e, por isso, Fernando Medina referiu que "há dez centros de saúde envolvidos" no programa.

Projeto pretende identificar 30 mil pessoas com mais de 65 anos